O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

de id de Ftvcr&ro de Í090

mal, como seja acabar com a especulação de toda a natureza que se faz com a alimentação, o calçado, vestuário, etc.

Barateemos o custo da vida por uma intensa produção, administremos honestamente 03 dinheiros públicos e a República estará salva.

Ê necessário que encaremos estes problemas que são fundamentais para a vida nacional com inteligência e patriotismo.

Todavia, e infelizmente, nada só tem feito de forma a evitar uma situação que vse agrava e complica cada vez mais, em prejuízo da maior parte e em benefício, apenas, de umas dúzias de gananciosos insaciáveis.

Um par de botas que custava antes da guerra 3$50, 4$, custa froje 200 e 25$.

E porque?

Porque os agiotas, neste caso os industriais de sapataria, criaram propositadamente a moda das botas do cano alto, no período em que exactamente mais se fazia sentir a falta de matéria prima e o encarecimento. de todos os géneros, sem que alguém pusesse um termo a este descalabro, limitando a importação 4o que era inútil e supérfluo.

Mas há mais.

Estando a abarrotar de carvão vegetal todos QS cais de caminhos de ferro de quá-si todas as estações da província do Alentejo, esse produto ven4e-se em Lisboa por preços exorbitantes e quási proibitivos em virtude da falta de trausportes terrestres, sem que os 0overnos até hoje se preocupassem cpm p caso, aliás de bem fácil resolução, uma vez que nele se pensasse com um pouco de atenção, fazendo reaparecer a nossa navegação costeira tam desenvolvida antes da guerra e quási desaparecida depois dela.

JEstes e tantos outros problemas não têm sido lamentavelmente resolvidos, mas urge que se resolvam, a não ser que nos não importemos em cair no abismo.

A proposta ministerial que se discute acarreta para o Estado um encargo de mais de 5:000 contos.

Basta isto para verificarmos quo apesar dos nossos bons desejos em ser agradáveis à classe ferroviária,, sob este ponto de vista não o podemos nem devemos ser.

Acresce ainda a circunstância de a proposta em questão encerrar matéria duma

flagrante injustiça e gravame, refiro,-me. à retroactividade da lei pela qual setrazem encargos para o Tesouro que representam 500 contos por mês, e que se traduz em 1:000 contos em dois meses decorridos.

Tenho pena de não estar presente S. Ex.a o Sr. Ministro das Finanças para lhe preguntar se concordava com este princípio perigoso e oneroso.

Preguntar-lhe-ia se a retroactividade que ontem não julgou justa aplicada aos operários da Casa da Moeda e que não tinham sofrido melhoria dos seus vencimentos desde 1911, a'julgava justa hoje?

O Sr. Manuel José da Silva (Oliveira de Azeméis):—H. Ex.a responder-lhe-ia conforme o Ministro assinasse a proposta ou não.

O Orador:-^-Devo dizer que não assinou.

Mas tenho ocasião de dizer também que a proposta nem sequer pela minha mão passou, nem sequer pelas mãos do Sr. relator.

Uma voz: — Tem graça.

O Orador: — Em face 4-as minhas considerações que reputo justas, requeiro que a proposta vqlte ao estudo das comissões para ser suficientemente elucidada com dados estatísticos, com números que re-presentom alguma cousa de positivo e concreto, que nos dêm luz bastante para fazermos juízo das responsafeilidades que vamos tomar perante o País, no dia em •que lhe dermos a nossa sanção.

Tenho dito.

O Sr. José de Almeida: — Sr. Presidente : o ilustre membro desta Câmara, Sr. Dr. Júlio Martins, ao iniciar as suas considerações neste debate disse que o Grupo Popular se apresentava na discussão tal qual era perante o País.

Também nós socialistas nos apresentamos nesta Camará tal qual somos, de fronte levantada, com a voz bem vibrante : a voz da verdade o da justiça.

Merece todo o nosso aplauso a proposta apresentada nesta Câmara pelo Sr. Ministro do Comércio.