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Diário da Câmara do» Deputado*

Compreende-se, pois, com uma diferença tal de preço, que os produtores tratem de mandar o açúcar,para fora.

Isto já eu tinha dito, pouco mais ou menos, quando há dias aqui falei.

Fui procurado ,por um cavalheiro, que me foi apresentado por uma pessoa de minha muita consideração, para tratar deste assunto. Declarei-lhe que imediatamente íamos, estudar a sua resolução e pedi-lhe que, por sua parte, impedisse a greve, tomando o compromisso de atender os operários.

Na sexta-feira apareceu-me esse cavalheiro, dizendo-me que os operários protestavam e que não acreditavam na promessa.

. Instei de novo para que os dissuadisse, garantindo-lhe o cumprimento das .promessas, e mais tarde voltou a aparecer--mo para me comunicar que os operários tinham declarado a greve.

Esta é a verdade. Isto passou-se há uma hora, e eu estimaria que as minhas palavras, taLqual são pronunciadas aqui, fossem ouvidas lá fora. Isto passou-se há uma hora, e eu tinha que vir responder à interpelação de V. Ex.a

Coino vou resolver o caso, não o posso dizer a V. Ex.a, mas vejo-me na obrigação de o resolver. E, apesar de ato hoje não ter usado de violências, eu, perante uma calamidade como esta, estou resolvido a proceder com a máxima energia. (Apoiados).

Não sei se será o melhor processo. Havendo 'uma combinação entre patrões e operários, não posso antever até onde irá essa solidariedade, mas o que tenho é o dever de providenciar. (Apoiados).

E desde já declaro, aqui, que a greve dos operários refinadores de açúcar foi feita de acordo com os patrões.

Tenho dito.

O discurso será publicado na integra quando o orador haja devolvido as notas taquigráficas.

O Sr. António Francisco Pereira (para um requerimento)'.—Roqueiro a V. Ex.a, Sr. Presidente, que consulte a Câmara sobre se permite que seja dividida a ordem do dia de hoje, em duas partes, devendo ser discutida na segunda parto o projecto da Casa da Moeda.

O Sr. Costa Júnior : — Sr. Presidente: compete-me agradecer ao Sr. Ministro da Agricultura a amabilidade da sua resposta, que, aliás, me dá satisfação, por ver que o Governo entra no caminho da defesa dos interesses do povo. E devo afirmar a S. Ex.a que se mobilizar as fábricas, os operários estarão prontos a trabalhar, porque ôles acima de tudo são portugueses e bons proletários, o nunca os bons proletários, num caso destes, se colocarão ao lado dos patrões gananciosos.

O Sr. Ministro 'da Agricultura (Joaquim Ribeiro): — E bom salientar que eu só mobilizarei aos fábricas om último extremo.

O Orador:—De acordo com V. Ex.*. E devo lembrar à Câmara que os refinadores, tendo prometido aos operários um certo aumento, negaram-lho agora, e foi essa a razão por que ôles foram para a greve.

O Sr. Ministro da Agricultura (Joaquim Ribeiro): — Devo dizer a V. Ex.a que o representante da Casa Hornung me disse que ele tinha transigido, mas que as outras fábricas se recusaram a dar o aumento pedido.

O Orador: — Pois mobilizo V. Ex.a as fábricas, que eu tenho a certeza do que o público e o Parlamento não lhe hão-de rogatear aplausos, bom como estou certo de que os operários não deixarão de trabalhar.

Tenho dito.