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lavras para não ficarem valorizadas, como pareceram ficar, pelo Sr. António Q-ranjo. Em nome do Partido Democrático posso fazer minhas as declarações do Sr. António Granjo, quanto à razão de ser e ao modo de proceder da força armada dentro dos regimes que, como a Eepública Portuguesa, são essencialmente civilistas. Não ppderia o Partido Demçcrático, como partido de ordem e de Governo, defender outros princípios que não fossem os que o Sr. A-ntónio Granjo defendeu com muita elevação, com alto critério patriótico e republicano. E é tanto mais fácil lazer estas declarações em nome do Partido Democrático, quanto na verdade, desde o princípio da vida deste partido ele lutou sempre pelo Justado e pela segurança do poder civil em todas as eventualidades da vida portuguesa republicana em que outros republicanos e outros partidos -pretenderam contra ele utilizar a força da espada. E ninguém também dentro do

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mações mais concretamente que eu, porque me tenho infelizmente encontrado dentro da República em luta contra a espada do ditador.

Fossem quais fossem as circunstâncias de existência de qualquer situação política apoiada na força armada, eu seria o primeiro a combatê-la desde a primeira hora e com todas as'armas que eu pudesse ter à mão. Estas me,sma declarações fiz eu ao Sr. Barros Queiroz na hpra em que S. Bx.a me comunicou factos que no momento pareciam revelar oposição à organização dum dado Ministério; ofereci-me desde logo para essa luta e desde lo.go comecei a conjugai elementos para distruir ess.a organização se pia existisse, mas.tam sinceramente comp fiz essas declarações, posso agora aqui, cpni absoluta verdade e conhecimento de causa, dizer que ó absolutamente falso'que essa organização militar existisse ou exista para o facto do elevar ao Poder qualquer G-ovêrno ou evitar que qualquer Governo se formasse dentrp das normas constitucionais.

Infelizmente este debate, que é dum singularíssimq interesse e que tem de ser dirigido com singular cuidado, não permite que sobre este assunto se façam todas aquelas revelações que necessário seria fazer, mas que importa calar, porque k& verdades que não se dizem, porque im-

Diárío da C&mçira do» Deputado*

portam muito a segurança e prestígio do regime.

Não ó que estas palavras envolvam desejos de levantar oii pôr uma cortina que proteja qualquer membro do Partido Democrático ou de qualquer dos partidos, nem qualquer criatura que possa ser chamada à responsabilidade dos seus actos, iças é que há na vida dos países e na vida dps Estados escaninhos que não podem ver-se ou que não devem, pelo menos, pôr-se à vista de todo o país, porque não há para isso conveniência nem interesse para o próprio país.

Pode o país estar tranquilo de que a força republicana organizada,, militarizada, que está pronta a defender a República está também pronta a defender a dignidade e constitucionalidade dos actos da República.

É por isso que eu disse que as palavras e a interpretação dadas a uma conferência que era íntima, que era privada, que não tinha nem podia ter o significado que depois se lhe deu pode ser reputada como acto de coacção a uma entidade que desejamos, de facto, possa deliberar inteiramente sem coacção alguma.

Qnando o Sr. Barros Queiroz chamou o Sr. general Mendonça e Matos ainda o Sr. Barros Queiroz não era nem Presidente do Ministério nem autoridade alguma e o Sr. Mendonça e Matos chamado ao Ministério do Interior falou como falaria uma pessoa amiga, dizendo o que intimamente pensava não significando duma maneira genérica e positiva que não pu= desse haver qualquer perturbação que, aliás, não podia evitar por mais disciplinada a força de que estava encarregado de comandar, não significando isso que se o' Sr. Ministro do Interior desse ordens num determinado sentido elas não fossem cumpridas, e de estranhar ó que Havendo ainda nossa altura um Presidente do Ministério e um Ministro do Interior) a quem, aliás, se pedem respon-sabilidades por não ter dado supostas ordens, que se diz que não deu nessa nora, o Ministro dó Interior fosse posto de parte para se chamar ao gabinete particular do Ministério do Interior uma pessoa que representava de facto uma autoridade militar.