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edifício de raiz para o Centro de Saúde de Odivelas, mas o que gostaria de lhe perguntar é para quando está previsto o lançamento do concurso e a adjudicação desta obra é que vi nos quadros que nos foram entregues que existe uma programação plurianual e, portanto, este Centro de Saúde está, de facto, contemplado.
Nós, Deputados eleitos pelo círculo eleitoral de Lisboa, tivemos oportunidade de ter visitado este Centro e, de facto, verificámos que não possível alguém doente subir aquelas escadas, havendo apenas um elevador de fraca qualidade e com uma capacidade mínima de transporte.
Também já tivemos oportunidade de fazer uma proposta no sentido de criar condições para a criação de uma extensão do Centro de Saúde no Olival de Basto, uma vez que uma grande parte da população desta freguesia tem de dirigir-se à Póvoa de Santo Adrião, que também não tem as condições necessárias e suficientes.
Gostaríamos, por isso, de saber, se possível, se já há algum indicador do timing para o lançamento da construção do Centro de Saúde de Odivelas e se há da parte da Sr.ª Ministra abertura para que a extensão de Olival de Basto seja um facto, uma vez que fizemos uma proposta nesse sentido, retirando 2500 contos do Centro de Saúde de Odivelas, podendo, assim, servir igualmente a população de Olival de Basto.

A Sr.ª Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado José Saraiva.

O Sr. José Saraiva (PS): - Sr.ª Ministra, sou na Comissão de Saúde, o único Deputado do Norte, a par do meu colega Fernando Jesus.
Porque temos uma escola de trabalho e uma cultura de partido que nos obriga a seguir com atenção todas estas matérias e porque "cheguei tarde" à Comissão de Saúde, estou a dar-me ao trabalho de inventariar e de apreciar o que se passa naquela área, que compreende vários distritos, que serve mais de 3 milhões de pessoas, que tem mais de 101 centros de saúde, para além dos hospitais, e mais de 300 extensões desses mesmos centros, para tentar compreender se as orientações do Ministério que V. Ex.ª dirige correspondem ou não aos problemas existentes.
Consinta-me que lhe diga, porque não venho aqui para lhe bater palmas mas também não venho para protestar com algumas, digamos assim, habilidades processuais do Parlamento, que, de uma certa maneira, nos últimos quatro anos, dos 58 projectos de intervenção que estão a decorrer na área da Administração Regional de Saúde do Norte 54 iniciaram-se no governo do Partido Socialista.
Mas, não está tudo bem! Como dizia aqui o Sr. Deputado Paulo Mendo, conhecedor muito mais profundo da saúde do que eu, "o dinheiro nunca chega para a saúde". É uma frase que acho que deveria estar constantemente presente em todos nós - aliás, cada pessoa com quem eu contacto, cada especialista do sector com quem, acha, sempre, que falta qualquer coisa.
Contudo, ao verificar os investimentos projectados no PIDDAC, considero que há novidades, que correspondem a necessidades, e há algumas que são inquietações. Dou-lhe um exemplo muito concreto: o IPO do Porto, uma extensão que tem 25 anos, que é uma unidade exemplar, precisaria de mais dinheiro para completar algumas obras, pois precisam de ampliar o hospital, mas compreendem que a dotação que está inscrita os satisfaz relativamente.
Na última segunda-feira, Sr.ª Ministra, os Deputados eleitos pelo círculo eleitoral do Porto, entre os quais se inclui o presidente do meu grupo parlamentar, que também esteve presente, visitaram uma unidade exemplar - o Hospital Geral de Santo António, que é uma das referências da cidade do Porto. Aliás, este hospital foi ampliado e há, neste momento, duas partes completamente diferentes, de modo que, em gíria interna do hospital, uns dizem que a parte nova é o Sheraton e que a outra parte é uma rua velha da zona da Sé do Porto.
De facto, em relação àquele hospital, pelo qual se pagam 17 000 contos por mês à Misericórdia do Porto, dizia-nos o Prof. Victor Ribeiro, Director do Hospital, mais ou menos isto: "Temos médicos a mais." Acho espantoso! Há uma pessoa que diz que tem médicos a mais! Mas, simultaneamente, dizia-me uma coisa interessante, que, por exemplo, ao nível dos equipamentos, não tem as máquinas indispensáveis para fazer ressonância magnética e que gasta, por ano, naquele hospital, 196 000 contos para fazer as ressonâncias fora do hospital. Ora, se comprasse a máquina, que custa, normalmente 200 000 contos, isso significava, dado que ela tem uma duração de três anos, que havia aqui alguma poupança por parte do serviço.
Esta irracionalidade, eu não compreendo! Confesso que não compreendo. E, já agora, deixo-lhe a questão: como resolver este problema? Trata-se de um hospital que tem 12 000 pessoas em lista de espera; um hospital que tem um número elevadíssimo de urgências (eu podia ir verificar e dar-lhe os números exactos mas, certamente, que V. Ex.ª tê-los-á); um hospital no coração do Porto, que faz parte da própria cultura da cidade hoje; um hospital que é, inclusivamente, um hospital universitário; e é um hospital que tem imensas necessidades de se modernizar ao nível das instalações mas também ao nível dos elementos fundamentais para prestar o seu serviço.
Gostava de lhe dizer também que Hospital Geral de Santo António, apesar de ter uma dotação de 400 000 contos inscrita no PIDDAC, penso que ainda precisa de 3 milhões de contos nos próximos anos para resolver os seus problemas. Este hospital tem tido uma gestão que me pareceu ruinosa, sobretudo no que se refere ao projecto, pois estavam previstos 4 milhões de contos para a sua ampliação e ela custou 13 milhões de contos! Isto demonstra que o passado não consente muita generosidade na apreciação da gestão destes fenómenos.
Temos agora também, num outro plano, um novo hospital - um hospital que deve abrir brevemente e que é o hospital do Vale do Sousa, mais concretamente designado Hospital de Padre Américo. Gostaria de saber de V. Ex.ª, se for possível, como é que irá ser gerido esse hospital; que modelo de gestão hospitalar será adoptado para o hospital do Vale do Sousa?
Tal como a minha colega da Guarda (e eu conheço o hospital da Guarda), que já fez propostas, que, espero, sejam aceites por V. Ex.ª, para alguma alteração no sentido de melhorar as condições da Guarda, alguns dos meus colegas irão apresentar também algumas propostas que, espero igualmente, venham a ser adoptadas por V. Ex.ª em sede de especialidade.
Gostava, ainda, de acrescentar o seguinte: a população sente que há uma melhoria qualitativa, e eu não sou especialista, não sou médico, não trabalho em saúde, não tenho "rabos de palha" nesta matéria nem interesses particulares - portanto, falo do geral, porque falo com as pessoas -, e cheguei à conclusão de que há uma melhoria de facto. Para dar um exemplo aos meus colegas Deputados refiro o Centro Materno-Infantil que, há 30 anos, estava projectado no Porto - e não faz sentido que não exista