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10 Diário da Câmara dos Deputados

de tanto desprestígio e de tanta imoralidade.

Vozes: - Apoiados.

O Orador: - Sr. Presidente: opôs-se a isso o exército republicano português, opôs-se a isso a nossa nobre marinha de guerra, opôs-se a isso a alma libertadora do povo de Lisboa e Pôrto, fôrças de redenção que eu saúdo entusiasticamente.

Todos êstes elementos conjugados derrubaram para sempre a bandeira azul e branca dos traidores realistas, repondo no sou legítimo lugar a gloriosa bandeira verde rubra da República, vermelha da cor do sangue dos heróis-mártires da Idea Popular, verde, da cor da esperança que enche a alma portuguesa nas horas sagradas de bemdito patriotismo.

Eu saúdo, também, ao lado dos lutadores da espada, dos lutadores da pena, a liberal e republicana imprensa de todo o país que, com os seus princípios, a sua doutrina, a sua propaganda soube incutir a fé, a confiança, a coragem, toda a fôrça moral precisa para o triunfo da República.

Sr. Presidente: vencida como está a aventura monárquica, impõe-se, agora, para bem da República, que se faça a união de todos os bons republicanos, por uma forma segura e categórica.

Essa união deu-se na frente do combate: todos êles confraternizaram contra o inimigo comum. E preciso que na retaguarda, em Lisboa, no Pôrto e em todo o país, essa união se dê duma maneira decisiva, porque só assim nós podemos dizer que está salva a República e então, com a República consolidada, nós devemos querer um regime não sectário nem intolerante, cheio de violências e perseguições, mas sim uma República liberal e honesta, uma verdadeira democracia, assentando nos pilares máximos da Liberdade e da Justiça, alicerces essenciais de todas as sociedades modernas e das contemporâneas civilizações.

Desejamos, Sr. Presidente, uma República servida e defendida por republicanos sim, mas que seja também abençoada e querida por todos os portugueses. (Apoiados).

O Sr. Proença Duarte: - Sr. Presidente: tambêm eu, como Deputado independente, quero associar-me à proposta, de saudação às tropas de terra e mar.

Saúdo, igualmente, a alma heróica do povo português, que tam altivamente soube repelir o gesto traiçoeiro dos monárquicos que quiseram fazer cair a República, - e lastimo que ainda, nesta ocasião em que se pretende fazer a união da família republicana, se encontrem republicanos presos.

Eu desejo preguntar ao Sr. Presidente do Ministério qual o motivo por que se encontra preso e incomunicável o tenente Sr. Teófilo Duarte, que é tam republicano como os outros republicanos.

(Sussuro nas galerias).

Sr. Presidente: aqueles que o alcunham do monárquico e de traidor talvez não tenham passado noites de vigília para defender a República, como Teófilo Duarte passou.

A perseguição a êsse oficial do exército provêm única e simplesmente do facto do Cio ser um fiel o dedicado amigo da memória do Sidónio Pais.

(Sussurro nas galerias).

Eu pregunto ao Sr. Presidente do Ministério a razão por que, estando proso a bordo da fragata D. Fernando o tenente Teófilo Duarte, em companhia de 26 prisioneiros monárquicos do movimento de Monsanto, êle era o único metido num beliche, com sentinela à vista, sujeito aos impropérios de toda a marinhagem.

Os prisioneiros monárquicos tinham autorização de passeiar em todo o navio, suavizando, assim, as agruras do captiveiro, ao passo que êle estava limitado a um acanhado beliche, sendo tratado com menos consideração. Vexaram-no de tal forma que foi obrigado a dar baixa ao hospital;

Eu não me refiro à forma como estão sendo tratados os prisioneiros monárquicos nem peço para êles brandura ou rigor de castigo. O que eu pretendo, simplesmente, é estabelecer o confronto entre a forma como foram tratados uns e outro, como foram tratados monárquicos e um republicano.

(Novas manifestações das galerias).

O Sr. Presidente: - Peço às galerias que não interrompam os discursos dos Srs. oradores.