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O Sr. Presidente (Fernando Serrasqueiro). - Desculpe, Sr. Ministro, mas o Sr. Deputado Miguel Capão Filipe quer colocar também uma questão.

O Sr. Ministro da Juventude e do Desporto: - Com certeza, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente (Fernando Serrasqueiro): - Tem, então, a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Miguel Capão Filipe (CDS-PP): - Sr. Presidente, Sr. Ministro, V. Ex.ª disse, e bem, que a carta desportiva nacional está quase concluída, isto é, que a distribuição dos equipamentos de alta competição ou de desporto de formação recreativa e escolar está feita por todo o País. Pergunto se este orçamento já teve em conta, pelo menos, os estudos preliminares que vão levar à definição dessa carta desportiva.
A segunda questão é no sentido de saber se considera, ou não, suficiente a verba orçamentada em termos de apetrechamento dos centros de medicina desportiva. Isto porquê? Porque a medicina desportiva passa por uma fase de implementação em substância em Portugal e, por outro lado, as estruturas da medicina desportiva desapareceram, como sabemos, na sua localização distrital e evoluíram para a centralização.
E se a aposta é, de facto, na centralização dos centros de medicina desportiva, pelo menos que esses centros, que já existem em menor número - penso que são três no País a servir não um distrito mas uma região -, tenham o apetrechamento condigno, de acordo com a evolução da medicina desportiva em Portugal, uma vez que a lei obriga neste momento ao acto de medicina desportiva, coisa que não acontecia há anos. Ou será que a evolução é, de novo, para a descentralização por capital de distrito?
A terceira questão tem a ver com a orçamentação no que diz respeito aos CAR, isto é, aos centros de alto rendimento. Falou-se aqui nos projectos olímpicos e nas equipas olímpicas e nas principais dificuldades que os nossos atletas de alta competição têm tido por não existir em Portugal um verdadeiro centro de alto rendimento. Pergunto se, finalmente este ano, com este orçamento, poderemos ter um verdadeiro CAR que esteja, por exemplo, ao nível do de Granada, do CAR da Sierra Nevada.
É que esta tem sido uma queixa sistemática, e quem contacta com atletas olímpicos sabe que temos apenas pseudo-centros de alto rendimento e não verdadeiros laboratórios de exercício, modalidade por modalidade, que possam até ser aproveitados para turismo internacional desportivo, com devido apoio médico e em que o treinador possa executar na perfeição o controle técnico, modalidade por modalidade. Isso ainda não existe em Portugal. Talvez seja essa a principal carência que nos tenha obstado a levar uma equipa olímpica aos lugares do pódio.
Pergunto, por isso, se vamos ter ou não um verdadeiro CAR nacional, já que o nosso país vizinho já tem três. De facto, poderemos ter algo com essa designação, mas não, seguramente, com esse apetrechamento.
A quarta questão tem a ver com o facto de Portugal ter atingido um ponto crítico na dopagem no desporto, como todos sabemos e concordamos. O doping deve ser combatido por razões éticas, por levar à inverdade desportiva, por razões físicas, porque pode levar à morte do atleta, e por razões penais, porque é proibido. Há, portanto, um paralelismo entre a dopagem no desporto e o consumo de droga.
Portanto, se este ano atingimos este ponto crítico, pergunto se este orçamento contempla uma frente de batalha que nos permita inflectir a situação a que se chegou na dopagem no desporto, designadamente através de medidas primárias e outro tipo de medidas, passando pelos centros de medicina desportiva e pelo seu apetrechamento adequado.

O Sr. Presidente (Fernando Serrasqueiro): - Para responder, tem a palavra, Sr. Ministro.

O Sr. Ministro da Juventude e do Desporto: - Sr. Presidente, se me permite, começo por responder ao Sr. Deputado Miguel Capão Filipe, agradecendo as questões que me colocou, designadamente a última que tem a ver com o doping.
De facto, a luta antidoping é uma das prioridades do Ministério, através do Conselho Nacional Antidopagem. Quero dizer-lhe que tem havido uma modernização dos serviços e um apetrechamento do Laboratório Nacional de Dopagem e Bioquímica, que tem sido beneficiado, designadamente, de recursos que têm sido conseguidos através da Fundação do Desporto e também através de melhorias que têm vindo a ser gradativamente introduzidas, quer em termos de apoio técnico, quer em termos de medidas específicas sob a tutela do Conselho Nacional Antidopagem, quer também através dos meios humanos que têm vindo a ser reforçados. Partilho da opinião do Sr. Deputado.
Quero dizer-lhe que Portugal faz, seguramente, mais análises antidoping do que os Estados Unidos da América. No ano passado, fizemos mais de 3000 análises antidoping quer em competição quer fora dela. Posso dizer-lhe que fizemos mais de 1500 análises antidoping no futebol, mas também todas as outras modalidades têm vindo a ser objecto desse tipo de controlo, designadamente modalidades que não são, de modo algum, as modalidades de top, desde o tiro com arco, à vela, etc. E, infelizmente, temos encontrado alguns indícios quer de drogas sociais quer de componentes de dopagem extremamente sofisticadas, mas não nos encontramos numa situação muito dramática. De facto, desenvolvemos um grande combate quer no nosso país, quer na nossa participação em termos de União Europeia, no âmbito da Agência Mundial Antidopagem.
A medicina desportiva é também uma das prioridades. As verbas que beneficiarão os centros de medicina desportiva estão incluídas nas verbas de modernização do Instituto Nacional do Desporto, no seu respectivo PIDDAC.
Quanto ao CAR, estamos a investir, designadamente, no Complexo Nacional do Jamor, não apenas na estrutura específica do CAR mas também vamos criar o novo centro de estágio. Neste momento, estamos a negociar com a Universidade Técnica de Lisboa a possibilidade de transferirmos para ela, em termos de uma relação offset, o actual centro de estágio, para podermos, depois, dotar de equipamentos e de espaços, por troca com a Universidade, o nosso Centro de Alto Rendimento do Jamor e construir o novo centro de estágio.
Por outro lado, no Complexo Nacional do Jamor, também temos vindo a investir em espaços para a prática desportiva de alta competição. Estamos neste momento a ultimar uma nova sala de artes marciais e uma sala de judo, sendo certo que o judo é uma modalidade que tem vindo a ter um crescendo extraordinário de importância em termos de resultados desportivos. Posso ainda dizer-lhe que, no dia 25 de Novembro, vamos inaugurar o novo centro de treinos de atletismo do Jamor, que tem uma novíssima pista de oito corredores e que ficará à disposição para a prática de alta