O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

8

mós eu e os representantes da referida classe. Por fim, .consegui que aceitassem uma cousa muito aquém do que exigiam. Não estou arrependido.

Vem o Sr. Ministro das Finanças chamar a rebate a opinião pública.

Vem o Sr. Ministro das Finanças notificar que a situação do País ó angustiosa e dizer que a situação da República é pe-riclitante.

Estamos todos, pois, convencidos de que o País está na ruína.

Já das cadeiras da maioria um homem, que tem responsabilidades públicas, disse que este País e esta República estão a saque. Isto é grave!

Foi de nós, populares, que partiu a iniciativa da sessão secreta para sabermos quais as ideas do Governo sobre a angustiosa situação em que se encontra o País.

Fomos nós que provocámos explicações do Governo para sabermos se dentro dele há realmente conhecimento da situação duma praça que está quási a rebentar, e se é certo que o Estado não tardará a suspender pagamentos. Mas vem esta proposta de aumento aos ferroviários para ser discutida, e é ocasião de preguntar •nnpnnp tom o. Cu.ni3.rn. estado sílonciosa sobre as reclamações dos funcionários administrativos,

,; Não sabemos todos nós da situação miserável em que vivem esses funcionários? ^E esta Câmara fica silenciosa e não treme perante a responsabilidade que toma de não olhar de frente, como deve, para a situação desses funcionários?

£ Esta Câmara fica silenciosa perante à situação dos funcionários judiciais ? £ Como vivem os juizes e os delegados ?

Sr. Presidente: ^porque não havemos de fazer o balanço geral à nossa situação financeira? (Apoiados).

£ Porque não havemos, Srs. representantes da'Nação-, de estudar a vida portuguesa em conjunto? (Apoiados).

& Porque não havemos de reunir as reclamações de todas as classes que têm, certamente, razão para reclamar, visto que as circunstâncias da vida são más? Mas são más para todas as classes.

£ Porque não havemos de mostrar ao País o sudário da nossa desgraçada situação financeira?

<_ p='p' que='que' com='com' a='a' de='de' nossa='nossa' números-='números-' não='não' mostrar='mostrar' invernos='invernos' porque='porque' palpitantemente='palpitantemente'>

Diário da Câmara dos Deputadot

situação é uma situação que não se poderá modificar senão por meio dum sacrifício feito por toda a gente, sacrifício enorme, sacrifício brutal?

Isto é que se deveria fazer. Sim,' Sr. Presidente! Isto e não o estar-se a ordenar constantemente ao Banco de Portugal que deite cá para fora mais papel. Dará a impressão de que somos um país rico, mas que dentro em pouco terá de suspender o pagamento dos ordenados ao funcionalismo todo. Será a ruína, será o hor- , ror! ; Será o crime mais brutal que os homens da República terão praticado! E porquê? j Porque nesse dia sossobrará a República, com ela sossobrará a Pátria, sossobraremos nos todos!

Sr. Presidente: respeito e admiro a classe dos ferroviários. Sei que' a República tem encontrado neles os seus mais extrenuos defensores. Sei que estas minhas palavras poderão ecoar mal no espírito desses homens, mas quero apresentar-me perante o meu País tal como sou. Quero, acima de tudo. marcar situações, definir responsabilidades, o não quero concorrer, porventura, para que a República se perca e a nossa Pátria sosso-bre.

Sr. Presidente: tudo isto se faz levianamente. O Governo quere arrancar do Parlamento a votação duma proposta que é importantíssima, sem que a Câmara a possa apreciar devidamente. E tudo feito sobre o joelho!

O Sr. Ministro do Comércio diz que o aumento solicitado pelos ferroviários atinge a cifra de 5:000'contos, mas a comissão0 de finanças diz-nos que o aumento atinge a verba de 6:000 contos anualmente. Isto é extraordinário! E desolador!

,íPode-se continuar assim? Estamos a brincar com cousas sérias. Ouça-mo toda a gonte!