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Sessão de 6 e? de Janeiro de 1920

dor. Mas agora o Sr. António Maria da Silva é para o Século o salvador das finanças. E até a própria Época estabelece quási uma porta de salvação para o Sr. António Maria da Silva. Já não é, como ela vinha apontando às gentes ignaras da nossa terra, um bolcbevista de se lhe-tirar o chapou. Prcgunto : £ porque estranho acaso tudo nele agora mudou?

O Sr. Júlio Martins:

zessem \ (Riso).

-Talvez o bcn-

,0 Orador:—Eu pensaria que para a Época fosse o Sr. Pedro Martins o indicado para salvar isto, visto que S/Ex/"1 está junto do Vaticano. (Riso).

O Governo apresenta medidas que só poderão começar a discutir-se dentro de dois ou três meses, o que será ainda um pouco difícil, e que, como os aumentos de impostos, só poderão produzir efeitos daqui a um ano. Pensa o Governo realizar uni empréstimo interno não se sabe quando. E, só depois de longas e pacientes reformas internas, pensa o Sr. Ministro das Finanç£is que se poderá ter merecido a confiança do estrangeiro para podermos lançar lá fora um empréstimo em ouro.

Pregunto:

Ora a propósito do empréstimo externo eu ouço dizer que a América se prepara para fazer uni largo empréstimo aos povos aliados. A Inglaterra fez à França, neste momento, a promessa dum empréstimo. Nesta altura será conveniente que o presidente da Conferência da Paz diga alguma cousa a este respeita, ó que nos explique qual tem sido a sua acção nesta matéria.

Fui eu que, como Deputado, lancei no Parlamento esta idea do empréstimo externo. E, porque a circulação fiduciária em Portugal é hoje de cerca de 400:000 contos, isto é, o dobro do que precisamos, alvitrei a idea dum empréstimo interno destinado a reduzir esta circulação aos limites necessários, e a pagar os defi-cits emquanto se não der o equilíbrio orçamental. Mas o que ó necessário é o empréstimo forcado a taxa mínima, de Í ou o máximo do 2 por cento, porque o Esta-

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do não está cm condições de pagar õ a 6 por cento de juro anual.

Assim é que se deve falar ao País, e lamento que o Governo não tivesse falado nestes termos.

Para não cansar a atenção da Câmara, vou terminar dizendo que se é essa meia dúzia de palínódias que constam da sua declaração, a única cousa que o Governo nos apresenta, estamos desgraçadíssinios, não è nada, é palha, é poeira para atirar aos olhos de quein for cego, pois não servo para quem veja alguma cousa.

O que o Sr. Presidente do Ministério nos trouxe é bem pouco o o País espera mais alguma cousa e não pode estar mais unia vez- a perder tempo, juntando mais este ao grande crime de inércia que tem praticado o Sr. Sá Cardoso;

O que tenho dito' justifica a moção que tenho a honra do mandar para a Mesa, cousa que não faro por mera po-litiquice.

Sr. Presidente, nós estaremos sempre aqui como sentinelas vigilantes dês inte-7-êsses do Pais. E se, por qualquer forma a nossa voz aqui se não puder fazer ouvir, iremos por toda a parte combater quem faz o monopólio do Poder.

Tenho dito.

Vozes: — Muito bem.

Leu-se a moção e foi aln.ifda.

Moção

A Câmara, considerando que a crise política foi resolvida de forma a não poder resolver os altos interesses da Nação e da República, passa à ordem do dia.— Cunha Liai.

O Sr. Barbosa de Magalhães: — Cumprindo as disposições parlamentares, vou mandar para a Mesa a seguinte moção.

Moção

A Câmara, satisfeita com as explicações do Govôrno, reitera-lhe a sua confianbao passa à ordem do dia. * Sala das Sessões, 1 de Janeiro de 1920. — Vítorino Guimarães, Barbosa de Magalhães.