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É exactamente por causa disto que eu dizia: "Bom, mas se, na verdade, ao Partido Socialista não causa problemas governar de acordo com este princípio, e tendo em conta que as grandes alternâncias têm sido entre o Partido Socialista e o Partido Social Democrata, então, também não faria sentido que o Partido Socialista o recusasse na Constituição".
Percebo agora que V. Ex.ª está a funcionar em nome alheio. Isto é, e se o PCP for governo? V. Ex.ª está a tomar as dores do PCP…

O Sr. António Reis (PS): - E uma coligação PS/PCP?!

O Sr. Carlos Encarnação (PSD): - Uma coligação PS/PCP, que seria ideal para este país, certamente…

O Sr. António Reis (PS): - E os históricos do PS no governo?

O Sr. Carlos Encarnação (PSD): - Aí é que está o problema!

Risos.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Carlos Encarnação, dê um contributo para a objectividade!

O Sr. Carlos Encarnação (PSD): - Sr. Presidente, é difícil dar um contributo para a objectividade quando problemas destes são levantados. Eu não posso negar-me a discuti-los, como é evidente! Até me ficaria mal!

Risos.

Até gosto. Palavra de honra, Sr. Presidente!

Risos.

Aquilo que o Sr. Deputado António Reis lembrou neste pequeno aparte em que disse: "E os históricos do PS?" também foi por mim abordado, quando eu disse: "Bom, eu até tenho problemas, porque vejo que, dentro do próprio Partido Socialista, uns querem uma coisa, outros querem outra".

O Sr. António Reis (PS): - Convosco passa-se o mesmo!

O Sr. Carlos Encarnação (PSD): - E eu acho que é natural que isso aconteça e acho que é natural que esses problemas se espelhem na revisão constitucional. Aliás, tenho a impressão de que nos últimos tempos isso se espelhou de forma muito manifesta quanto à questão da revisão constitucional.
Mas estava eu a dizer que, na altura, tinha feito essa ressalva, e ainda bem que o Sr. Deputado António Reis lembra isso agora. O Sr. Deputado António Reis pegou nas palavras que eu tinha utilizado e tentou virar o argumento contra nós. E diz assim: "Alto! O Sr. Deputado Calvão da Silva, num devaneio coimbrão, disse uma coisa que é contrária àquilo que o meu amigo acabou de dizer". Foi mais ou menos isto que o senhor disse.
E agora vamos lá ver se, na verdade, o Sr. Deputado Calvão da Silva terá dito uma coisa tão contrária àquilo que nós aqui estamos a dizer. O Deputado Calvão da Silva foi também subscritor do projecto de revisão constitucional apresentado pelo PSD e sabe perfeitamente aquilo que estava contido nesse projecto. O Deputado Calvão da Silva não é uma pessoa inconsciente, é um professor universitário, é um homem com cultura suficiente, até política, para compreender perfeitamente aquilo que está a dizer.

O Sr. José Magalhães (PS): - O que é que estávamos a discutir? Era o artigo 80.º?!

O Sr. Carlos Encarnação (PSD): - Efectivamente, estamos a discutir o artigo 80.º. O mesmo em relação ao qual V. Ex.ª perdeu horas, em 1989!

Risos.

Mas o que eu estava a dizer era o seguinte: será que o Sr. Deputado Calvão da Silva queria dizer alguma coisa de sinal contrário em relação àquilo que o próprio projecto de revisão constitucional do PSD, e já não digo eu, escreve?
Há uma questão fundamental que o Sr. Deputado António Reis tem de compreender. É que nós, no artigo 80.º, estamos a tratar de uma coisa muito simples: dos princípios da organização económica. Mas há um "artiguinho", que é o 81.º. O artigo 80.º proposto pelo PSD refere a subsidiariedade da acção do Estado entendida de acordo com a nossa proposta para o artigo 81.º. E no artigo 81.º fala-se…

O Sr. Presidente: - Estamos a discutir o artigo 80.º.

O Sr. Carlos Encarnação (PSD): - Mas eu estou a utilizar o artigo 81.º para tentar precisar aquilo que o Sr. Deputado António Reis coloca em relação à ininteligibilidade ou à divergência de critérios quanto às incumbências prioritárias do Estado. Porque é disso que nesta altura estamos a falar. O Sr. Deputado António Reis está a colocar a questão em termos de artigo 81.º e não de artigo 80.º. E o Sr. Deputado António Reis não pode ler a proposta do PSD para o artigo 80.º sem ler a do artigo 81.º, porque isso, então, não faria qualquer sentido!
Recupero aquilo que propomos para o artigo 81.º, sobre quais são as incumbências prioritárias no Estado no domínio económico e social: "Promover o aumento do bem-estar social e económico e da qualidade de vida, em especial das pessoas mais desfavorecidas;…"

O Sr. Presidente: - Não nos vai ler todo o artigo, pois não?!

O Sr. Carlos Encarnação (PSD): - É conveniente, para explicitar bem a minha ideia, Sr. Presidente!
Continuando: "… Promover a justiça social, assegurar a igualdade de oportunidades e operar as necessárias correcções das desigualdades na distribuição da riqueza e