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12 Diário da Câmara dos Deputados

presença do Sr. Ministro das Finanças há-de discutir-se a questão dos câmbios! Trocam-se àpartes e há protestos violentos da parte do Grupo Parlamentar Popular.

O Sr. Cunha Lial: - Ofereci-me ao Sr. Ministro das Finanças para ir declarar à Mesa que desistia do negócio urgente. Porque não aceitaram êsse meu oferecimento sincero e lial? Uma violência da Câmara, não!

O Sr. Presidente: - Parece-me que se está fazendo uma discussão absolutamente desnecessária. Desde que a Câmara votou que se prossiga na discussão do parecer n.° 255, até que seja votado na generalidade, a Mesa...

Produzem-se novos protestos.

O Sr. Presidente: - Desisto de dar explicações à Câmara, visto não poder conciliar as opiniões. Está interrompida a sessão.

Eram 17 horas menos 15 minutos.

O Sr. Presidente: - Está reaberta a sessão.

Eram 11 horas e 35 minutos.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Ministro do Comércio e Comunicações.

O Sr. Ministro do Comércio o Comunicações (Ernesto Júlio Navarro): - Sr. Presidente: desejo explicar à Câmara, para que fique bem patente, que nunca foi meu intuito, ao fazer o meu requerimento, protelar a discussão do negócio urgente para que o Sr. Cunha Lial havia pedido a palavra.

De maneira nenhuma eu poderia ter isso em vista, tanto mais que sabia que o meu colega das Finanças estava no Parlamento para ouvir S. Exa. e não quereria eu fazer demorar aqui aquele meu colega, com prejuízo dos seus muitos afazeres no Ministério.

O meu fim era únicamente conseguir que, ao menos, se votasse a generalidade da proposta que está em discussão. Como membro do Govêrno não quero contribuir para a campanha de descrédito que se faz à volta do Parlamento.

Não tenho, pois, dúvida nenhuma em desistir do meu requerimento, para que se trate já do negócio urgente e para que seguidamente continue então a discussão da proposta de lei, a que se refere o parecer n.° 255, até ser votada na generalidade.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: - Em face da declaração do Sr. Ministro do Comércio, creio que a Câmara concorda em que só discuta o negócio urgente do Sr. Cunha Lial, e em seguida continuo a discussão, na generalidade, do parecer n.° 245.

Tem pois a palavra o Sr. Cunha Lial.

O Sr. Cunha Lial: - Não é intuito do Grupo Parlamentar Popular fazer política com cousas que interessam ao país tam profundamente como a questão cambial.

Se houve um mal entendido, as palavras do Sr. Ministro do Comércio já o desfizeram.

E o Grupo Parlamentar Popular vê com satisfação que o incidente levantado só houvesse liquidado desta forma, o que, duma vez para sempre, fique claramente entendido que mio queremos fazer arruaças parlamentares, que não queremos reeditar os tempos do pau do bater bifes.

Só pretendemos manter íntegros os nossos direitos de oposição.

Nem eu preciso, para mo notabilizar, de fazer, à volta de mim, grande ruido, e nunca o faria, sobretudo estando em causa o meu querido amigo, o capitão de engenharia, Sr. Rêgo Chaves, velho camarada a quem muito prezo e a cujas qualidades de inteligência me apraz prestar aqui uma justíssima homenagem. Que, de resto, o Sr. Ministro das Finanças não precisava da consagração destas minhas palavras para que todos reconhecessem o seu altíssimo valor.

Ao iniciar êste debate, acentuarei ainda que não tenho a pretensão de supor que, como conseqùência das considerações que vou fazer, as libras estejam amanhã a 13$ ou 14$, como há pouco ironicamente me dizia um ilustre parlamentar.

O que pretendo é que o Parlamento Português não tenha menos direitos que os banqueiros e associações comerciais, e que não se conserve estranho aos deba-