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Sessão de 8 de Janeiro de 1919 11

cimentos que se seguiram à morte de Sidónio Pais, eu só quero destacar um a que S. Exa. se referiu, de apoio e defesa da obra de Sidónio Pais.

Êsse movimento a que S. Exa. só referiu, mais ou monos de revolta, mais ou menos de irrequiotismo, era afinal dó contas a agitação da grande massa conservadora do país, receosa de que a morte daquele grande homem e português precipitasse novamente êste país nas mãos dos meus implacáveis inimigos. Assim, Sr. Presidente, considero eu êsse movimento, assim o explico e assim vejo que a sua solução foi a manutenção da ordem e prosseguimento da obra de Sidónio Pais; teve, pois, dois aspectos e êsses dois aspectos claramente os destacou o Sr. Presidente do Ministério, e tam claramente que disso resulta uma situação clara e definida.

Na parte que essa obra tem de nacional, na luta contra a demagogia, na manutenção do nome português perante o estrangeiro, estamos sempre, ao lado do Govêrno. Na consolidação da República é-nos absolutamente indiferente isso e só continuamos com o mesmo propósito de definir a nossa atitude que se não coaduna com agitações ou movimentos do qualquer ordem, que seriam perigosos perante a crise que a Europa está atravessando.

Há pouco, Sr. Presidente, as eleições inglesas trouxeram uma formidável maioria conservadora, maioria tam grande que excedeu as expectativas daqueles mesmo que, como eu, mais confiavam no provado bom senso do povo britânico.

Noutro dia, falando na Praça da Concórdia ao povo francês, - nessa Praça cujo nome é um programa que encerra toda a história dê França, da nossa raça e intelectualidade - o grande patriota, o Presidente Poincaré, afirmou que não receava a revolução socialista, o bolchevista, porque êste mal pertence aos vencidos!

Aqui está uma frase que seria bom que nós a pudéssemos aplicar também ao nosso país.

Nessa luta contra a demagogia, iniciada pelo Sr. Dr. Sidónio Pais, é necessário que nós não sejamos vencidos, porque, fazendo parte das nações beligerantes e ao lado dos aliados victoriosos, nós abriríamos uma excepção que equivaleria a um grande prejuízo nacional.

Espero, portanto, que o Govêrno manterá essa linha de conduta que honra a memória do Sr. Dr. Sidónio Pais e o nome português.

Tenho dito. (Apoiados).

O Sr. Cunha Lial: - Sr. Presidente: apresenta-se perante o Parlamento Português o segundo Ministério Constitucional- disso o Sr. Tamagnini Barbosa - sob a presidência do Sr. almirante Canto e Castro. Eu direi que só apresenta aqui o segundo Ministério inconstitucional do Sr. Tamagnini Barbosa, porque não há razão alguma que possa explicar ao Parlamento a queda do Ministério que antecedeu a êste.

Cedeu êsse Ministério perante o quê?

Caíu no Parlamento perante as leis constitucionais?

É isto o que devia ficar bem explícito na declaração ministerial.

O Govêrno caiu incosntitucionalmente.

O Sr. Tamagnini Barbosa, com a sua dialectica, com as suas brilhantes artes de orador parlamentar, não pode demonstrar o contrário do que ou afirmo.

O Govêrno caiu, e nós temos do aceitar as cousas como elas são.

Está sentada naquelas cadeiras uma serie de criaturas respeitáveis, que me dizem ser o Govêrno da República, e eu tenho medo de que elas pratiquem um abuso inconsciente de confiança, dizendo que de facto são o Govêrno.

O primeiro Ministério de V. Exa., Sr. Tamagnini Barbosa, não foi um Govêrno, mas um espantalho que esteve no Terreiro do Paço para nada fazer; foi uma reunião de criaturas sem energia, sem fé republicana que, sentados nus cadeiras do Poder, admitiram que alguêm se intrometesse na gerência da Nação, consentindo toda a série de atentados. E eu, costumado a conhecer V. Exa. através duma atitude rígida de estátua, quando V. Exa. falava punha-lhe um fio de prumo na coluna vertebral, e sabia que V. Exa. ai mantinha uma verticalidade absoluta. Mas agora vejo que V. Exa. é de cera: amolda-se, deixa-se dominar contra todos os princípios constitucionais, aceita as situações mais vexatórias, e fica, apesar de tudo, porque nós estamos convencidos de que V. Exa. fica, por isso