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6 Diário da Câmara dos Deputados

Todos nós compreenderíamos que, por parte do Govêrno e da comissão se impunha uma discreção absoluta a êste respeito, e não seríamos nós que exigiríamos qualquer esclarecimento. O que temos é obrigação de exigir do estado financeiro em que nos encontramos a receita suficiente para compensar a despesa.

Já aqui se afirmou que os serviços telógrafo-postais e telefónicos em Portugal, eram não apenas deficientes, mas que a sua organização padecia de tais defeitos que só não correspondiam a uma absoluta carência dêsses serviços, em todo o caso o público não recebo dêles o benefício que devia receber.

O Sr. António Maria da Silva (interrompendo): - E o serviço deve estar em relação com o que é despendido pelo público. Sucede até que se vai depositar a respectiva importância para um determinado serviço que por fim não é prestado. É um... há em português uma palavra que define o caso.

O Orador: - E até, Sr. Presidente, só diz, e S. Exa. o ilustre Deputado Sr. António Maria da Silva, que tem autoridade muito especial neste assunto, o acaba de declarar, que tal como está organizado o serviço em Portugal, o público é vítima, a todas as horas, de verdadeiras fraudes, por que paga para que um determinado serviço lhe seja prestado, e, finalmente, não o obtêm. Não o obtêm e fica sem o dinheiro.

Não sou, Sr. Presidente, um técnico. Sei em todo o caso que por várias vezes, mormente em ocasiões de temporais, se dá o isolamento de diversos pontos do país.

Ainda ultimamente, por ocasião da insurreição monárquica, sucedeu que as fôrças republicanas que estavam ao sul da coluna de operações ficaram isoladas e viram-se não apenas embaraçadas, mas prejudicadas na sua acção, por falta das ligações necessárias, entre as diversas linhas telegráficas. Assim, Sr. Presidente, sou o primeiro a reconhecer que essas ligações são absolutamente indispensáveis, sobretudo com as terras fronteiriças, porque é nessas terras que, no momento actual, a acção insurreccional dos emigrados só faz sentir um pouco mais pesadamente, e ainda, Sr. Presidente, porque não podemos descurar o problema da defesa nacional.

O Sr. António Maria da Silva: - Sem entrar em detalhes, o que seria inconveniente, lembrarei que em algumas cias há até soluções de continuidade.

O Orador: - Bem sei. Por isso saber é que ainda mais reconheço a necessidade de efectuar as devidas reparações e até algumas novas ligações. Neste ponto estou do acôrdo com. S. Exa. o Sr. António Maria da Silva.

Eu ia a dizer, Sr. Presidente, que não há português fronteiriço que se não entristeça ante o espectáculo dos castelos arruinados, que se sucedem por toda a linha da nossa fronteira, denunciando o cuidado que os antigos portugueses tinham em defender o último palmo de terra portuguesa.

Ora, Sr. Presidente, nós hoje não temos, efectivamente, de defender as nossas fronteiras com os nossos castelos; temos, porêm, de defendê-las com linhas telefónicas, com linhas telegráficas, com estradas e caminhos de ferro estratégicos.

Não cometo nenhuma inconfidência, declarando que, erradamente, o nosso antigo plano do estado maior não visava apenas à defesa de Lisboa e das suas linhas.

Assim ordenará devidamente a retirada das linhas, abandonando à sua sorte aquelas divisões, cujas linhas do retirada não estejam suficientemente asseguradas, para estar a coberto das linhas de comunicação.

Não cometo nenhuma inconfidência por que isto vem em todos os livros publicados ultimamente sôbre organização militar. Lê-se nos livros do Sr. Sebastião Teles e do Sr. general Morais Sarmento, constituindo, o que se poderá chamar, a nossa política militar. Por essa razão primária concordo que seja indispensável a existência dessas praças e, portanto, são precisas as linhas telegráficas e telefónicas, e indispensáveis tambêm as necessárias linhas de ligação porque, no caso duma invasão, teríamos, pelo menos, a certeza de que as instruções dimanadas, do nosso estado maior chegariam aos últimos limites do território.

Exactamente por isso, a emenda apresentada pelo ilustre Deputado Sr. Por-