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16 | II Série GOPOE - Número: 005 | 19 de Fevereiro de 2010

Há um conjunto de iniciativas programadas — depois terei oportunidade de informar a Comissão, em detalhe, sobre essas iniciativas — quer em Nova Iorque, quer em Lisboa, quer fora de Lisboa. Em Lisboa, nas áreas do turismo e das energias renováveis, por exemplo, já realizámos iniciativas em que convidámos representantes desses países para acompanharem a experiência portuguesa nesse sector, mas são iniciativas muito pontuais e com um orçamento muito limitado porque, de facto, não temos recursos para nos bater com orçamentos como os da Alemanha e do Canadá.
Apesar de tudo, vamos continuar a bater-nos por um lugar no Conselho de Segurança. Sabemos que não é fácil, mas teremos de fazer algum esforço nesse sentido.
Sobre a internacionalização e o programa específico da Ásia, informei — o Sr. Deputado não ouviu, com certeza — que até ao final do mês de Março teremos uma estratégia de relançamento das relações com a Ásia, preparada a nível do Governo. Tem de ser uma estratégia de médio prazo, eu diria que é uma estratégia que deve envolver os vários governos, daqui até ao horizonte de 2017, no sentido de projectar uma imagem do nosso País diferente daquela que hoje temos. Aliás, não é da imagem que se trata mas mais da representação dos interesses do nosso País.
O País tem uma imagem muito importante no continente asiático, é uma potência histórica, e é assim que lá nos vêem, como potência histórica, mas fomos perdendo contacto com esses países ao longo das décadas.
Primeiro, desde a Conferência de Bandung, em que persistimos na colonização forçada, perdemos muito contacto com todo o grupo de países que se alinhou, ou se desalinhou — neste caso, o movimento dos não alinhados — , perdendo contacto com Portugal; depois, a guerra colonial afastou muitos desses Estados da relação com Portugal; também como persistimos na luta por Timor, que era uma luta incómoda para muitos dos Estados dessa região, fomos perdendo lastro no relacionamento nessa região.
Portanto, a nossa perspectiva é a de que precisamos fazer um investimento renovado no relançamento da nossa relação com a Ásia. Assim, apresentarei em comissão, até ao final do mês de Março, um programa com um conjunto de acções, de iniciativas e de linhas estratégicas para os próximos anos.
Para este ano, temos previstos 700 000 € para iniciativas específicas que se relacionam com o lançamento deste programa em algumas destas regiões.
Há um conjunto de países referenciado e, naturalmente, a representação em Xangai vai ser importante para nós, mas dir-lhe-ei que a celebração dos 500 anos da chegada à Tailândia, ao reino de Sião, marcará um conjunto de iniciativas históricas que queremos sustentar ao longo dos vários anos. Espero que a oposição nos acompanhe nesse esforço, porque ele deve ser sustentado ao longo dos próximos anos, para dar de novo uma projecção à imagem de potência histórica que o nosso País tem nessa região.

O Sr. Presidente: — Sr. Ministro, creio que terá ocasião, nas respostas seguintes, de voltar a esse tema.

O Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: — Com certeza, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado José Manuel Pureza.

O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, Srs. Secretários de Estado, as minhas saudações.
Sr. Ministro, vou colocar-lhe quatro ordens de questões diferentes, que decorrem da leitura que fiz do Orçamento do Estado respeitante ao Ministério dos Negócios Estrangeiros.
A primeira ordem de questões prende-se, naturalmente, com a importância relativa que passa a ter, neste contexto, a verba atribuída ao Instituto Camões.
Creio que os dados são objectivos e que não merecem grande margem de apreciação no que diz respeito às verbas envolvidas, mas está em causa, isso sim — e gostava de ouvir da parte do Sr. Ministro alguma reflexão estratégica a este respeito — , aquilo que se refere à política da língua.
O Instituto Camões — disse o Sr. Ministro em resposta a uma pergunta anterior — tem como missão primordial defender a projecção da língua portuguesa não só enquanto língua de trabalho em organizações internacionais mas também enquanto língua em expansão.
Sucede, e o Sr. Ministro sabe-o melhor do que eu, que no actual contexto internacional, cada vez mais a língua portuguesa coexiste em contextos multilingues, pelo que insistir num exclusivo, ou num quase