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Sessão de 17 de Dezembro de 1919 7

O Sr. António Maria da Silva: - O povo português interessa-se grandemente pela montagem dêsses serviços.

O Orador: - Mais uma razão para eu manter o meu alvitre, que reputo duma grande conveniência do nosso país, tam acostumado a dizer mal de tudo.

Eu estou convencido, como já disse, de que o Sr. Ministro do Comércio está animado dos melhores propósitos, mas êles não são suficientes para impedir que surjam os favoritismos.

O Sr. António Maria da Silva: - Há uma disposição na proposta que não deixa desviar um ceitil.

O Orador: - Sr. Presidente: depois das considerações que acabo de fazer na generalidade da proposta, vou terminar, reservando-me, todavia, para enviar para a Mesa, quando se entrar na especialidade, algumas emendas, e para fazer uma ligeira exposição dos processos a que recorreu o Japão em 1864, após a revolução que apeou os velhos samurais.

Êsses processos, para que temos uma decida má vontade, deram excelentes resultados no Japão e estão sendo adoptados em muitas colónias inglesas.

É necessário que em Portugal se realizem as obras de fomento necessárias ao desenvolvimento do país.

E mais não digo por agora.

O Sr. Vergilio Costa: - Assinei o projecto com restrições e por isso desejo justificar o motivo porque o fiz.

Não contesto a necessidade que há de melhorar a rede de comunicações telegráficas e telefónicas do país.

Estou de acôrdo em que é necessário melhorar êsses serviços, mas, Sr. Presidente, de quantos outros melhoramentos materiais necessita o país?

V. Exa. sabe quanta energia é desperdiçada pelo não aproveitamento das quedas de água?

Já vários ilustres Deputados se referiram ao estado lamentável em que se encontram as nossas estradas e a deficiência da nossa rede ferroviária.

V. Exa. e a Câmara sabem quanto é urgente resolver o problema, a meu ver importante, dos transportes, quer terrestres, quer marítimos. Êsse problema está absolutamente ligado a um outro, não menos importante, na actualidade, como é o problema das subsistências.

Ora, Sr. Presidente, quando é que o Govêrno entende dever melhorar todos êsses, serviços?

E às comunicações telegráficas e telefónicas que o Govêrno dá preferência em vez dos outros?

Acho que o Parlamento não pode estar a votar todos os dias créditos, desordenadamente, sem que o Govêrno, como o meu ilustre amigo Sr. Cunha Lial disse ontem, apresente um largo plano de renovação nacional, devidamente orçamentado, de reconstituição económica, plano onde sejam integradas todas essas medidas para que o Govêrno necessite de créditos.

Como disse, não contesto a necessidade que há de desenvolver êsses serviços.

O plano de obras que se pretende realizar, depois da aprovação dêste projecto, muito honra, não o Govêrno, mas o ilustre administrador geral dos correios e telégrafos. Foi S. Exa. a que elaborou, com todo o cuidado e carinho, êste projecto e o defende, demonstrando bem quanta dedicação consagra aos serviços que, com superior competência, dirige.

O Govêrno apenas sabe pedir desordenadamente créditos. Não é isto que o Govêrno deve fazer.

É, necessário que o Govêrno traga um largo plano nacional de renovação económica, devidamente orçamentado, e é necessário que se conheçam as situações económica e financeira do país e que se discutam, e só depois disso podemos votar conscienciosamente.

O grupo parlamentar, a que tenho a honra de pertencer, vota êste projecto na generalidade, de que resulta o melhoramento dos serviços telegráficos e telefónicos do país, mas o grupo parlamentar de que faço parte não está disposto a votar mais créditos sem que se saibam quais as condições económicas e financeiras do país. (Apoiados).

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. António José Pereira: - Desejo usar da palavra, Sr. Presidente, para principalmente lavrar o meu protesto con-