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Diário da Câmara dos Deputados

' da maioria que me leva a protestar contra a maneira como foram recebidas as considerações do Sr. Presidente do Ministério, que todos nós reconhecemos o sacrifício que tem feito para estar à frente dês negócios do País por forma que bem alto merece o reconhecimento de nós to-. dos, estranhando a maneira insólita, violenta da minoria, que só se explica pelo despeito e pela anciã enoime do poder ...

Muitos apartes.

JRisos.

Sussurro.

O Orador: — Por parte dalguns Deputados tem havido uma manifesta má vontade...

Interrupções.

O Orador : —E preciso não dar ao País o espectáculo que estamos dando.

Aparte.

Tenho o direito de ser ouvido com acatamento, desde que estou falando com correcção.

Apartes.

f Creio que os governos não podem cair sem qualquer indicação constitucional.

Todos os governos caem, mesmo aqueles de quo fazem parte os correligionários de S. Ex.as

Dizia eu que, não havendo qualquer . indicação constitucional, para a saída do Governo, presidido pelo Sr. Sá Cardoso, não havia motivo para a oposição instar pela sua saída. De resto, tendo apenas sido substituídos três Srs. Ministros, não vejo motivo para os reparos da oposição.

Referira m-se à doença do Sr. João Luís Ricardo. Não admira que S. Ex.a tivesse sido convidado para Ministro da Agricultura, dados os seus conhecimentos. Felizmente, a doença do S. Ex.a não é de molde a inibi-lo de ser Ministro.

Interrupções.

Não ó de ordem, repito, a que S. Ex.a> não possa, em poucos dias, assumir á gerência da sua pasta. Entretanto ela está entregue a outro Ministro, e até mesmo o seu titular já, em certos limites, tem dado a sua cooperação ao Governo.

Vinha eu dizendo, Sr. Presidente, que gostava de ouvir pôr em duvida a capacidade desses homens. Gostava do ouvir discutir a orientação do Governo. Ora o

que se ouviu aqui não foi nada disso. Só se produziram acusações que se contradizem.

Parece que as oposições só estão do acordo numa cousa, e essa cousa é o deitar o Governo a terra.

Muitos e repetidos apoiados.

(jPara quG, Sr. Presidente?

Para lhe herdarem a situação.

Mas nesse dia eu gostaria de ver se essas oposições manteriam ainda a mesma unanimidade de pontos de vista, expressos numa moção apresentada pelo Sr. Ramada Curto, moção essa que embora .tenha sido apresentada aqui. obedecendo às indicações, como S. Ex.a disse, do conselho do Partido Socialista Português, está redigida por fornia a poder ser votada por toda a Câmara,-desde os mais conservadores ato os mais radicais .. .

Sussurro.

Continuamos, Sr. Presidente, na mesma obra antiga de destruir,'de dizer mal e de censurar. Todavia, para ê^ses homens que assim procedem, uma vez chegados às cadeiras do Poder, muda logo o caso de figura; e, depois, já os seus actos não correspondem às suas anteriores palavras; e, depois, já não praticam actos que estejam de harmonia com aquilo que disseram na oposição.

Da mesma maneira, quando voltam para a oposição, esquecem-se do quo fizeram no Governo, e não hesitam em censurar por todos os motivos os que tenham ido para o Poder, esquecendo se nessas suas censuras, de que tum telhados de vidro. (Apoiados da maioria}.

Sr. Presidente, as oposições fizeram um ataque violento ao Governo, mas 'só com palavras e não com factos. Nada ouvi que pudesse abalar nesta hora suprema de dificuldades para a Pátria, a minha consciência de português, e me levasse a deixar de ter toda' a confiança no Governo que está e muito bem nas cadeiras do Poder.