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por consequência, há toda a vantagem em que elas se ventilem numa sossâ'0 pública, porque de facto 'a quem é necessário dar conhecimento exacto da situação financeira e económica é ao País, porque é a ele que se tem de pedir o colossal esforço que é necessário empregar para a sua realização, porque não será uni só homem, dois, vinte ou cem que conseguirão fazer o milagre de restituir ao País a situação anterior à guerra.

Só conseguirá isto o País pela sua força, a qual se traduz não em palavras, mas em medidas adequadas ao momento, que importa executar

Entendo que será mais natural tratar esse assunto em sessão pública, para que o País possa conhecer e, porventura, aplaudir os remédios propostos. Uma sessão secreta para termos discussões acesas, meramente discussões em que se gastaria muita energia e se consumiria muito tempo, não se chegando a conclusões, será inútil.

Teria simplesmente o inconveniente da, alarmar o País extraordinariamente. Dir--se hia que há assuntos, e de preferência seriam citados os relativos à nossa situação financeira c económica, que não podem ser tratados em sessão pública.

Na minha qualidade de deputado prezo-mo de conhecer — mesmo, sendo aqui o leader do meu partido mais necessidade tenho disso — embora sumariamente, todos os assuntos que correm pelas diversas pastas. Até hoje não tenho tido conhecimento de algum, mesmo grave, que não possa ser tratado em sessão pública.

Mas'o caso é este.

Agora trata-se de dizer se o Sr. Presidente tem ou não obrigação de marcar a sessão secreta. A face desse- requerimento, cujas assinaturas são, no momento, em número inferior a vinte, V. Ex.a não é obrigado a marcar sessão.

O discurso será pablicado na íntegra, revista pelo orador, quando restituir, revistas, aã notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. Eduardo de Sousa:—Há pouco, quando estava falando o ilustre parlamentar e meu presado amigo Sr. Júlio Martins, deu-se um incidente desagradável, e que eu sou o primeiro a deplorar.

Diário da Câmara do» Deputado*

Tendo-me eu rido por causa dum episódio eventual que nada tinha com o discurso de S. Ex.a, o Sr. Pais Rovisco, voltando-se, na sua cadeira, para mim, disse que me calasse, pois me estava rindo com um riso alvar.

Protestei imediatamente contra esta expressão e pedi a V. Ex,a que, dentro dos termos regimentais, convidasse o Sr. Pais Eovisco a retirá-la.

Tenho sempre primado por ser correcto no meu procedimento dentro desta Câmara, nunca proferindo qualquer palavra ou praticando qualquer acto que pudesse ser considerado injurioso, fosse para quem fosse (Apoiados); portanto, tenho tudo o direito a estranhar que S. Ex.a usasse para comigo da frase injuriosa que empregou. Como no ruído provocado por esta minha intervenção se me dissesse que eu tinha ouvido mal, não insisti no incidente.

Fui depois informado de que S, Ex.anão empregara o termo alvar, mas sim alva-

rndn.

Ora de alvarado foi o meu riso; nesse caso tenho a dizer que alvar foi o comentário provocado por Oste incidente.

]São coiisiiiiu, pois, que esse apodo fique subsistindo, e, portanto, peço a Y. Ex.a que convide o Sr. PHÍS Eovisco a retirar a expressão que empregou o qne considero ofensiva não só para o meu brio pessoal, como ainda lesiva do decoro parlamentar.

O Sr. Presidente: — O Sr. Eduardo de Sousa pede-me para convidar o Sr. Pais Rovisco a dar explicações sobre a frase que S. Ex.a julga ofensiva.

O Sr. Pais Rovisco : — A significação que os dicionários dão a «riso alvar» é riso sem razão.

Contudo, pela muita consideração que tenho por esta Câmara, e se ela se julga ofendida, não tenho duvida em retirar a frase, continuando, no emtanto, a ter pelo Sr. Eduardo de Sousa a mesma consideração e fazendo o mesmo juízo que tenho feito até agora.

O Sr. Presidente: — Ein vista das explicações do Sr. Pais Rovisco creio que o assunto está liquidado.