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Diário da Câmara doa Deputado $

época a soletrar o A B C da governação.

(j Que espécie de Govôrno era, pois, Os se?

^Se não fosse o recear ofender as susceptibilidades melindrosas do Sr. Sá Cardoso, que muito prezo e muito respeito, eu preguntaria mesmo que espécie dê fan-tocliada era essa?

Com os altos comissários, o cómico redobra ainda de intensidade. A idea dos latíssimos poderes dos altos comissários veio de Paris, misteriosa o sibelina, sem que os próprios Ministros soubessem as razões desse quási ultimatum que nos enviava a nossa Delegação à Conferencia dá Paz.

Os altos comissários, começam a ser objecto de luta entre o Ministro, Sr. Alfredo Gaspar, e a maioria, o Ministro qnere muitos poderes para si; as comissões querem muitos poderes para os altos comissários. E, contudo, caso curioso, que é único na história passada e presente de todos os povos, o Ministro qucre todos os poderes para si, sem estar, contudo, disposto a usar deles, naturalmente para os deixar ao sou sucessor. Porque o Sr. Alfredo Gaspar primou sempre por nada querer saber dos assuntos a seu cargo, ligando-lhes a mesma atenção que se pode ligar a um cão vadio.

Mas, prcgunto: <ído p='p' a='a' culpa='culpa' disso='disso' é='é' quem='quem'>

£ Seremos nós os culpados ou sê-lo há uma maioria de pedra o cal solidamente ligada ao Sr. Ministro Gaspar?

Por culpa da criminosa inércia deste, é que se deixou alastrar pelas colónias um movimento separatista, como não há memória nelas.

Angola, por exemplo, cansou-se de ver apodrecer o milho e outros géneros que lá estavam armazenados nos portos à espera de transporte, cansou-se de ver que os caminhos de forro de Mossâmedes e Malange estão quási parados e que o de Benguela luta com dificuldades.

j E ôsto Ministro que assim revelou a mais completa incompetência de que não há memória no meu país, conservou-se no poder até que os democráticos, no caldeirão do Directório, solucionaram o problema da-sua substituição! E, em todo o caso. explicando-se o não discutir-se o problema dos altos comissários por uma birra entre Governo o maioria, o

Sr. Sá Cardoso não quere sobre si a responsabilidade do caso e atira-se sobre as minorias.

Agora o Governo, para explicar a sua inércia, arranjou outro cavalo de batalha, que demonstra mais ainda a sua incompetência.

A propósito de tudo, o Sr. Sá Cardoso atira-se desalmadamente, como S. Tiago aos mouros, ao Governo de que fez parte o meu querido amigo Sr. Júlio Martins, o Sr. Eamada Curto e o seu colega democrático Sr. Domingos Pereira; quere dizer, o Sr. Sá -Cardoso carrega sobre os vizinhos para aliviar as costas. Infeliz argumentação : ; como se as culpas alheias diminuíssem as nossas! ; E como se, no caso presente, estivesse em causa aquele Ministério !

Mas, emfim, o Sr. Sá Cardoso afirmou que isto agora vai ser outra cousa. O parto foi difícil e laborioso, mas a criança já viu a luz do dia.

Agora &ím. A pasta das Finanças foi entregue a um engenheiro, como engenheiro era o seu antecessor. Ninguém até agora tivera a vaga suspeita, sequer, de que S. Ex.a se tivesse algum dia ocupado de assuntos Juiicuieeiros. Mas ou S. Jí)x.a é omnisciente, ou então ó tam manhoso que nos quis lazer esta surpresa.

Pregunto ainda: