O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

 

anos marcaram o início de um processo onde muito deste investimento não era de carácter produtivo mas, sim, relativo a aquisições de instalações, em Portugal, e a aquisições de activos não produtivos e, por fim, relativo a participações financeiras.
Estamos, contudo, convencidos de que hoje o movimento no sentido do exterior é muito mais directamente relacionado com actividade produtiva, o que pode, como comentámos em ocasião anterior, melhorar as condições de modernização e a mudança de escala de empresas portuguesas que olham para o mercado global de uma forma muito mais objectiva.
Teceu o Sr. Deputado considerações sobre os investimentos no mercado brasileiro, pelo que tenho de dizer que sou daqueles que acreditam que vale a pena o esforço de muitas empresas portuguesas - citei já os números, mas volto a dizer que são mais de 300 empresas portuguesas - que estão presentes em 17 estados brasileiros, em quase todos os sectores da actividade económica. Este movimento tem vindo a acentuar-se e, apesar da crise energética que se verificou no Brasil, no ano passado, e da crise que se instalou depois de 1998, acompanhada da desvalorização do real, as autoridades brasileiras afirmam que estão muito interessadas no investimento português, dizendo que compreendem a sua importância para a modernização do Brasil. Ainda agora no Qatar, quando me encontrei formalmente com o Ministro da Economia do Brasil, comentámos a mudança que aconteceu no Brasil durante o mês passado.
Devo dizer que o Brasil, no âmbito das negociações do Mercosul com a União Europeia, fez a sua contraproposta, sendo que esta é, na opinião do Brasil, muito mais ousada. O Brasil aproximou-se das posições da União Europeia, o que significa uma muito maior abertura do seu mercado a operadores exteriores, mantendo, no entanto, a posição de que Portugal continua a ser decisivo para este esforço de abertura do mercado brasileiro. Aliás, já comentámos noutra altura que a economia brasileira é muito fechada e com muitas barreias administrativas. Daí que se tenha habituado a crescer, nos últimos anos, num regime não aberto.
Por conseguinte, julgo que esta nova atitude, que marca a diferença em relação a um passado bem recente, poderia ser bem aproveitada por Portugal, na medida em que estamos também presentes no Brasil. Esta indicação parece-me, pois, ter carácter positivo.
No que diz respeito ao mercado de Espanha, de facto, ontem mesmo tive a oportunidade de estar em Madrid não só para assinar o protocolo que já referi mas também para estar presente em mais uma iniciativa que juntou cerca de 200 empresários portugueses e espanhóis. Nesse evento, foram debatidos, durante todo um dia, os problemas relativos ao melhor acesso de Portugal e das empresas portuguesas ao mercado espanhol.
Além disso, numa outra reunião em que também estive presente, e onde se encontravam os maiores operadores económicos de Espanha com interesses constituídos em Portugal, a questão fundamental centrava-se na ideia de que é necessário dar a conhecer Portugal a Espanha, isto porque o défice de conhecimento de Portugal em Espanha é muitíssimo superior ao défice de conhecimento que Portugal tem do país vizinho, sendo, portanto, necessário corrigir este défice, e a assimetria de conhecimento que existe só se conseguirá corrigir de forma continuada.
Em relação a este ponto, devo referir que Portugal esteve presente no evento "Perfil de Portugal", há cerca de um ano, em Madrid, tendo depois repetido um acto semelhante em Barcelona. Aliás, neste momento, encontra-se novamente representado em Madrid. Além disso, existem produtos portugueses presentes nas grandes superfícies comerciais e, para que esta afirmação portuguesa se faça em Madrid, Portugal elegeu a componente da cultura. Costumo dizer que se a relação entre Portugal e Espanha, quanto à população, é de 1 para 4, quanto à economia é de 1 para 5 e quanto à cultura é de 1 para 1.
Devo salientar que somos respeitados pela singularidade da nossa cultura, cultura essa que teve expressão durante cinco séculos em todo o mundo. Ao regressar ao rectângulo europeu, trouxemos essa experiência de relação com o mundo, que, aliás, a Espanha também teve. Esta experiência foi posta em comum, nomeadamente no Mercosul, tendo sido proposto para a próxima presidência espanhola, que terá lugar no primeiro semestre do próximo ano, um "olhar para o mediterrâneo", fundamentalmente para aqueles países com os quais Espanha e Portugal mantêm relações. Recordo que o investimento português no exterior, em três países do Norte de África - Egipto, Tunísia e Marrocos -, no ano passado, foi de cerca de 1000 milhões de euros.
Refiro estes aspectos para salientar que pode haver uma estratégia conjunta com Espanha, para afirmação de Portugal.

O Sr. António Pires de Lima (CDS-PP): - Peço desculpa por interromper, Sr. Ministro, mas, se a Sr.ª Presidente me permite, gostaria de salientar que, apesar de todos os esforços que o Sr. Ministro acaba de referir, por cada 20 empresas espanholas que existem em Portugal, salvo erro, existe uma empresa portuguesa em Espanha. Ora, esta situação não se tem alterado nos últimos anos, o que, do meu ponto de vista, indicia que as medidas que estão ao ser tomadas ficam muito bem para sair nos jornais, são medidas que justificam a organização de cocktails e de muitos "encontros de croquete", mas, de facto, não se traduzem em melhorias.

O Orador: - Sr. Deputado, posso dizer está a ser feito um esforço rigoroso.
Mas o Sr. Deputado referiu que a relação entre as empresas portuguesas e espanholas é de 1 para 30, mas não! Posso dizer-lhe que a relação é de 1 para 10, é pouquíssimo! Há, pois, muito poucas empresas portuguesas, mas a relação não é de 1 para 30, é de 1 para 10!

O Sr. António Pires de Lima (CDS-PP): - Eu disse que a relação é de 1 para 20!

O Orador: - Posso afirmar que, de facto, há um esforço no sentido de levar cada vez mais empresas portuguesas a Espanha. Portugal precisa de ser conhecido, sendo para isso necessário abrir canais. Ora, é isso que estamos a tentar fazer de uma forma muito objectiva.
Poderemos falar de números e, de facto, o défice do saldo da nossa balança com Espanha ainda é de 1000 milhões de contos. No entanto, conforme também já referi, crescemos cerca de 20% nas vendas para Espanha, em 2000, enquanto que a Espanha só cresceu 13% nas suas vendas para Portugal.
Este é, portanto, um sinal inflexão, sendo que as indicações deste ano estão também orientadas no mesmo sentido.
Depois, o Sr. Deputado falou também…

O Sr. António Pires de Lima (CDS-PP): - Sobre o Código das Sociedades Comerciais!