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Dtárto da Câmara doe Deputados

monstrada em várias discussões dentro da casa do Parlamento (Apoiados), disse sem cobardia à Câmara o que pensava.

Também os socialistas sem a mínima sombra de cobardia dizem à Câmara aquilo que pensam.

Eles dizem a V. Ex.a e por intermédio de V. Ex.a ao país que esta e todas as reclamações das classes trabalhadoras são absolutamente justas e têm de ser fatalmente atendidas.

Sr. Presidente: levanta-se um mundo novo! É esta uma verdade que já ninguém contesta hoje, pelo menos com fundamento, dentro da humanidade. Levanta-se hoje um mundo novo e não quero discutir se ele se deve erguer por esta ou por aquela forma, por meio duma revolução sangrenta ou por meio de processos mais moderados; mas o que tenho a dizer a V. Ex.a e à Câmara é que, se forem postas em prática as intenções que eu vejo hoje claramente manifestadas a dentro deste Parlamento, talvez que seja necessário um meio violento para efectivamente se fazer a emancipação das classes trabalhadoras.

T7,n TiíSn ann Sr. PrPSiHpntp r»artirlávin —-------------, ----- , ^ -. — —

dos meios extremos senão nas ocasiões extremas e por isso eu vim para aqui a fim de ver se conseguia, cooperando com todos os homens inteligentes e bons, que essa sociedade que eu visionei se possa levantar sem sangue, sem convulsões, com o amor de todos. Mas se os meus propósitos não forem de molde a calar no espírito do Parlamento, ,?hei-de eu calar a voz da justiça, hei-de eu fazer com que o meu coração deixe 'de pulsar por esse ideai nobre a que eu aspiro, lá porque é indispensável que uma revolução se faça? Não, Sr. Presidente! (Apoiados).

O Sr. Lúcio de Azevedo fez. aqui uma bela dissertação sobre matéria económica e disse-grandes e grandes verdades; mas o que eu admiro ó que S. Ex.a, reconhecendo que a administração pública neste País tem sido o mais desgraçada possível, que todo este descalabro a que chegámos, é devido unicamente aos dirigentes, como S. Ex.a afirma, e não aos dirigidos; o que eu admiro é que S. Ex.a ponha todas as objecções à aprovação duma proposta desta natureza.

Sr. Presidente: disse-se aqui que é preciso primeiro, antes de se poder apro-

var a proposta, pôr em ordem- a nossa desorganizada casa.

Disse-se que é preciso equilibrar as nossas finanças e apagar do nosso Orçamento esse pavoroso déficit de 115:000 contos. Mas só há o direito de viver, se aqueles que trabalham têm absoluta necessidade de dar aos seus e a si os elementos indispensáveis à vida e ao trabalho mesmo,

' £ Foram os trabalhadores que determinaram que não se aproveitassem as riquezas naturais deste País?

Foram os "trabalhadores que fizeram

COUl n HA n GrOVêmO e 08 Ministros

Colónias, que se têm sentado naquelas cadeiras, não encaminhassem para as nossas colónias a nossa emigração, e não aprovwiícisstjiu ossas qualidades maravilhosas do planalto de Benguela que, com duas colheitas anuais, poderiam resolver completamente o nosso problema cerealífero?

l Foram os trabalhadores que se opuseram ao desenvolvimento das nossas indústrias?

^ Foram os' operários que fizeram com que todas as grandes riquezas nacionais se não aproveitassem? Não!

O que fez com que tudo isso não fosse aproveitado foi a incompetência dos Governos burgueses.

•Portanto, não se vá dizer ás classes trabalhadores que cessem com as suas reclamações porque assim é preciso.