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Ainda agora, em França, o homem de Estado que se chama Millerand leu -às Câmaras Legislativas uma declaração ministerial, breve e concisa, na qual condensa o programa de acção do Grovêrno a que preside. E Millerand é unia individualidade política de altos méritos de estadista, com a qual eu, pobre de mim, não posso comparar-me.

O facto, porém, é que a sua declaração ministerial é parecida, na falta de previsão, ou na vacuidade, se assim o querem, à que eu acabei de ler nesta casa do Parlamento.

^0 Governo, preguntou o Sr. Cunha Liai — a quem rendo a minha homenagem pelas suas elevadas qualidades de parlamentar e de republicano, e pela consideração pessoal muito profunda que lhe dedico— está no poder apenas para salvar a República duma situação considerada difícil ou para efectivar uma obra administrativa que, no momento, as cir-'"'Uii.^ân.ciíis do Psis pxicrGni?

Disse o Sr. Cunha Liai que eu corri a salvar a Repúbliu;i anuiu hora que os fantasistas reputavam grave para o regime, fazendo eu assim o mesmo que já por outra ocasião fizera.

Não tenho a pretensão de ter salvo alguma vez a República, até mesmo porque nenhum homem pode dizer que, por si só, em qualquer conjectura, a salvasse. O que eu fiz foi cumprir um dever para com a República, e todos nós, republicanos, devemos pôr acima de tudo a nossa dedicação por ela, servindo-a e prestigiando-a.

Se, efectivamente, fui chamado a constituir Govôrno, após a queda do gabinete José Relvas, nada fiz para isso e bem longe estava de pensar que a minha modesta personalidade pudesse ser reclamada para um papel tam difícil. Mas as circunstâncias são as circunstâncias e eu tive de me vergar em frente delas, que, analisadas serenamente, com imparcialidade e de boa fé, não hão-de colocar-nie mal por eu ter feito esse sacrifício.

O Sr. Cunha Liai, referindo-se à declaração ministerial, açu sou-a de ser vaga, ndecisa, de ter só palavras e mais nada. Já outro tanto dissera o Sr. Júlio Martins.

tiiárto da Cânfora dot Deputado*

E preguntou então o Sr. Cunha Liai se o Governo estava aqui só para salvar a República ou para fazer mais alguma cousa.

A pregunta do Sr. Cunha Liai teve, certamente, no seu espírito imediata resposta, pois é inacreditável que S. Ex.a esteja convencido de que o Governo não procurará realizar o seu programa de administração, programa em que há-de encarar os problemas da hora presente, com coragem, com decisão, com vontade de os resolver da maneira mais útM para a República e para o País.

O ponto é que o Parlamento lhe dê a sua colaboração, sem a qual não pode viver.

Não implica isto, porém, que a Câmara deixe de fazer a oposição que entender, mas oposição no sentido de emendar e corrigir as propostas de lei que o Governo lhe submeta e as que estão pendentes e o Governo perfilhe. Nessa altura verá. o Sr. Cunha Liai ^ue sfscti-

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vãmente, o Governo tem ideas nítidas sobre as diversas questões de administração pública.

.Volio a referir-me ao Governo a que presidi após a queda do gabinete do Sr. José Relvas.. .

O Sr, Cunha Liai: —Se S. Ex.a mo permite, direi que eu não fiz grandes acusações ao Ministério de S. Ex.a Foi apenas uni incidente.

A maior oposição feita ao Ministério de S. Ex.a partiu do Sr. Sá Cardoso.

O Orador:—Eu ia referir-me ao Governo a que então tive a honra de presidir, para responder ao Sr. Malheiro Reimão.

Afirmou S. Ex.a que a difícil situação financeira em que nos encontramos é unicamente devida à péssima administração desse Governo.

Contesto, e contesto-o porque S. Ex.a não tem razão para o dizer. .