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8 Diário da Câmara dos Deputados

que tenha repercussão em todo o Portugal:

Viva a República!

S. Exa. não reviu.

A esta saudação associaram-se todos os Srs. Deputados e o público das galerias.

O Sr. Alfredo Machado: - Sr. Presidente: mando para a Mesa a seguinte

Moção

A Câmara dos Deputados, neste momento do regozijo nacional, saúda o povo republicano português, o exército de torra o mar e o Govêrno pelas demonstrações de energia e patriotismo de que deram provas na defeza da República. - Os Deputados, Almeida Pires - Alfredo Machado.

Sr. Presidente: peço a V. Exa. e à Câmara que me desculpem de lhes ocupar alguns momentos, porque eu não me considero com dotes oratórios.

Mas ou mal me podia conter neste momento se não falasse também para saudar o brioso povo português e o exército do terra e mar, que tam bravamente combateu contra as hostes de Paiva Couceiro no norte.

É preciso que se saiba o que significa essa revolta.

Êsse golpe dos monárquicos significa não só uma traição e memória de Sidónio Pais, mas representa sobretudo - e isto é que é preciso acentuar - uma traição à Pátria. (Apoiados).

Que representa uma traição ar memória de Sidónio Pais, é evidente, e todos o sabem.

E eu, que convivi com o falecido Presidente da República, que fui seu condiscípulo e amigo, troquei com êle muitas vezes impressões, e por isso posso afirmar que êle era um homem lial, inteligente e animado duma ardente fé republicana.

Mas eu, Sr. Presidente, fui um dos que não concordaram com parte da sua orientação politica, pois, como é sabido, eu fiz distribuir no verão passado um opúsculo no qual combatia a idea presidencialista, que Sidónio Pais defendia.

Discordei também de que se tivessem formado governos nos quais não entrassem homens duma ardente fé republicana e se dessem outros lugares de confiança a monárquicos.

Isto mesmo eu fiz sentir a Sidónio Pais, mas êle seguiu por outro caminho.

Eu friso êstes pontos para mostrar que não foi só o Sr. Cunha Liai, por quem eu tenho muita simpatia, que combateu a obra que se seguiu; muitos outros Deputados a combateram, e eu fui um deles. (Apoiados).

Quando um dia só fizer a história d6sse tempo, então se saberá que essa obra política foi combatida não só, repito, por êsse ilustre Deputado de quem citei o nome, mas por muitos outros, ao grupo dos quais pertenço.

Dizendo isto, Sr. Presidente, não quero dizer que aqueles que não comungaram, nessas ideas não tenham uma fé tam grande e tam viva na República, como os melhores republicanos.

E, para exemplo, ainda há pouco eu ouvi pronunciar ao Sr. Presidente do Ministério um nome que pertenceu ao grupo que rodeou Sidónio Pais.

Refiro-me, Sr. Presidente, ao capitão Sarmento Pimentel, que foi agora, no Pôrto, o herói da contra revolução.

Portanto, republicanos todos nós somos, o, assim, todos folgamos com a brilhante vitória alcançada pelos republicanos sôbre os monárquicos.

Sr. Presidente: o Govêrno pode contar em absoluto com a opinião dêste lado da Câmara.

No primeiro dia em que o Govêrno se apresentou ao Parlamento foi-lhe dado êsse apoio que é tanto mais nobre e elevado quanto é certo que é um apoio cheio de abnegação. (Apoiados).

O Govêrno podia ter saído da maioria parlamentar (Apoiados). Foi assim que se constituiu o Govêrno que se senta naquelas cadeiras? Não. Podia sê-lo, porque a maioria parlamentar saiu em grande parte do Partido Nacional Republicano e êle é tam republicano como os republicanos que fazem parte dos diversos partidos da República.

Sussurro nas galerias.

O Sr. Presidente: - As galerias podem aplaudir a República, mas não podem intervir nos trabalhos parlamentares. A mais pequena intervenção mando evacuálas.

O Orador: - Neste momento, todos os republicanos devem estar unidos, porque