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Sessão de 17 de Fevereiro de 1919 9

todos somos sinceros, todos temos a mesma fé ardente nos destinos da República e da Pátria (Apoiados).

Não se pode pôr em dúvida que o Partido Nacional Republicano não seja um partido de viva fé republicana (Apoiados).

É necessário, Sr. Presidente, que isto se diga, porque, doutra forma, não é possível haver união nos republicanos. Alem disso, a maioria por diferentes vezes deu vivos sinais da sua fé republicana combatendo sempre a minoria monárquica a tal ponto que, por vezes, chegou a vias de facto com alguns dos membros dessa minoria.

O Govêrno constituiu-se com o apoio da maioria parlamentar êsse apoio que lhe demos foi um apoio cheio de fé patriótica, um apoio que nada tem de partidarismo e, portanto, sem interêsse de qualquer natureza. O Govêrno responderá pelos seus actos castigando os traidores por terem atraiçoado a obra do falecido Presidente.

São traidores à Pátria pelo momento que escolheram para fazer a revolução, porque na Conferência de Paris estão reunidos os maiores políticos de todo o mundo e os nossos representantes velando por nós.

O espólio dos vencidos pouco chegará para cobrir o déficit dos que venceram. Necessitávamos que na Conferência da Paz nos apresentássemos com serenidade o patriotismo. Mas o que acontece? Acontece que oferecemos perante essa conferência o espectáculo duma guerra civil. Os monárquicos, fazendo a revolução, foram traidores à Pátria e, como tal, devem ser considerados (Apoiados).

Sr. Presidente: vou concluir as minhas considerações, porque pouco mais tenho de dizer à Câmara. Faço votos para que a lição do passado nos aproveite e para que os factos que têm ocorrido desde a implantação da República nos sirvam de ensinamento.

Acabemos com disputas que só servem para tolher o desenvolvimento do país.

Entremos duma vez para sempre no caminho da paz de onde virá o progresso do país e de onde dimanarão as reivindicações, quer do operariado, quer do fomento nacional.

Sr. Presidente: a lição dos factos diz-nos que é preciso não ter monárquicos nos lugares de confiança da República. Praticou-se êsse êrro, mas estou certo de que nunca mais se dará, porque o Sr. Presidente do Ministério tomará as medidas precisas para que se faça o saneamento social.

Se não chegarem para isso as leis existentes, queira S. Exa. pedir ao Parlamento todas as de que necessite porque o Parlamento prontamente lhas concederá.

Sr. Presidente: tambêm entendo que é necessário acabar com uma lacuna que há muito existe: a falta dum partido moderado.

Entendo que seria de boa política o Sr. Presidente da República e o Sr. Presidente do Ministério dirigirem a sua orientação neste sentido, isto é, no sentido de acabar com semelhante lacuna.

Eu sei que se se formar êsse partido, muita gente ingressará nele e será uma grande fôrça da República.

Eu continuarei os meus esfôrços no mesmo sentido e julgo não ter meio melhor de prestar o meu apoio à República e ao país.

O Sr. Vitor Mendes: - Sr. Presidente: esta sessão enche, na rialidade, de alegria verdadeira e intensa toda a Nação Republicana. Começo por saudar em V. Exa. o ilustre republicano Sr. Nunes da Ponte, a alma heróica do velho Pôrto republicano, a alma invicta da cidade, agora afrontada com a traição realista, e que na madrugada brumosa e mártir de 31 de Janeiro acendeu sôbre o grito das barricadas o facho revolucionário da Idea Nova que havia de incendiar a consciência da nacionalidade na jornada histórica de 5 de Outubro.

Sr. Presidente: quando por toda a Europa, direi mesmo, por todo o mundo, passa numa rajada avassaladora a torrente formidável da democracia triunfante, quando sôbre a avalanche do prussianismo despótico desfeito em sangue e lodo se ergue vitoriosa e ovante a liberdade dos povos, a traição monárquica, mentindo à palavra dada ao ilustre e saudoso Presidente Dr. Sidónio Pais, quis ter a veleidade estulta e a longa ambição de tentar erguer da lama da Ericeira, onde se afundara, uma coroa caída pela fôrça