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Sessão de 7 de Fevereiro de 1919 31

bros das juntas o são, um criminoso que nós, os republicanos, tenhamos de levar aos tribunais, porque, ou a República acaba, ou os juntistas, tenham a certeza, irão todos responder perante os tribunais.

Que espécie de cumplicidade ou houve entre o chefe do Govêrno e os membros das juntas?

Dá-se o facto muito curioso, peço a atenção da Câmara para êste ponto, de se apresentarem as juntas a acusarem o Sr. Presidente do Ministério de se ter traído; e nota-se com espanto que o Sr. Presidente do Ministério só muito frouxamente diz não tem compromissos escritos, o que não quere significar que os não tenha orais.

Existem, pois, duas afirmativas contraditórias que impossibilitavam estas duas entidades, juntas e Sr. Tamagnini Barbosa de negociarem, mutuamente.

Mas não sucedeu assim!

Chegaram a um acordo, estão juntinhos.

E assim, Sr. Presidente, que nós, republicanos, os queremos encontrar para os conhecermos uns e outros, juntinhos, amarrados uns aos outros.

Seja-me permitido agora ler aqui uma carta muito curiosa, que o Sr. Coronel João de Almeida mandou para vários jornais.

O Govêrno, ao que me dizem, teve o cuidado do fazer sentir a êsses jornais que a não deviam publicar, porque se desejava que a própria censura dela não tomasse conhecimento.

Vou, pois, ler a carta.

Diz assim:

Leu.

O Sr. João de Almeida chama, pois, nessa carta ao Sr. Tamagnini Barbosa três vezes mentiroso e traidor.

Vou ler ainda alguns trechos duma proclamação da junta do norte, para melhor se ficar conhecendo ainda êste problema das relações das juntas com o Sr. Presidente do Ministério.

Leu.

Só havia a esperar da parto do Sr. Presidente do Ministério que procedesse contra o Sr. João de Almeida e as juntas militarmente, sem prejuízo da liquidação pessoal do incidente.

Não fez assim.

S. Exa. pactuou com as juntas e com o Sr. João de Almeida.

Uns e outros puseram de parte os melindres da situação, e chegaram a um acordo.

Estão juntinhos, amarrados do pés e mãos - uns e outros - eis o que o público diz, eis o que o público pensa.

Sr. Presidente: vou terminar as minhas considerações, pois vou sendo demasiado longo e a Câmara está fatigada de me ouvir.

Mas acentuarei antes que, com os seus machiavelismos, o Sr. Presidente do Ministério a ninguém consegue iludir.

Nós sabemos, porque também temos a nossa polícia, muita cousa que se tem passado.

Nós sabemos que no Hotel Metrópole tem havido negociações entre vários membros das juntas, em que tomam parte postos elevados ao lado de postos inferiores.

São êsses elementos de ordem que, apesar de clamarem contra o bolchevismo, fazem a desordem.

Eu tenho muito amor à farda que visto.

Num dado momento, posso tornar-me revolucionário, quando a minha consciência me diga que isso se torna necessário em benefício da Pátria, apesar disso ser um crime militar.

O que não admito é que os oficiais que estão no Govêrno, porque meia dúzia de cretinados se constituíram em juntas, vão pactuar com êles.

Isso não! Isso é vergonhoso! (Apoiados).

Cada um pode proceder conforme o seu livre arbítrio.

Mas os Governos nunca devem rebaixar-se a transigências que os envergonham.

Acabemos com êste espectáculo de facilidades de toda a ordem, que vão até aos comboios especiais para os revoltosos monárquicos das juntas.

Envergonhem-se os Governos dêste desabar do edifício da disciplina do exército.

Sr. Presidente: no emtanto, apesar de tudo, eu creio intimamente que a República há-de triunfar, porque o regime republicano é a forma que melhor convêm à nossa Pátria. (Apoiados).

Oficiais que se orgulhavam de mostrar ao peito as medalhas ganhas a combater