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6 Diário da Câmara dos Deputados

tenho nenhuma animosidade, apesar de estarmos de relações cortadas há catorze anos, porque ou sempre guardo o culto da camaradagem, visto que fomos condiscípulos; que muito nitidamente pregunto se o Sr. Amâncio de Alpoim pronunciou a frase que vem publicada nos jornais.

Peço também a V. Exa., Sr. Presidente, que consulte a Câmara sôbre se sabe quais as razões pelas quais aquele ou qualquer outro Sr. Deputado se não me pode dirigir ou invocar o meu nome.

Peço desculpa à Câmara de lhe ter tomado algum tempo, mas a questão é grave.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: - O Sr. Amâncio de Alpoim não pronunciou a frase a que V. Exa. se referiu. O meu desejo não pode ser senão o da maior concórdia entre todos os Srs. Deputados.

O Sr. Amâncio de Alpoim já disse que não trouxe para a Câmara questões pessoais.

O Orador: Eu peço a V. Exa. que formule ao Sr. Deputado a minha pregunta, a fim de que S. Exa. me do uma resposta, sem a qual não posso permanecer nesta sala.

O Sr. Presidente: - Parece-me deduzir das palavras do Sr. Amâncio de Alpoim que nelas não houve ofensa, mas devo declarar que não conheço bem a questão, porque não a ouvi nem a li no relato dos jornais.

O Sr. Fidelino de Figueiredo: - Vou narrar a V. Exa. como o incidente se passou.

O Sr. Amâncio de Alpoim fazia considerações, defendendo o projecto de lei sôbre a dissolução do Parlamento.

Eu fiz um àparte que, confesso, foi impertinente e de que me arrependo, mas V. Exa., Sr. Presidente, sabe que há pessoas que não podem conter os seus nervos e eu sou uma delas. Nessa ocasião, dirigi-me a V. Exa. preguntando se o orador que estava usando da palavra, falava para as galerias ou para a Câmara. Êsse Sr. Deputado disse que não se me dirigia, por motivos especiais.

Vejo no relato dos jornais da noite e nos da manhã, do dia seguinte, que a frase tinha sido transformada do modo seguinte:

- A S. Exa. não me dirijo pelas razões que toda a Câmara conhece.

Desejo saber se a Câmara conhece quais são essas razões, porque quero saber se sou algum, animal tinhoso que pegue peste.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Exmo. Presidente não reviu as suas palavras de intervenção, intercaladas no discurso do Sr. Fidelino de Figueiredo.

O Sr. Manuel Bravo: - Sr. Presidente: êste incidente devo ter ficado liquidado com a acta da sessão respectiva.

Pregunto a V. Exa. se, porventura, na acta da sessão anterior consta qualquer passagem que constitua um agravo para qualquer Sr. Deputado.

Foi lida na Mesa a acta da última sessão.

O Sr. Manuel Bravo: - Sr. Presidente: uma vez que a acta não contêm nenhuma passagem disprimorosa ou ultrajante para o decôro parlamentar, eu entendo que o incidente não pode prosseguir, sejam quais forem as razões pessoais que entre dois Srs. Deputados existam há muito ou pouco tempo.

Nestas condições, proponho a V. Exa. que a discussão fique encerrada.

O orador não reviu.

O Sr. Amâncio de Alpoim: - Sr. Presidente: eu já tinha pedido a palavra a V. Exa., e julgo que deveria falar antes de mais ninguém.

O Sr. Presidente: - Concedi em primeiro lugar a palavra ao Sr. Manuel Bravo, por isso que S. Exa. ma tinha pedido para explicações.

O Orador: - Muito bem, Sr. Presidente. Eu creio que sou claro a falar, mas, vou procurar fazê-lo ainda com mais clareza.

O assunto é muito simples, e não tem nada de complicado.

Os jornais atribuem-lhe, uma frase que não consta da acta, mas que eu recolho porque é minha.