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3uiHo de 28 de Janeiro de 1920

nome do seu grupo, de que este tinha leito a exigência de três pastas das inais importantes, como condição imprescindível da sna comparticipação. Essas pastas eram a das Finanças, Guerra e da Agricultura, tendo eu ouvido dizer depois que o grupo tinha dispensado generosamente a pasta das Colónias, onde tinha vastos planos a realizar.

Infere-se disto que se não estão representadas no Governo todas as correntes de opinião a culpa não é do Sr. Domingos Pereira, mas do Grupo Popular, em virtude das suas exigências.

Sr. Presidente: eu entendo que todos os partidos, quando se concentram no Governo, têm mais do que o direito, tom a obrigação de fazer exigências no ponto de vista dos programas a realizar, porque esses programas devem conter os princípios fundamentais e as promessas imediatas que se inscrevem nas bandeiras dos Partidos; mas o que não têm direito ó de fazer exigências de determinadas pastas, e principalmente num momento ern que essas exigências vêm demorar as crises ministeriais.

Sr. Presidente: o Grupo Parlamentar Popular, pela voz do Sr. Cunha Liai,, disse que não tinha confiança nos homens dos outros partidos para realizas aquelas promessas que fazem parte do seu programa de realização urgente.

Permitam-me S. Ex.as que eu diga que não faz sentido a concentração de partidos quando estes não têm confiança uns nos outros, e então, neste caso, devia o Grupo Popular reclamar para si próprio encargo de formar um Governo exclusivamente saído das suas fileiras.

Sr. Presidente: há uma verdade que é preciso proclamar. A razão das dificuldades e das demoras, por vezes aflitivas, na resolução das crises ministeriais, e que dão ao país ' a impressão duma irremediável fraqueza do regime, está na defesa sectária que os partidos fazem dos seus próprios interesses, imaginando que é no Poder que está a razão única do seu desenvolvimento e da sua força. Mas a história política do nosso país ensina--nos que há partidos que se esfacelam no Poder e outros que se formam e desenvolvem precisamente no tempo da adversidade pela simples influência da pureza dos seus princípios e da J eficácia da sua ,

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acção. E, deixe-me V. Ex.a dizer, estes são os únicos partidos fortes e verdadeiros, com raízes na consciência nacional, irmanando os seus destinos com os destinos da Pátria, ao passo que os outros são meras clientelas transitórias qne não podem resistir a uma hora de 'ostracismo.

Num ponto estamos todos de acordo; é que a República atravessa uma hora dolorosa de sombrias dificuldades. Todos^os oradores o disseram e é a verdade.

Pois ó indispensável que nos ponhamos de acordo também noutro ponto que é consequência daquele: na necessidade imperiosa da união de todos os republicanos, para que todos assumam e façam face às responsabilidades da hora presente, para que todos acudam aos males de que enferma a nossa República.

Sr. Presidente: eu lembro-me comovidamente que no momento solemne da nossa intervenção no conflito mundial os partidos prometeram abater as suas bandeiras partidárias perante o altar da Pátria; se todos somos patriotas, se todos somos republicanos, se todos estamos animados do puro desejo de elevar o nosso país e impor o nosso regime,, sobre todos impende também a obrigação imprescindível de abater as bandeiras dos partidos no altar da República.

Tenho dito.

O Sr. Álvaro de Castro: — Sr. Presidente: poucas palavras direi. Não necessito falar sobre a constituição do Governo, porquanto o Sr. Carlos Olavo já o fez de tal maneira que, como leader do Partido Democrático nesta Câmara, só tenho que ratificar as palavras de S. Ex.a

As minhas palavras são principalmente de referência ao incidente levantado pelo Sr. António Granjo, referente à crise política e aos factos que se deram e a que S. Ex.a deu uma interpretação que me parece exagerada.