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tratamento da informação, da selecção de indicadores que nos dêem um retrato seguro da evolução social do problema), quer no que diz respeito também à ressocialização dos ex-toxicodependentes. Nestas áreas, o Sr. Deputado deve reconhecer que estes diplomas constituem uma ambição maior do Governo. Este é o discurso que o Governo tem, não mais do que isso! Nós não andamos a dizer que pelo facto de termos aprovado aqueles diplomas o problema está atenuado. Acontece que há uma diferença entre construir a política e, depois, executá-la. Acho que a política está muito bem definida, está mais clara, é mais coerente, é mais ambiciosa; resta agora executá-la. Todavia, não me furto a dizer que a sua execução é tão difícil quanto a sua concepção, se não mais difícil. Apesar disso, tenho muito esperança de que esta política mais ambiciosa tenha melhores resultados, porque isso tem reflexo orçamental.
O Sr. Deputado referiu alguns aspectos do orçamento, mas, para ser justo, tem de se referir também aos aspectos globais do orçamento.
Ora, vejamos, então, os aspectos globais.
Se o Sr. Deputado olhar para o orçamento para 1995, verifica que ele foi feito com os mesmos critérios que o orçamento para 1999, mas, em 1995, o Estado previa gastar 7200 milhões de contos e agora irá gastar 16 655 milhões de contos. Não há uma área da política que tenha tido uma subida tão forte como esta, em que o aumento de 1995 para 1999 foi de 130%, tendo tido uma subida muito significativa, de 1998 para 1999, de mais de 1,5 milhões de contos.
Quanto às perguntas de pormenor, recordo-me que se referiu, por exemplo, à segurança nas escolas e perguntou por que razão a passagem de 720 para 691 000 contos. A explicação que lhe dou é a seguinte: neste capítulo da prevenção nas escolas, há muitos programas que estão progressivamente a ser integrados no sistema de ensino, pelo que não é preciso um investimento especificamente orientado para a prevenção da toxicodependência como foi no passado.
Por outro lado, na área da justiça, nos serviços prisionais, o Sr. Deputado parte de 600 mil para 176 mil, e é verdade. E sabe porquê? Por uma razão muito simples: é que o pico de investimento foi justamente este ano. O Sr. Deputado sabe que vamos ter mais uma ala livre de drogas em Leiria e mais uma ala livre de drogas em Tires, que ainda vão ser abertas este ano, e que iremos ter, só no próximo ano, mais uma aldeia livre de drogas. E isso é suficiente!

O Sr. Bernardino Vasconcelos (PSD): - É suficiente?!

O Orador: - É, Sr. Deputado! Se o Sr. Deputado chamar cá o Director dos Serviços Prisionais e os técnicos…

O Sr. Bernardino Vasconcelos (PSD): - Com esse modelo de tratamento?

O Orador: - Peço desculpa! Não tenho o conhecimento técnico que, se calhar, o Sr. Deputado tem para poder falar deste assunto sem me socorrer de pareceres técnicos. E eles dizem-me que, em termos de tratamento de toxicodependências, com a abertura da ala livre de drogas em Lisboa, com a abertura da ala livre de drogas em Tires, com a abertura da aldeia livre de drogas, há suficiente capacidade para dar uma resposta adequada ao universo prisional em termos de tratamento de toxicodependência.

O Sr. Bernardino Vasconcelos (PSD): - Com esse modelo de tratamento?

O Orador: - Peço desculpa! Não sou médico para discutir modelos de tratamento, mas não tenho preconceitos contra qualquer modelo de tratamento. No entanto, como lhe digo, os serviços prisionais dizem que é suficiente. E temos muito onde gastar …

O Sr. Bernardino Vasconcelos (PSD): - É mais do que insuficiente!

O Orador: - Parece-me que temos muito onde gastar o dinheiro. Não precisamos de insistir num problema que não existe.

O Sr. Bernardino Vasconcelos (PSD): - Eu tomo nota!

O Orador: - O problema não está apenas nas infra-estruturas. E este dinheiro não diz apenas respeito às infra-estruturas.
O que se passa é que os investimentos em infra-estruturas, na construção de alas livres de droga e da aldeia livre de drogas, vão acabar em 1999, porque não precisaremos de mais. Depois, será um investimento de funcionamento, isto é, consistirá na operacionalização dessas infra-estruturas.
E é por isso que nota este declínio de 1998 para 1999, porque os serviços de toxicodependência nos serviços prisionais acabarão em 1999. Não precisaremos de fazer mais alas livres de droga nem mais aldeias livres de droga, isto é suficiente - é o que me dizem os serviços prisionais! Se o Sr. Deputado pensa que não, presumo que talvez não tenha a informação completa, mas aceito que se fizer um telefonema poderão ser-lhe dadas as razões por que se consideram estas infra-estruturas de combate à toxicodependência adequadas e suficientes para o nosso universo prisional.
Falou também, de novo, nas lanchas rápidas. Já cá faltavam as lanchas rápidas!
Em relação a este assunto, vou dar-lhe uma informação do Ministério da Administração Interna, que certamente já terá, - já ouviu falar tantas vezes nisto! -, que é a seguinte: as lanchas rápidas já foram adjudicadas! Foram adjudicadas este ano e as primeiras entrarão em funcionamento, serão entregues, em meados de 1999. E a situação não é semelhante à do ano passado, pelo contrário, agora houve uma adjudicação, quer dizer, as lanchas estão a ser construídas, o que é algo muito diferente. Enfim, se o Sr. Deputado é daqueles que só acredita quando vê, terá de esperar por meados do próximo ano para que…

O Sr. Bernardino Vasconcelos (PSD): - É prometido há três anos!

O Orador: - Sim, é verdade, mas como sabe…

O Sr. Bernardino Vasconcelos (PSD): - Desde 1996!

O Orador: - Isso também já tem a ver com o seu governo. Quando digo "o seu governo", quero referir-me ao governo anterior, que era do seu partido. Também andaram a "arrastar os pés"!
Simplesmente, um concurso deste tipo é muito exigente. Muito exigente! E o tempo que demorou tem a ver com