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Sessão de 17 de Dezembro de 1919 11

dente: requeiro a V. Exa. se digne consultar a Câmara para que o parecer n.° 255 continua em discussão até ser aprovado na generalidade, mesmo que ultrapasse a hora antes da ordem do dia.

O Sr. Presidente: - Vou consultar a Câmara sôbre o requerimento feito pelo Sr. Ministro do Comércio e Comunicações.

Vozes: - Não pode ser!

A Câmara aprovou a urgência do assunto do Sr. Cunha Lial! Agora vota outra cousa?!...

O Sr. Presidente: - Os Srs. Deputados que aprovam o requerimento tenham a bondade de se levantar.

Vozes: - Não pode ser!

Não admitimos!

Estão a brincar connosco ou quê?!

Foi aprovado o requerimento.

Levanta-se sussurro.

O Sr. Eduardo de Sousa: - Requeiro a contraprova.

O Sr. Júlio Martins: - Não consentimos que o Govêrno venha abafar os assentos que desejamos tratar! Se o Sr. Ministro do Comércio e Comunicações ainda pedisse a votação completa do projecto, vá; mas só a generalidade o que representa senão um abafarete?!

O Sr. Ministro da Comércio e Comunicações (Ernesto Navarro): - Não compreendo essa argumentação! Justamente para não prejudicar o negócio urgente é que eu não requeri na totalidade e apenas na generalidade!

O Sr. Presidente: - Vai proceder-se à contraprova requerida pelo Sr. Eduardo de Sousa.

O Sr. Pais Rovisco: - Protesto! Não pode ser! Que voem a ser isto?! Então a Câmara não tinha já deliberado sôbre o negócio urgente?!

Sussurro.

O Sr. Júlio Martins: - O melhor é dissolverem o Parlamento!

O Sr. Manuel José da Silva (Oliveira de Azeméis): - A ditadura da maioria há-de acabar um dia!

O Sr. Pedro Pita: - Os senhores com êsse barulho é que não querem que se discuta nada!

Continua o sussurro.

O Sr. Eduardo de Sousa: - Desisto do meu requerimento.

O Sr. Cunha Lial (para interrogar a Mesa): - A Câmara reconheceu a urgência dum negócio que eu pretendo tratar, nas condições seguintes: logo que se devesse entrar na ordem do dia começava a discutir-se o negócio urgente. Pode agora a Câmara fazer nova votação prejudicando a anterior?

Se se quiser passar por cima da primeira deliberação da Câmara, não haverá hoje mais sessão! (Apoiados).

Aumenta o sussurro.

O Sr. Presidente: - A Câmara votou o requerimento apresentado pelo Sr. Ministro do Comércio e Comunicações para que se proseguisse na discussão do parecer n.° 255 até ser votado na generalidade. A Presidência não tinha mais nada a fazer do que pôr à votação êsse requerimento.

O Sr. Pais Rovisco: - E a maioria tinha a obrigação de o rejeitar!

O Sr. Cunha Lial: - Eu ofereci-me ao Sr. Ministro para desistir do meu negócio urgente, mas, por esta forma, não!

O Sr. Presidente: - A Câmara é soberana nas suas resoluções.

A Câmara alterou uma resolução anterior; a única maneira de conciliar ás opiniões será fazer-se a votação, na generalidade, da proposta em discussão, e discutir se a seguir o negócio urgente do Sr. Cunha Lial.

O Sr. Júlio Martins: - Nunca se fez isto! É uma desconsideração que não aceitamos!

O Sr. Manuel José da Silva (Oliveira de Azeméis): - Com a presença ou sem a