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32 Diário da Câmara dos Deputados

os inimigos da sua Pátria, apesar de revoltados com êste espectáculo, vieram oferecer-se a um Govêrno que detestavam para defender a Republica.

Eram oficiais de todos os partidos, evolucionistas, democráticos, unionistas, todos êles animados pelo santo desejo de bem servir a República.

O Sr. Feliciano da Costa, então em serviço no Gabinete do Ministério da Guerra, com a isenção e coragem que muito o honra e a que quero prestar culto e homenagem, passou guia a êsses oficiais para serem colocados em diferentes imediata, porque é bom frizar que Casos oficiais andavam a monte, não ofereciam confiança a uma monarquia mal disfarçada em República.

Pois nenhum dêstes oficiais foi recebido nas unidades que lhes destinaram, tendo todos sido reenviados ao Ministério da Guerra.

E o Govêrno não procedeu contra estes actos de indisciplina, o achou bem; limitou-se a despedir o Sr. Feliciano da Costa, que não servia a contento seu.

Há mais.

Nomeou-se um comissário do Govêrno para Braga, e êsse comissário foi mandado à fôrça pelas juntas para o Pôrto.

Mandou-se um general de divisão, com o chefe do estado maior para comandar uma divisão.

Não puderam êsses oficiais desempenhar-se dessa missão, foram presos e o Govêrno cruzou os braços.

E quere o Govêrno que nós acredito-mos que a República está bem entregue nas suas mãos!

Só há nesta casa republicanos que tenham a coragem moral do darem um voto de confiança a êsse Govêrno, que fiquem com essa responsabilidade.

O futuro está na República, não na monarquia.

E se para a defender fôr preciso que alguém se sacrifique, êsse sacrifício ofereço-o ao Sr. Tamagnini Barbosa.

A súmula destas minhas pobres palavras está apenas neste grito que me sai da alma, vibrante e sincero:

Viva a República!

Discursos do Sr. Deputado Cunha Lial na sessão n.º 11, de 9 de janeiro de 1919

O Sr. Cunha Lial: - Pelo a V. Exas. que me escutem, se não não nos conseguiremos ouvir uns aos outros.

Ontem foram aqui feitas pelo Sr. Presidente do Ministério umas vagas insinuações, e essas insinuações quis levantá-las para que a calúnia não continue correndo lá fora.

O Sr. Almeida Pires: - V. Exa. devia esperar que o Sr. Presidente do Ministério estivesse presente.

O Orador: - Não posso esperar, porque o Sr. Presidente do Ministério podia não vir aqui, e a calúnia continuava em circulação.

A primeira dessas insinuações é que ou tinha prevenido Carlos da Maia a que provocara o incidente aqui ocorrido ontem.

Depois de Carlos da Maia ter declarado, com a sua palavra honrada, de que ninguém tem o direito de duvidar, que não havia sido prevenido por mim, a mexeriquice indígena continua propalando o boato e a calúnia.

Mas esperarei que esteja presente o Sr. Presidente do Ministério para deslindar êste caso.

Mas há uma outra cousa mais grave.

A certa altura o Sr. Presidente do Ministério falou vagamente em acusações.

Houve então alguém que lhe pediu que dissesse claramente quem acusava.

Êsse alguém fui ou, e S. Exa. disse que, se tivesse de fazer acusações, as faria perante os tribunais.

Imediatamente pedi a palavra para explicações; e pedi-a várias vezos sendo encerrada a sessão sem que, porêm, o Sr. Presidente me tivesse concedido.

Êsse assunto há-de ser liquidado na presença do Sr. Presidente do Ministério.

Mas a infame calúnia, manejada por um certo jornalismo de navalha de ponta e mola foi pedir albergue a um jornal, que é dirigido por um Sr. Deputado que está aqui presente, e que não podia deixar de ter ouvido como os factos se tinham passado.

Pois êsse jornal diz que ou nem pedi a palavra para explicações, nem fiz a mi-