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Sessão de 17 de Fevereiro de 1919 7

blica, que foi entusiasticamente correspondido pelos Srs. Deputados e pelo público das galerias.

Ou telegramas foram enviados à Secretaria.

O Sr. Almeida Pires: - Sr. Presidente: é com toda a satisfação que me associo às palavras do Sr. Presidente do Ministério, de saudação aos exércitos de terra e mar que levaram de vencida as desconjuntadas fôrças couceiristas.

Sr. Presidente: nas torres mais altas da cidade do Pôrto flutua e ondeia o pendão da República, que é a bandeira da Pátria. A cidade invicta apagou já, no movimento de ódio e de desespero, mas, em todo o caso de amor e fé republicanas, o ferrete que Paiva Couceiro pretendeu impor-lhe, escolhendo para no seu seio implantar o regime que teve como chefe o fugitivo da Ericeira.

Nós sabíamos é adivinhávamos, com a nossa convicção de republicanos, que o Pôrto, onde a República teve o seu início, não poderia suportar, por muito tempo, apesar de apertado por um braço de ferro, o jugo vilipendioso que pretendia manietá-lo, impondo-lhe instituições que repele e um regime que sacudiu.

Ainda o exército da República não avistava os muros da cidade e já ela, tradicionalmente liberal, levantava o grito de revolta e quebrava, por um movimento de desespero, as algemas que a oprimiam. Ela só, com a sua fé e com o seu acendrado amor à República, sacudia o jugo vil, fazendo sentir que em Portugal não podem vencer traidores. (Apoiados).

Parece, Sr. Presidente, que as duas capitais do país quiseram, entre si, rivalizar em fé e dedicação à República. (Apoiados).

O Pôrto, com o movimento que acaba de rebentar, Lisboa, com a gloriosa jornada de Monsanto, onde o povo republicano da capital, sem distinção de filiação partidária, se bateu como herói, galgando os alcantis da serra e expulsando dela os nossos tam miseráveis adversários! (Apoiados).

Mas, Sr. Presidente, não foram só o Pôrto e Lisboa que demonstraram a sua inabalável fé republicana.

Por êsse país fora, em todas as localidades onde a monarquia substituíra a forma republicana, foi imediatamente proclamada a República, apenas se congregaram esfôrços que puderam afrontar os adversários.

E justo, pois, como disse há pouco o Sr. Presidente do Ministério, que saudemos todo o povo republicano português & todo o exército de terra e mar. Todavia, depois da vitória, surge a hora do ajuste de contas.

Já que está presente o Sr. Presidente do Ministério, permita S. Exa. que lhe diga que é bom ir pensando na atitude a assumir para com os bandoleiros que puseram o país a saque e o lançaram numa guerra civil, sem querer saber que estamos atravessando uma tremenda hora internacional, agora que está reunida a Conferência da Paz.

É necessário que êsses homens sejam implacávelmente castigados, porque se derramou generoso e abundante sangue de republicanos e fez-se com que o erário público despendesse milhares de contos que deveriam ter mais proveitosa aplicação. (Apoiados).

Não quero que o Ministério pratique violências, nem arbitrariedades.

O que desejo é que a Justiça se faça sentir fria, serena, implacável, enérgica, e, sobretudo, sem demora. (Muitos apoiados).

E indispensável que os monárquicos se convençam, duma vez para sempre, de que a República é indestrutível, (Apoiados) de que não é possível fazerem mais intentonas, porque ela está profundamente enraizada nos corações de todos os portugueses. (Apoiados).

Tambêm não quero que o Govêrno salte fora da lei, mas se entender que as leis em vigor não são suficientes para castigar os monárquicos, traga ao Parlamento as medidas que julgar úteis e precisas,, porque, com certeza, o Parlamento as aprovará. (Apoiados).

Para isso, é necessário que se faça a união sincera entre todos os republicanos, (Apoiados) é indispensável que se abatam bandeiras de partidos, para cuidarmos somente da República, que é a causa de todos nós.

Conseguida essa grande obra, que se inaugure uma era de paz e tranquilidade, do forma que se torne possível um grito