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de 40%, e depois acaba. A questão que quero colocar é a seguinte: que perspectivas se colocam em relação a esta matéria no futuro?
Além disso, há a questão que diz respeito ao modelo de desenvolvimento regional que se coloca em termos de infra-estruturas desportivas. É sabido que para o Euro 2004 o investimento é feito em grande pólos de actividade desportiva, que são conhecidos, a começar pelos Complexos Desportivos do Jamor e de Lamego, mas no plano autárquico e no plano das colectividades e do movimento associativo o apoio é claramente deficitário.
Pergunto, Sr. Ministro, se, na sua óptica, a concentração excessiva em grandes pólos, com uma certa tendência não digo para uma desertificação total, porque a questão não se coloca nestes termos, mas para um abrandamento profundo nas restantes parcelas do território, não cria algum vazio em seu redor, tendo em conta que o apoio ao desporto não pode deixar de se traduzir num apoio ao movimento associativo.
Nesta vertente, gostaria de colocar duas questões de fundo.
A primeira diz respeito ao desporto federativo e tem em conta o protocolo celebrado com a Confederação de Desporto de Portugal, nos termos do qual tem sido dado apoio financeiro nos últimos seis anos (17 000 contos no último ano), uma vez que fomos recentemente informados que, a partir de Outubro, a Confederação deixará de contar com esse apoio.
A segunda questão, que foi já colocada por diversas vezes, não tendo sido cabalmente respondida, é a seguinte: qual o novo modelo para o apoio financeiro ao desporto federativo, no que diz respeito à questão das receitas originárias do dinheiro do jogo, isto é, do dinheiro da Santa Casa da Misericórdia? No fundo, trata-se da questão do reaquacionamento do modelo, do seu sentido e com que linhas de orientação, tendo em conta a instabilidade que ocorre neste momento quando, por exemplo, perante perdas de 3,9% - segundo os seus números, Sr. Ministro -, há uma quebra daí decorrente para o apoio ao desporto federativo, sendo certo que, entretanto, o deporto escolar "vai buscar dinheiro" a essas receitas. Deixamos esta questão, Sr. Ministro, porque entendemos que há uma instabilidade e imprevisibilidade que deve ser combatida.
Quanto ao desporto escolar, tendo em conta a terceira vertente prioritária do seu Ministério, que é a do incremento do desporto para todos, tendo em conta a opinião do Sr. Ministro no que diz respeito à tendência para a massificação do desporto e ao contributo que o desporto escolar pode trazer para a habituação dos jovens à prática desportiva e tendo em conta a democratização do desporto, a questão que gostaria de colocar é a de saber se o Sr. Ministro não considera que faz sentido a intervenção do seu Ministério nesta área, intervenção essa que hoje não existe, tal como não existe uma verba destinada ao desporto feminino - o que, aliás, pôs em causa a sua presença e participação. Deste modo, falando especificamente nesta vertente, gostaria que nos informasse onde está a verba para o apoio ao desporto feminino.
Para terminar, e tendo em conta que, no debate na generalidade, tive a honra de despertar a curiosidade de V. Ex.ª (conforme o Sr. Ministro referiu) com aquilo que eu admitia que só podia ser uma gralha, que é o facto de, no Mapa XII do Orçamento do Estado, constar a verba astronómica de 531,4 milhões de euros destinada a programas do IAPMEI para a área do desporto, gostaria de lhe perguntar se essa curiosidade se traduz no esclarecimento desta questão, porque, de facto, há aqui um dado do Diário da Assembleia da República que tem de ser esclarecido. É que suscitei, na altura, a questão de saber como era possível o orçamento do Ministério prever uma verba de 197 milhões de euros e o programa do IAPMEI prever uma verba de 531 milhões de euros.

O Sr. Presidente (Fernando Serrasqueiro): - Tem a palavra o Sr. Deputado Afonso Candal.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): - Vai dizer que está tudo bem!

O Sr. Afonso Candal (PS): - Sr. Deputado Bernardino Soares, não está tudo bem, mas está tudo melhor! "Roma e Pavia não se fizeram num dia". Portanto, vamos caminhando!
É certo que se, um dia, o Partido Comunista for governo no País resolverá todos os problemas num instante. Mas, enfim, o Partido Socialista não tem essas artes mágicas e, portanto, assume que nem tudo ainda está resolvido, mas para lá caminhamos, para lá caminhamos.
Sr. Ministro, vou fazer uma reflexão e um comentário e, depois, colocar-lhe uma questão.
A reflexão e o comentário tem a ver com a alta competição. Por uma leitura mais completa das verbas que se encontram no Orçamento, especialmente no PIDDAC do Ministério da Juventude e do Desporto, que não apenas da verba destinada a Atenas 2004, podemos comprovar que tanto ao nível da alta competição e selecções nacionais como ao nível dos eventos internacionais há, de facto, fortes dotações. E a alta competição, o desporto de alto rendimento, funciona muito em torno não apenas da rubrica "Atenas 2004" mas, também em torno das rubricas "Alta Competição e Selecções Nacionais" e "Eventos Internacionais".
É importante a questão dos eventos internacionais, porque, como foi também, de alguma forma, comentado a propósito da nossa participação em Sidney, é necessário haver rodagem dos nossos atletas de alta competição em grandes eventos internacionais, o que, infelizmente, nem sempre é possível, porque a nossa situação periférica implica custos acrescidos, e, enfim, a realidade do País não permite que esses custos sejam assumidos com a frequência que seria necessária, e, portanto, trazer até nós grandes eventos internacionais deve ser uma das componentes da política do desporto de alta competição. Portanto, as verbas para este efeito são significativas e vão aumentando, em termos da previsão, para os próximos anos, o que também é de registar.
A questão que gostaria de lhe colocar prende-se com as alterações conseguidas em sede de quadros comunitários de apoio, nomeadamente na área da juventude. Pergunto-lhe se da passagem do QCA II para o QCA III há significativas alterações positivas em matéria de juventude - e penso que há algumas - e de que forma é que essas alterações positivas condicionam o orçamento específico da área da juventude, porque condicionam sempre no sentido de maximizar esses eventuais fundos comunitários.

O Sr. Presidente (Fernando Serrasqueiro): - Sr. Ministro, terminada esta primeira ronda de perguntas, dou-lhe a palavra para responder às questões que lhe foram colocadas.

O Sr. Ministro da Juventude e do Desporto: - Sr. Presidente, quero dirigir-me, em primeiro lugar, ao Sr. Deputado Bruno Dias, agradecendo…