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não é a que resulta deste texto, só pode ser explicado com a tal preocupação mediática.
Ainda dentro da preocupação de clareza sobre esta questão, gostaria de dizer que foi feita pelo Sr. Presidente uma observação que me pareceu imputar ao PSD alguma incoerência de posições quanto aos referendos regionais e referendo nacional, que não estaria de acordo com o seu próprio projecto de revisão. Sinceramente, não vejo essa incoerência, bem pelo contrário, e aproveito, exactamente, para deixar claro que o projecto aponta - essa é a posição que mantemos desde sempre - para a necessidade de haver um desfasamento temporal entre o referendo nacional e os referendos regionais. Aliás, o Sr. Deputado Luís Sá acabou por arrolar alguns inconvenientes da simultaneidade desses referendos, pois é facilmente perceptível que a sua realização simultânea acarreterá prejuízo recíproco para os referendos entre si.
Fazer uma discussão em termos de um referendo nacional, em que o que está em causa é a opção da regionalização ou da não regionalização, e misturá-la com debates regionais sobre questões que têm a ver com aspectos concretos dos contornos das regiões, do facto de uma determinada população estar inserida nesta ou naquela região, é prejudicar um e outro, é introduzir no âmbito do referendo nacional questões que têm apenas um carácter regional, mas que vão, necessariamente, inquinar a forma de avaliação do referendo nacional. A questão geral da regionalização ou da não regionalização, própria do referendo nacional, colocada em simultaneidade com os referendos regionais e com as situações concretas desta ou daquela região, é também uma penetração de matérias e áreas, que nos parece politicamente desaconselhável. O esforço que se tem feito aqui no sentido da clareza, transparência e rigor de que esta matéria deve ser objecto é já bastante e seria errado que se persistisse numa ideia de simultaneidade. Esta é uma questão para nós clara.
De qualquer forma, quero saudar o entusiasmo "referendário" que aqui se notou por parte do PS. Valeu a pena este combate, que acabou por ser, em bom rigor, "um parto sem dor", o que se verifica pela forma como, com toda espontaneidade e entusiasmo, o PS, agora, se revela adepto do referendo nacional. Portanto, valeu a pena.
A minha última questão tem a ver com uma alusão, já aqui feita pelos Srs. Deputados Luís Sá e José Magalhães, relativa às regiões autónomas e a hipótese de se referendar agora o problema da regionalização política dos Açores e da Madeira.

O Sr. José Magalhães (PS): - Não coloquei essa questão!

O Sr. Guilherme Silva (PSD): - Não colocou essa questão no sentido formal, mas trouxe à liça esse problema.

O Sr. José Magalhães (PS): - Não, Sr. Deputado.

O Sr. Guilherme Silva (PSD): - Se bem percebi, ouvi o Sr. Deputado Luís Sá falar do "grande problema que seria referendar agora a questão da regionalização...".

O Sr. Luís Sá (PCP): - Dá-me licença, Sr. Deputado?

O Sr. Guilherme Silva (PSD): - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Luís Sá (PCP): - Não, Sr. Deputado, eu não disse isso. O que eu disse foi que isso não faria qualquer sentido, mas fi-lo para demonstrar outra coisa.

O Sr. Guilherme Silva (PSD): - O que não quer dizer que não tenha falado na questão, embora revelando-se contra ela.

O Sr. José Magalhães (PS): - Sr. Presidente, se me permite, gostaria de deixar na acta, claramente, que nem sequer aflorei tal questão. Não aludi a ela, nem directa nem indirectamente - vazio absoluto de alusão! O Sr. Deputado Guilherme Silva traz da Madeira um conceito qualquer que não tem nada a ver com a realidade.

O Sr. Guilherme Silva (PSD): - Só me congratulo com isso, Sr. Deputado, e mais uma vez se revela que vale a pena trazer aqui estas questões. Fico satisfeito em verificar que, efectivamente, parece haver um consenso generalizado no sentido de não se poderem misturar as questões da regionalização administrativa do continente com as da regionalização política já adquirida e constitucionalmente consolidada e sufragada dos Açores e da Madeira, que têm, aliás, contextos históricos completamente diferentes. Nós estamos num processo de regionalização que atravessa a sociedade portuguesa e os partidos políticos de uma forma dividida e, portanto, o referendo tem todo o sentido.
E eram estas as questões que queria colocar, chamando a atenção para a necessidade de pensarmos, efectivamente, em não frustrar a expectativa dos portugueses, que dificilmente compreenderão que, depois de todo este debate à volta do referendo nacional sobre a regionalização, não se criem as condições para que este aconteça em tempo útil e não excessivamente desfasado do próprio momento em que se conseguiu obter na Assembleia da República o consenso para que esse referendo se faça.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Passos Coelho.

O Sr. Pedro Passos Coelho (PSD): - Sr. Presidente, em primeiro lugar, gostaria de reforçar aquilo que o Deputado Guilherme Silva disse no início desta sua intervenção e que o meu companheiro, Luís Marques Guedes, justamente defendeu na reunião da semana passada. É preciso, desde já e enquanto é tempo, fazer contas ao tempo que vamos demorar neste processo de revisão constitucional, por forma a que qualquer referendo - e esperemos que sejam dois referendos intervalados - relativo ao processo de regionalização venha a ter lugar dentro de um tempo politicamente útil e não a destempo daquele que era o propósito da maior parte dos partidos no que toca à regionalização.
Sabemos que o Presidente da Comissão mostrou abertura para que esta questão viesse ainda a ser ponderada e, em qualquer caso, ficou nítido já do debate aqui travado esta manhã que nós não só não podemos dispensar a leitura de intenções contidas na primeira versão dos projectos como não dispensaremos seguramente uma segunda leitura e ainda as propostas de alteração aos projectos inicialmente apresentados, o que, em trabalho de Comissão, significa que não nos chegarão algumas semanas para concluir este processo, que tem a ver com as alterações constitucionais no que respeita à regionalização, se, entretanto, tivermos