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Diário da Câmara dos Dtputadot

tes para se discutir, na primeira parte, a proposta da remodelação dos. serviços públicos, e na segunda parte, o projecto da reorganização da Casa (fa Moeda, eu pregunto se os outro* projectos que estão na ordem do dia, com o parecer da comissão de guerra, são retirados dela, caso se aprove o requerimento daquele Sr. Deputado.

O Sr. Presidente: — Esses projectos continuam a figurar na ordem do dia e serão discutidos na sua altura.

Vai votar-se o requerimento do Sr. António Francisco Pereira.

O Sr. Ministro das Finanças (António Fonseca): — Desejaria muito que o requerimento fosse retirado, de contrário serei forçado a pedir à Câmara que o não aprove.

O Sr. António Francisco Pereira: — Sr. Presidente: apresentei o meu requerimento para que na segunda parte da ordem do dia de hoje só discutisse o projecto sobre a Casa da Moeda, porque realmente se trata dum assunto que bem merece a urgente atenção da Câmara. O próprio Sr. Ministro das Finanças acaba de expressar-se por maneira que bem demonstrou à Câmara reconhecer também que o assunto é de toda a justiça pela razão que assiste ao pessoal daquela casa em ver beneficiada a sua situação. Como, porém, S. Ex.a o Sr. Ministro das Finanças tem todo o desejo em que a discussão da sua proposta não seja interrompida, eu estou pronto a retirar o meu requerimento, e peço então que o projecto sobre a Casa da Moeda seja discutido na sessão de amanhã.

O Sr.' Ministro das Finanças (António Fonseca) (interrompendo): — Que se discuta o projecto sobre a Casa da Moeda logo após a minha proposta de lei que está em deluitn. Assim fica bem.

Como eu, em virtude duma disposição do Keginiento, tenho de assistir à discussão dos assuntos que correm pela minha pasta, e aquele é um deles, o que posso fazer é comprometer-me a não ir para o Senado discutir a proposta sobre os funcionários do Estado, soin que finalizo aqui a discussão do projecto sobre a Casa da Moeda.

O Orador: — Concordo com a indicação do Sr. Ministro das Finança.s.

Agora solicito dos oradores inscritos sobre a proposta em discussão para serem breves nas suas considerações, visto que o assunto está demasiadamente discutido.

O orador não- reviu.

O Sr. Presidente : — O Sr. António Francisco Pereira retira o seu requerimento.

Tem a palavra o Sr. Ladislau Batalha. .

ORDEM DO DÍA

O Sr. Ladisdau Batalha: — Sr. Presidente : no intuito de demonstrar a insuficiência das propostas apresentadas pelo Sr. Ministro das Finanças para ocorrer à actual situação, fui passando em revista vários factores demonstrativos da gravidade das circunstâncias em que se encon-

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Assim, pois, referi-me a alguns fenómeno0 determinativos do agravamento dos câmbios, a propósito do que aludi não só aos fundos portugueses colocados no; estrangeiro, quando o câmbio a isso era favorável, como ainda à catástrofe da exportação da prata e ouro.

Hoje referir-me-hci à diferença, da balança- comercial aduaneira.

Em 24 de Dezembro de 1919, véspera do Natal, eu verifiquei a tabela dos câmbios e fiz a seguinte comparação, depois de muito trabalho.

Vi que o escudu tem o seguinte valor em diversas nações: para Inglaterra o nosso escudo valia em 22 de Julho ' de 1914 apenas (§75. Em 9 de Março de 1915, data da declaração da guerra a Portugal, passou a valer apenas $33(7). Em 22 de Novembro de 1918, data do armistício, baixou para $60. Em 28 de Julho de 1919 desceu para $56(1). j Em 24 de Dezembro do mesmo ano passado já só valia $37(3)!

Como se verifica, a depreciação da nossa moeda em Inglaterra acusa uma baixa tanto~ maior quanto mais lialmente nos íamos empenhando com aventuras guerreiras.