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e pela Pátria, num grande amor por todos os portugueses que se estão empenhando com sacrifício no ressurgimento nacional e procurando chamar à" ordem quer os conservadores, quer os elementos despropositadamente avançados. É preciso que tenhamos a independência precisa para não ceder a pressões sejam de quem for; estou certo de que no dia em que todos, pondo de parte especulações políticas, sociais ou de qualquer outra natureza, nos convençamos 'de que só a verdade devemos dizer, os próprios operários, que cada vez mais se divorciam de todos os partidos políticos actuais, virão do braços abertos para nós, compreendendo que lhes indicamos lialmente o bom caminho.

Sr. Presidente: toda a Câmara sabe que eu sou, por temperamento,^ por convicção, por estudo, um avançado, sim. Talvez mais que a minoria socialista desta Câmara. Mas entendo que não tenho o direito de, guiado apenas pelas minhas aspirações, me tornar um criminoso querendo arrastar comigo criaturas que, não podendo abranger os meus ideais, seriam levados à "nrática de actos qus ou pró prio reprovaria. Aliás é o que se passa com frequência, e nesta fase de transformação político-social que na humanidade se está operando, isso dá-se quotidianamente. Portanto, prefiro sacrificar os meus objectivos, e só quando entender que posso ser acompanhado conscientemente por aqueles que procuro defender, e a quem desejo ' preparar melhor futuro, estarei abertamente à sua frente.

De operários se trata, Sr. Presidente, e eu sou também um operário. O meu curso de engenheiro tirei-o lutando com bastantes sacrifícios, e dele vivo. Privando sempre, com maior ou menor assiduidade, com operários, quer em Portugal, quer em França, eu conheço bem a sua psicologia; devo dizer que contei sempre com a amizade deles, e que a minha palavra tem sido sempre escutada; trabalhando com eles demonstrava-lhes a cada momento que não era com exagerados aumentos de salários que resolvíamos a complicada situação actual.

Não duvido nem um instante que Portugal pode incondicionalmente contar com os seus verdadeiros operários, 'e são eles que nos hão-de salvar da terrível crise

Diário da Câmara dos Deputado»

que atravessamos. Se eu estou dando aqui um pouco da minha mocidade, da minha energia, da minha inteligência, é em favor deles, é porque tenho arreigada em mim a convicção do nosso melhor futuro devido ao esforço honesto dos que trabalham. É isto que ó preciso que se diga e repita, e todos se convençam de que só procedendo desta forma alguns resultados podemos alcançar, j Não é. S r.-Presidente, ajudando, por exemplo, a lei das 8 horas de trabalho !... Antes da guerra eu fui, aliás, um acérrimo defensor dessa lei, mas reconheço que tem sido agora o seu cumprimento que tem contribuído muitíssimo para que as condições de vida piorem. E preciso realmente vermos bem os problemas e atentar em que eles se nos apresentam de modos diferentes, conforme as situações. O que é necessário é obrigar todos a trabalharem igualmente, acabando com os parasitas: quanto ao tempo isso. é mais uma questão médico--hiffiénica nua H« mmlnner o»tra nature-

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za. Se antes da guerra eu, homem de princípios, procurando acompanhar as ideas avançadas, era, à outrance, parti-

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jo presentemente que a guerra, arruinan do-nos e levando-nos a uma situação difícil, nos demonstra que tal lei perdeu a oportunidade e é incompatível com as exigências .actuais da vida e o estado permanente de difícil existência (Apoiados).

O Sr. Dias da Silva: — j O que é preciso .é inteligência industrial e governativa!

O Sr. Ladislau Batalha: — j A lei é boa, os seus executores é que são maus!...

.0 Sr. Domingos Cruz:—j Basta de ideas, o que precisamos é de factos!... (Apoiados).

Uma voz:—E preciso trabalhar!... (Muitos apoiados). Sussurro.

O Sr. Presidente: — Peço aos Srs. Deputados que deixem falar o orador.