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16 | II Série GOPOE - Número: 010 | 17 de Novembro de 2005


Se o Sr. Deputado quiser desviar a conversa, muito bem! Se quiser ouvir o que estou a dizer-lhe, então, é o seguinte: as despesas do Ministério são baixas em valor absoluto. Quando se passa de 1$ para 2$, há um aumento de 100%, no entanto, esse aumento é baixo. Não pode comparar com quem tem 1000 e passou de 1000 para 900. Está a perceber o que quero dizer?

O Sr. Luís Rodrigues (PSD): — Eu tenho de comparar é com o mesmo Ministério!

O Orador: — Pois tem! O Sr. Deputado quer que eu lhe diga mais? Eu não queria entrar nesse campo, mas o senhor está a querer que eu avance mais. Mas vou dizer-lhe: não estou disponível para mandar as empresas fazer estudos, que devem ser feitos pelo Ministério, para, depois, as empresas meterem essas despesas nas suas contas, para aliviar as contas do Ministério. Não estou voltado para isso!

Protestos do PSD.

Sr. Presidente, peço desculpa, mas com estas interrupções não é possível continuar.

O Sr. Presidente (Miguel Relvas): — Srs. Deputados, sabem que não há pedidos de esclarecimentos. O Sr. Ministro está no uso do seu direito de intervenção e não vou ensinar aos Srs. Deputados as regras do Regimento.
Queira prosseguir, Sr. Ministro.

O Sr. Luís Rodrigues (PSD): — Então, Sr. Ministro, faça favor de explicar como é que o porto de Sines pagou à Sr. Secretário de Estado!

O Orador: — Eu explico, Sr. Deputado. Se há coisa que o Sr. Deputado já tem obrigação de saber é que essas coisas não me assustam absolutamente nada.

Protestos do PSD.

O Sr. Presidente (Miguel Relvas): — Os Srs. Deputados têm sempre um direito, que é o de querer ajudar ou não à eficiência e à eficácia das reuniões. Se não o quiserem fazer, estão no vosso direito…

O Orador: — Para que não haja dúvidas, quero esclarecer que quando classifiquei de megalómano o vosso projecto de alta velocidade, não quis dizer que o projecto era megalómano por ter quatro linhas. Disse que era megalómano — e até usei uma expressão que, ultimamente, têm usado muitas vezes a propósito desses projectos — porque previa fazer todas as linhas, designadamente Lisboa-Porto, Lisboa-Madrid, Lisboa-Vigo e Porto-Vigo, praticamente ao mesmo tempo. Ora, isto parece-me um exagero. Nós não temos condições nem corresponde a qualquer necessidade objectiva, imperiosa, fazermos a linha Porto-Vigo antes de estar concluída a linha Lisboa-Madrid. Nada mais do que isto.
Já vos disse que o projecto que os senhores deixaram, de desenvolvimento de alta velocidade, me parece bem. Julgo é que tem de ser adequado na sua programação e que as prioridades são essas. Não há aqui problema algum especial sobre esta questão.
Quanto à questão colocada sobre o shuttle, respondo que não há qualquer confusão. Não se deve misturar o shuttle de ligação entre a Gare do Oriente e o aeroporto da Ota, e vice-versa, com a linha de alta velocidade.
São coisas completamente distintas. A linha de alta velocidade vai de Lisboa para o Porto.
Os Srs. Deputados, às vezes, acham que determinada ideia é muito disparatada, entendem que o Governo deve tê-la e, depois, tecem grandes considerações acerca dessa ideia disparatada. Já percebi que o Sr. Deputado Nuno Magalhães considera disparatado haver um comboio de alta velocidade de Lisboa ao Porto que pare na Ota, em Leiria, em Coimbra, em Aveiro. O que o Sr. Deputado devia pensar é que eu também considero disparatado e não fazer — isso é o que eu considero uma boa ideia — uma grande dissertação sobre esta matéria. É que eu também considero um disparate.
Ora, o Sr. Deputado deve perceber que o facto de haver uma estação no Porto, em Aveiro, em Coimbra, em Leiria e na Ota não quer dizer que todos os comboios parem em todas estações.
O Sr. Deputado, por acaso, já andou de alta velocidade na Europa?

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PPP): — Já!

O Orador: — Óptimo! E sabe quantas estações é que há em cada linha? Olhe, por exemplo, sabe quantas há entre Sevilha e Madrid? Há cinco. No entanto, o comboio, muitas vezes, não pára em nenhuma, às vezes só pára numa, outras vezes pára noutra. É assim!