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8 Diário da Câmara dos Deputados

ra, Sr. Presidente, exijo para os monárquicos a máxima vingança. Crimes como aqueles que êsses bandidos praticaram só com a última das vinganças se podem pagar.

Isso que vem na proposta que se discute não é nada.

Eu quero mais; eu exijo muito mais, E mais hei-de obter.

Eu não quero só isso. Eu quero muito, muito mais. Eu quero que se lhes arranque a bolsa. Ah! Sr. Presidente, enganaram-mo, o quando só engana um homem como ou, não se esperem contemplações. Hei-de rufar-lhes na pele; hei-de arrancar-lhes a carteira das algibeiras, para pagarem os crimes que praticaram.

Essa proposta pede pouco, quási nada. É uma gota de água no Oceano. Eu quero mais, muito mais.

Eu vou já dizer ao Govêrno o que tem a fazer.

Eu quero a seguir outra proposta, e digo quero, porque no dia em que me não obedecerem, falando, como falo, pela boca da República, saberei ir até o tablado do comício, dizer ao povo que está sendo enganado, que não pode continuar a ser reduzido à expressão mais simples, som esmagar ossos bandidos, que roubaram os cofres do Estado, e até muitos papéis de instituições de beneficência.

Bandidos! Covardes, que tiveram a coragem de arrancar as unhas dos presos e matar presos que iam pelas ruas do Pôrto, de uma cadeia para outra!

De hoje para futuro contem comigo na vanguarda das vanguardas.

Não contem com um homem de ocasião. Contem com um homem que se encontra firme, inabalável, no desejo de vencer e tem vencido. A guerra aos monárquicos é necessária. Guerra de extermínio. Guerra até a morte.

E preciso, Sr. Presidente, que tenham a certeza que não hão-de levar a melhor.

Sr. Presidente: êsse projecto é alguma cousa, mas repare bem o Sr. José Selvas: é pouco, é muito pouco.

Eu queria que com êsse projecto viesse outro que dissesse assim: Todos os proprietários monárquicos que tenham propriedades no valor superior a 20 contos, aplicam-se-lhes as taxas do Sr. Afonso Costa. E preciso ir-lhes às algibeiras. As matrizes prediais desde 1885, que têm um valor insignificante, precisam de nova avaliação, e a todo o proprietário que tiver mais de 20 contos, r aplica-se a taxa do Sr. Afonso Costa. É preciso castigar êsses que deram a sua palavra de honra, e que depois praticaram o crime mais hediondo, o da guerra civil.

Sr. Presidente: é necessário rufar-lhes na pele e ir-lhes às carteiras; pois êles ainda andam por aí a rir-se. Julgam que isto agora é o mesmo que das outras vezes; mas não, amanhã virá um grande partido, formado pelos democráticos e evolucionistas, e então os melhores republicanos não consentirão no seu seio nenhum aventureiro.

Sr. Presidente: eu vim de propósito, hoje, aqui, onde não tencionava mais pôr os pés, porque respeito as indicações do povo, quando elas têm razão; mas vim, sabendo que se apresentavam medidas importantes. Vim aqui, e com o meu nome de homem honesto dar o meu apoio a êste projecto, o dou o meu voto a todos os projectos que se apresentarem contra os monárquicos,, contra quem estou por uma forma irredutível.

Êsse projecto é pouco; é preciso rufar-lhos na pele e chegar-lhes às algibeiras.

Aproveito estar com a palavra o ver presente o Sr. Ministro das Colónias, para dizer a S. Exa. que a cidade de Lisboa se revoltou ontem contra o despacho, que nomeia alto funcionário para as colónias um indivíduo de nome Galvão.

Sr. Ministro das Colónias: agora temos o direito de suspeitar de todos! E necessário pôr na rua aqueles que lá estão, mas é também preciso não deixar entrar indivíduos suspeitos.

Digo mais: não quero receber palmas. mas quero cumprir o que julgo ser o meu dever. E, Sr. Presidente, nesta minha orientação, acho-me disposto a ir até o tablado do comício logo que veja que o Govêrno não gere bem os interêsses do povo. Irei então ali para censurar e acusar todos aqueles que não quiserem ou não souberem corresponder às exigências do país nesta hora grave que atravessamos.

O Sr. Ministro das Colónias (Carlos da Maia): - Devo dizer que a nomeação o funcionário a que S. Exa. há pouco se