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conjunto de notas que totalizam quatro folhas A4.
Gostava de começar por referir-me à intervenção do Sr. Deputado Bernardino Vasconcelos e à afirmação que fez de que nesta discussão não tinha havido nada de concreto. Achei interessante - não posso deixar de o dizer, porque sabe que sou muito espontânea e muito franca - que o Sr. Deputado venha referir que eu sou uma desilusão, exactamente a mesma expressão que usou o Presidente da ANF quando instado a pronunciar-se sobre os vários ministros da Saúde. O Presidente da ANF disse que eu era uma desilusão mas também disse que o Sr. Deputado Paulo Mendo foi uma pessoa que criou conflitos. Fico realmente sem saber se esta expressão é sua ou se é a adopção de uma expressão de outro, porque me parece que se usam chavões catalogadores das pessoas usando frases incisivas para passarem na opinião pública e que passarão a fazer parte da maneira como se referem aos Membros do Governo ou a qualquer entidade.

O Sr. José Barradas (PS): - É o marketing, Sr.ª Ministra!

A Oradora: - Mas, Sr. Deputado, quero dizer-lhe que não me cabe a mim catalogar-me. Agora, não pode acusar-me não só de eu ter hoje um discurso diferente daquele que tive anteriormente, porque apareci sistematicamente nesta Câmara para explicar aquilo que estava a ser feito e como devia ser feito, mas também de eu não ter tomado medidas concretas importantíssimas para que o Serviço Nacional de Saúde passe a dispor de instrumentos de gestão adequados, instrumentos esses que não existiam e que têm de ser construídos progressivamente.
Quero também dizer-lhe que nunca entendi a política como uma forma de criticar aqueles que me antecederam - acho que todos me fazem essa justiça. Considero que esta não é a minha forma de fazer política, nem nunca a fiz fazendo promessas, quer em relação a determinadas medidas incumpríveis, quer em relação a determinadas coisas com as quais eu não estava de acordo. Não tenho essa maneira de ser e não sou capaz de o fazer.
Portanto, quando, há pouco, disse que talvez as inscrições em PIDDAC tivessem a ver com eventuais eleições autárquicas, quero aqui referir -…

O Sr. Bernardino Vasconcelos (PSD): - Não fui eu que disse isso!

O Sr. Jorge Roque Cunha (PSD): - Mas é verdade!

A Oradora: - ... não sei se foi o Sr. Deputado Duarte Pacheco, mas se calhar foi - que nunca tive esses norteamentos nas minhas intenções. Normalmente, o que acontece é, com todos os partidos e ouvindo as sugestões dos vários presidentes de câmaras - isto fundamentalmente em relação aos centros de saúde - dos mais variados partidos, discutirem-se prioridades, hierarquizarem-se e, na própria discussão do PIDDAC, diz-se muitas vezes que as inscrições são para marcar posição e que poderá não haver capacidade de execução dentro dos prazos previstos. Desta verdade e desta forma de estar eu não abdico, é a minha maneira de ser e não tenciono nem tento enganar ninguém. Se eu tivesse essa intenção, obviamente, num ano, que é o próximo, de eleições legislativas, eu teria tido a preocupação de tentar fazer um PIDDAC enormíssimo, porque é, realmente, uma forma que muitas vezes é usada para marcar anos eleitorais. Penso que não estamos em condições de o fazer e aquilo que sempre tentei discutir e acertar foram prioridades em função dos interesses das pessoas e não em função dos interesses partidários que, eventualmente, existam. Tenho tido esse cuidado, tenho tido essa preocupação e penso que os Srs. Deputados me farão essa justiça.

Neste momento, o Sr. Deputado Jorge Roque da Cunha exibe um documento.

O Sr. Deputado Jorge Roque Cunha agora mostra-me papéis…

Protestos do Deputado do PSD Jorge Roque Cunha.

Sr. Deputado, tenho imensa pena que não tenha vindo de helicóptero comigo, porque refere frequentemente a viagem de helicóptero que fiz com o Sr. Primeiro-Ministro…

O Sr. Jorge Roque Cunha (PSD): - Com o Sr. Primeiro-Ministro e com os jornalistas!

A Oradora: - É natural!

A Sr.ª Presidente: - Srs. Deputados, vamos evitar o diálogo!

A Oradora: - Sr. Deputado, tenho preocupação em andar e falar com toda a gente.

Protestos do Deputado do PSD Bernardino Vasconcelos.

Sr. Deputado, não diga isso porque não lhe fica bem. O Sr. Deputado, que até concorda comigo, por que é que depois faz essas figuras quando estes debates estão a ser transmitidos? Não diga isso porque não lhe fica bem! Dentro do relacionamento que temos desenvolvido e que é um relacionamento que, para além do mais, privilegia aquilo que devem ser relações entre uma mulher e um homem, acho que era bom que não nos desviássemos deste tom, porque todos temos a ganhar com isso.

Risos do Deputado do PCP João Corregedor da Fonseca.

Sr. Deputado Jorge Roque Cunha, esse documento que mostrou, e que conhece, é da DGIES, mas eu, que conheço o Ministério há muitos anos - há quase tantos como o Sr. Deputado Paulo Mendo -, também devo dizer-lhe que a programação de investimentos que é feita no Ministério da Saúde abrange sempre aquilo que foi feito pelos governos anteriores. Assim, quando saí do Ministério - e durante o tempo que lá estive fui chefe de gabinete do Sr. Ministro Maldonado Gonelha -, ficou uma previsão de investimentos que depois foram sendo progressivamente executados pelos ministros que se seguiram. Ora, isto só espelha que aquilo que alguns constroem não é completamente destruído pelos que se seguem, porque corresponde a reais necessidades do País. Daí que, neste