O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

 

uma forma faseada, em função da evolução tecnológica que este próprio mercado ou subsector dos condutores electrónicos tem. Por outro lado, está também expressa a qualificação de um eventual rompimento que, nos termos em que as entidades outorgantes comunicaram ao Ministério da Economia, nós entendemos tratar-se, de facto, de um incumprimento grave, que é expressamente previsto no contrato. Daqui decorrem, tal como o contrato prevê, obrigações de restituição de determinadas importâncias, avançadas, em termos de apoio, pelo Estado português, que correspondem, grosso modo, àquelas que foram satisfeitas, incluindo os próprios juros. O contrato prevê isso. E, prevê-o de uma forma directa quando fala do incumprimento ou de uma forma indirecta quando refere a estabilização do número de postos de trabalho que a empresa deve manter, sob pena de lhe ser aplicável, em caso de redução desses postos de trabalho, um determinado mecanismo percentual que constitui infracção. O resultado prático é exactamente o mesmo: ou consideramos o conjunto ou consideramos a diminuição dos postos de trabalho, chegamos à mesma conclusão.
Paralelamente a esta situação, existe também no contrato o mecanismo que nós, desde que tomámos posse, aperfeiçoámos e que tem a ver com o título que é suficientemente garante, em termos de instituição bancária, para cobrir esta situação de incumprimento. Existe um título, neste momento, que cobre uma parte significativa da situação. Por isso, nós não vamos avançar por aí e por uma questão muito simples: quando a empresa incumpriu e declarou o incumprimento disponibilizou-se, nos termos da cláusula 13.ª do contrato, a entrar pela via conciliatória que está prevista, tal como está previsto, se, eventualmente, não houver entendimento - e achamos que pode ser possível o entendimento -, entrar-se por uma via de solução arbitral.
Queria salientar, de qualquer maneira, em resposta ao Sr. Deputado Lino de Carvalho, que, não obstante serem hoje inúmeros os contratos desta natureza, ou seja, estruturantes, de investimento estrangeiro existentes em Portugal, ao contrário do que alguma comunicação social tem referido, este foi o único contrato que foi incumprido durante a sua vigência. Nenhum outro foi incumprido! Este é o primeiro em que isso ocorre e ocorre pelas razões que o Sr. Ministro, genericamente, já referiu. Nem sequer se trata do "despedimento" que envolve maior número de trabalhadores. Relembro que, em 1976, no caso da Timex - e já lá vão vários anos -, também por razões de evolução tecnológica, o número de trabalhadores nessa altura envolvidos foi muitíssimo superior a este, o que não significa que esta não seja para o Governo uma situação grave, porque é-o socialmente e por isso a resposta foi a que foi. Todavia, é necessário termos os dados reais de toda a envolvência. Repito: este é o primeiro contrato que, nesta situação, é incumprido durante a sua vigência.

A Sr.ª Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Carvalho Martins.

O Sr. Carvalho Martins (PSD): - Sr.ª Presidente, Sr. Ministro, são três as questões que queria colocar.
A primeira diz respeito ao SAJE. Segundo é público - e o próprio Presidente da SAJE há dias falou na imprensa -, este programa está suspenso. Gostaria de saber a razão pela qual este programa está suspenso e se, de facto, a curto prazo será ou não retomado.
A segunda questão tem a ver com o programa de urbanismo comercial explicitado há pouco pelo Sr. Secretário de Estado como um grande êxito deste Governo. De facto, tenho lido nos jornais que o Sr. Secretário de Estado onde vai compromete-se a pagar, normalmente, 4 milhões de contos. Gostaria de saber qual é a verba total afecta a este programa no ano de 1999.
A terceira questão tem a ver com os estaleiros navais de Viana do Castelo. Nas GOP vem previsto que, a curto prazo, este Governo se propõe privatizar os estaleiros navais de Viana do Castelo. Diz-se que a privatização será parcial e a questão que queria levantar era a de saber qual será o valor que o Estado vai alienar nesta privatização e se porventura haverá um golden share nesta empresa.
A quarta questão relaciona-se com o facto de que se admite, também nas GOP, que será estabelecido um plano social por forma a permitir uma melhor adequação dos efectivos à actividade da construção naval. Estão implícitos, na minha opinião, despedimentos. Queria saber se esta adequação se faz antes da privatização, depois da privatização e como é que será feita.

A Sr.ª Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Duarte.

O Sr. Carlos Duarte (PSD): - Sr.ª Presidente, Sr. Ministro, queria colocar três questões muito rápidas. A primeira prende-se com uma situação de alguma acuidade, de uma região do País, a região do Douro, num dossier que V. Ex.ª liderou até há cerca de um ano. Gostava de questioná-lo sobre a disponibilidade e a abertura do Governo para, na eventualidade de retomar o protocolo assinado entre o Governo e a Casa do Douro em 1996, poder, eventualmente, reforçar e suspender aquilo que é a fragilização da Casa do Douro e os problemas graves com que os produtores e os vitivinicultores do Douro se defrontam neste momento atendendo à situação da sua instituição representativa.
Uma segunda questão prende-se com a situação do comércio e com a fragilização dos produtores do sector agro-alimentar perante o reforço do poder da distribuição. É público que em Julho e Agosto um conjunto de entidades fez queixas ao Ministério da Economia, mais propriamente à Direcção-Geral do Comércio e da Concorrência, em relação à adesão do Pingo Doce e do Feira Nova à Uniarme pelas consequências que isso iria ter na fileira, nomeadamente pelas consequências para os produtores, ao nível da redução do preço e da dificuldade de escoamento dos seus produtos. Em relação a esta questão em concreto gostaria de saber qual a posição do Ministério da Economia.
Uma terceira questão prende-se com a articulação entre os vários departamentos de fiscalização do Governo. Existe a Inspecção-Geral das Actividades Económicas tutelado por V. Ex.ª, existe em alguns ministérios, nomeadamente no Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas a Direcção-Geral da Fiscalização e Controlo da Qualidade Agro-Alimentar. O que se nota no terreno é que a maior parte dos empresários são sujeitos a sucessivas fiscalizações por parte dessas entidades sem qualquer articulação, enquanto se assiste à penetração de produtos externos em território nacional e no mercado sem