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Portanto - e é bom que seja dito -, é possível melhorar a acessibilidade dos portugueses, com rigor, com menores recursos. No aspecto crítico fundamental, o que vem à frente são os cuidados de saúde, a qualidade, as pessoas, mas é possível fazê-lo com menos recursos. E isto tem uma vertente política muito importante, que é a de podemos pegar nos recursos que sobram e acorrer a outras áreas em que, infelizmente, não dispomos de recursos suficientes. É este o caminho, Sr. Deputado.
Já agora, digo-lhe a que se deve isto.
Não é só no estrito sentido de controlo, embora o controlo seja importante. Devo dizer-lhe que todos os hospitais - todos, sem excepção - têm metas de actividade, e pela primeira vez, os hospitais sabem claramente o que é que os portugueses, através do Governo, esperam deles. Obviamente, também há um acompanhamento por parte da equipa do Ministério, mas não é controlo policial; não acredito em controlos policiais, acredito na responsabilização individual de cada pessoa, que é o que está a acontecer cada vez mais no sector da saúde, pese a quem não goste do que está a acontecer.
Sr. Deputado Alberto Antunes, em relação às questões que colocou, vou responder-lhe a alguns aspectos e, depois, o Sr. Secretário de Estado dar-lhe-á maior informação, e vou começar pelo fim.
No que diz respeito à gestão, o hospital de Setúbal tem melhorado francamente os seus índices de assistência, e posso dar-lhe números concretos. E o que se passa, Sr. Deputado, é que uma reforma destas não se faz por unanimidade. Há comportamentos instalados, há práticas estabelecidas que não se mudam de um dia para o outro. É claro que o facto de haver greves por parte dos profissionais é algo que tem de ser levado em linha de conta - é óbvio que sim! -, mas não é o único factor e, porventura, não será o único factor decisivo.
Se estivéssemos à espera da reacção para, depois, andar para trás, como os senhores muitas vezes fizeram… Esta era a política a que os senhores estavam habituados: havia contestação, os senhores iam atrás e não tomavam medidas! Não estou a dizer que não se oiçam os profissionais, não é isto que estou a dizer. Tem de se ouvir os profissionais, tem de se discutir com eles, mas é óbvio que o que estamos a fazer vai bulir com uma organização existente. É demagógico afirmar que podemos fazer isto com a unanimidade de todos. Não há unanimidade, e é bom que se diga de uma forma clara.
Portanto, considero que a equipa de gestão do hospital de Setúbal está a fazer um bom trabalho. Porventura, errará aqui ou acolá, como todos nós erramos, mas a sua actuação tem sido bastante positiva. Vamos manter a actual equipa de gestão, como é óbvio. Vamos falar com os profissionais, vamos tentar explicar-lhes o que está em jogo. É que eu acredito que a luta dos profissionais seja a mesma que a minha, que é a de prestar melhores cuidados de saúde às pessoas. Acredito que seja isto que os profissionais também querem, e por isso vamos explicar-lhes.
É evidente que alguns sentir-se-ão atingidos em algumas práticas estabelecidas - paciência! Temos de ter uma linha de conduta que seja rigorosa; temos de escutar as pessoas, de discutir com elas, como é óbvio, mas não podemos estar sempre a inflectir por haver contestação, a não ser que as pessoas tenham razão. E, se assim for, com certeza.
Aliás, devo dizer-lhe que a principal dificuldade é a de, quando alguém está a contestar uma determinada política, termos os ouvidos abertos, porque, no meio de tudo o que é dito, há algo que está certo, e temos a obrigação de prestar atenção.
É evidente que há contestação, e vai continuar a haver. É óbvio! O que estamos a fazer é a melhorar claramente os cuidados de saúde para a população.
Portanto, à pergunta do Sr. Deputado, sobre o que vai acontecer à equipa de gestão do hospital de Setúbal, respondo que vai permanecer, porque considero que está a fazer um bom trabalho. Se calhar, temos de melhorar o diálogo, mas, em última análise, temos de tomar decisões.
Relativamente ao hospital de Santiago de Cacém, Hospital Conde do Bracial, é bastante antigo e conheço-o até como utente, muito antes de ter assumido as minhas actuais funções. Foi lançado um novo hospital, que se justifica e que é importante que seja inaugurado. Neste momento, prevemos que a sua inauguração se efectue no 1.º trimestre do ano que vem - não tenho comigo a indicação da data exacta que estava prevista no tempo em que os senhores eram governo, mas creio que era finais do presente ano. Mas deixo ao Sr. Secretário de Estado o encargo de lhe dar uma resposta um pouco mais pormenorizada e o mesmo se diga em relação ao Hospital de Garcia de Orta.
Como o Sr. Deputado sabe, temos 110 hospitais, 370 centros de saúde, 1800 extensões de saúde, o que implica um enorme volume de investimento, mesmo quando se trata de substituição ou de renovação. Por vezes, temos de estabelecer prioridades na afectação de recursos, e, se calhar, gostaríamos de afectar recursos a todos os hospitais ao mesmo tempo, como é óbvio.
O Hospital de Garcia de Orta tem alguns problemas, e vamos tentar resolvê-los, mas, neste momento, existem outras prioridades noutras áreas. Contudo, isto não significa secundarizar o Hospital de Garcia de Orta, em Almada. Penso que os portugueses entendem que não podemos estar a acorrer a tudo ao mesmo tempo. E, neste aspecto, Sr. Deputado, é verdade que o problema das consultas externas é uma preocupação, mas, no que toca ao Hospital de Garcia de Orta, há um aspecto, embora não haja qualquer decisão tomada em relação a isso, mas pode ser uma via, que é o de ser um hospital empresarializado, e os hospitais empresarializados têm capital social - e ainda bem! -, têm capacidade de autonomia e até capacidade de desenvolver algumas actuações de maneira mais autónoma. Aliás, foi por isso que lhes conferimos autonomia, e não estou a dizer que, neste caso, seja através disto, mas é uma possibilidade que podemos encarar.
Ainda relativamente ao hospital de Santiago do Cacém e ao Hospital de São Bernardo, em Setúbal, no que diz respeito à reconversão, passo a palavra ao Sr. Secretário de Estado para responder.

O Sr. Presidente (Patinha Antão): - Tem, então, a palavra o Sr. Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde.

O Sr. Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde: - Sr. Presidente, Sr. Deputado Alberto Antunes, deixo algumas notas sobre o Hospital Conde do Bracial e o futuro hospital do Litoral Alentejano.