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6 Diário da Câmara dos Deputados

O Sr. Abílio Marçal: - Pedi a palavra para mandar para a Mesa o parecer da terceira comissão de verificação de poderes, referente à eleição de um Deputado pelo círculo n.° 27 (Lisboa).

O Sr. Eduardo de Sousa: - Poucos dias antes de se abrir o Parlamento faleceu, na sua casa de Santa Cruz do Douro, o antigo Deputado pelo círculo de Baião, monsenhor Artur Eduardo de Almeida Brandão, antigo capelão militar.

Como tenho a honra de representar agora no Parlamento o círculo em que está incluído o concelho de Baião, comunico à Câmara o infausto sucesso, e proponho ao mesmo tempo um voto de sentimento.

Monsenhor Almeida Brandão, pelas nobres qualidades do sou carácter e pela ilustração do seu espírito, honrou a classe a que pertenceu, e deixou no Parlamento, se não um rasto fulgente da sua passagem, durante as sucessivas legislaturas em que foi Deputado, seguramente uma benemérita e honrosa memória pelo interesse que dispensou às causas públicas, e pelo empenho que empregou em servir o melhor possível os progressos e interesses do círculo que o elegeu.

Era de uma família tradicionalista, como são quási todas as velhas famílias dessa remota, montanhosa e bela região por fica de Queiroz escolhida para principal teatro do seu romance A ilustre casa dos Ramires; mas, se era de tradicionalista origem, era de espírito progressivo e aberto, como todos os outros seus irmãos que, no Pôrto, quer no comércio, quer na indústria, quer mesmo nos meios scientíficos, conseguiram justo destaque e honrosa nomeada, sobretudo aquele de seus irmãos, professor eminente da Faculdade de Medicina do Pôrto e seu actual director, o Sr. Dr. Augusto de Almeida Brandão, que tive a honra de contar entre o número dos meus mestres, e tenho ainda a fortuna de contar entre o número dos meus amigos, que foi um dos primeiros candidatos a Deputado proposto pelo Partido Republicano do Pôrto, nos seus primeiros tempos de organização e propaganda.

O Sr. João Gonçalves:-Pedi a palavra para chamar a atenção do Sr. Ministro do Trabalho para um assunto que diz respeito à pasta de S. Exa.

Refiro-me à questão do enxofre.

Como está presente o Sr. Ministro do Interior e êste caso é urgente, espero que S. Exa. não se escusará a tomar na devida atenção as minhas considerações, e que as transmitirá ao seu colega do Trabalho.

Eu sei que há grandes dificuldades hoje na aquisição dêsse produto tam necessário à agricultura, sendo por intermédio da comissão do ravitaillement de Londres que a aquisição e distribuição se faz.

Sei tambêm que o Govêrno Francês providenciou muito a tempo sôbre as dificuldades da aquisição dêsse produto, e sei que êle forneceu à agricultura e à indústria êsse produto a um preço módico, 500 francos a tonelada, cêrca de setenta mil e tantas toneladas destinadas à sua agricultura, e tem trabalhado para abastecer a sua indústria com enxofre vindo da América.

Eu sei que tem havido grandes dificuldades na aquisição dêsse produto, porquanto me consta que ao mesmo tempo tem de haver um meio indispensável para se poder obtor essa matéria.

Eu não sei, Sr. Presidente, até que ponto irão as démarches da pasta do Trabalho para alcançar êsse resultado, e nos poder garantir o enxofre indispensável à indústria e à agricultura.

Geralmente, por uma destas cousas difíceis de explicar para nós, aliados, parece surgirem todas as dificuldades, pois sei que, para países não aliados, a Espanha, por exemplo, tem alcançado os permis que quere, e sei de casas comerciais portuguesas que, na dificuldade de abastecer o mercado português, endossam os seus negócios que têm realizados em Itália para Espanha.

Seria doloroso, Sr. Presidente, que podendo o Govêrno Português alcançar para a agricultura êsse artigo por um preço aceitável, estivéssemos à espera do que pode vir da comissão de ravitaillement de Londres, que não sei quando virá, e não não nos muníssemos a tempo com os permis indispensáveis para a agricultura, dando essa faculdade à Federação dos Sindicatos Agrícolas de Portugal, que não tem fins especuladores, procurando, sim-