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Sestão de 13 de Fevereiro de 1920

V. Ex.a sabe qne a classe ferroviária na Itália ainda há pouco conseguiu ter representantes dentro do conselho de administração dos respectivos serviços.

Isto dá-se numa monarquia e em Portugal, dentro duma Eepública, hesita-se em melkorar a situação de quem trabalha.

No caso presente, Sr. Presidente, é necessário que os vencimentos dos empregados ferroviários seiam aumentados. Ke-conhece-se-lhes absolutamente essa justiça; ainda ninguém, a dentro desta casa, lha negou.

£ j Pois então que razões há, que' fortes, que poderosos motivos existem para se recusar a esta classe essa parcela de justiça reclamada, quando há criaturas que vivem perfeitamente à larga, não trabalhando ! ?

Disse aqui o Sr. Lúcio de Azevedo que era chegada a hora de se dizer toda a verdade ao País. Também eu assim o entendo, também assim o entendem os socialistas e por isso ainda há poucos dias, em face do pedido da convocação duma sessão secreta, declarámos que viríamos a essa sessão, mas que entendíamos que era em sessão pública que se deviam discutir todas as cousas respeitantes à administração pública.

Para terminar, Sr. Presidente, cito ainda uma frase do Sr. Júlio Martins.

Declarou S. Ex.a que esta proposta ministerial não podia, nem devia ser considerada pela Câmara, porque lhe faltavam os pareceres necessários. Pois,, para mim, Sr. Presidente, para as minhas ideas, para os meus princípios, não careço absolutamente nada dos pareceres de quaisquer comissões; basta-me o parecer da minha consciência, e esta diz-me absolutamente, concretamente, positivamente, que a proposta do Sr. Ministro do Comércio deve merecer a aprovação da Câmara. (Apoiados).

Tenho dito.

O Sr. Cunha Liai: — Sr. Presidente: é fácil governar assim! E fácil governar, cedendo tudo, cedendo sempre. <_ aquela='aquela' que='que' sucessores='sucessores' de='de' limpos='limpos' crédito='crédito' venham='venham' ainda='ainda' parcela='parcela' importa='importa' por='por' para='para' dar='dar' cofres='cofres' quantidade='quantidade' pequena='pequena' a='a' distribuir='distribuir' os='os' perdido='perdido' jque='jque' é='é' j='j' parece='parece' estejamos='estejamos' o='o' ejicontrar='ejicontrar' p='p' este='este' riqueza='riqueza' resta='resta' dia='dia'>

critério dos Governos, que se consideram aves de arribação que por momentos poisam nas cadeiras do Poder e que por isso dizem sempre que quem vier atrás que feche a porta.

<íEstá que='que' de='de' no='no' decorrerá='decorrerá' vida='vida' portugal='portugal' notas='notas' uma='uma' parte='parte' dá-se='dá-se' do='do' puder='puder' companhia='companhia' estampar='estampar' nos='nos' para='para' deu='deu' ameaça='ameaça' portuguesa='portuguesa' papel='papel' houver='houver' como='como' governantes='governantes' a='a' os='os' emquanto='emquanto' geral='geral' e='e' pedirem='pedirem' amanhã='amanhã' em='em' assim='assim' banco='banco' greve='greve' sr.='sr.' iminente='iminente' comércio='comércio' o='o' p='p' fabricar='fabricar' hoje='hoje' ministro='ministro' prado='prado' já='já' maré='maré' há='há' tudo='tudo' rosas.='rosas.'>

Dá-se tudo o que se pede e assim é muitíssimo fácil governar. (Apoiados).

E, como nesta maneira de dar não há peso, nem conta, nem medida, verdadeiramente ao acaso, dá-se o caso de haver limpadores de retretes que ganham mais do que juizes!

<_ que='que' saber='saber' júlio='júlio' teremos='teremos' pagar='pagar' importa='importa' se='se' martins='martins' disse='disse' nossas='nossas' para='para' dar='dar' um='um' sem='sem' continui='continui' despesas='despesas' como='como' raciocinado='raciocinado' geral='geral' amanhã='amanhã' sr.='sr.' o='o' p='p' este='este' verbas='verbas' as='as' que.='que.' plano='plano' necessárias='necessárias'>

Que importa isso? Fica um juiz ganhando 90$ e um limpa retretes com 110$ mensais.

Mas, o Estado não se importa, vai dando ao acaso, sem orientação, dando o que lhe pedem.

Isto não é forma de governar — dir--me hão. Veio até nós uma representação duma classe valiosa que tem um espírito profundamente republicano.

^Mas haverá justiça para ela? Eu responderei que há justiça.

Mas, quando me preguntarem se há justiça relativa, tenho a dizer que não, embora à cauda de certos homens públicos venham montes de gente a querer exercer pressão sobre o meu pensamento, sobro a minha maneira de ver. Não há justiça relativa. Há classes, como aquela a que eu pertenço, a do Ministério das Finanças, qne foram aumentadas relativamente muito, apesar de eu, nisso, não ter a mínima responsabilidade, porque cheguei àquele Ministério quando só dava esse aumento.