O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Settào de 23 de Fevereiro de 1920

culos, comparados com outros serviços menos espinhosos.

Não concorda em que se dê a toda a gente o mesmo aumento, pois que há competências, etc., e ainda porque há ordenados que, não sendo excessivos, são, todavia, razoáveis. '

Tendo assim curado dos interesses dos ferroviários, parece-lhe que neste momento deve ser insuspeito.

Ele, orador, cuidou muito especialmente daqueles que tinham ordenados muito precários, e que, por consequência, viviam numa situação mais angustiosa; esta forma singular de dar 24$ a toda a gente é uma forma abstrusa, por isso que muitos têm ordenados que, se não são excessivas, são muito superiores àquilo que eram ainda há bem pouco tempo.

Desde que o Estado se acha constituído pela forma actual, ele, orador, não pode compreender que se julgue excelente esta medida de dar 24$ a toda a gente.

Não admite que se dêem apenas $10 a indivíduos que exercem profissões perigosas, quando há outros que, exercendo-as menos perigosas, percebem 4$ diários.

Da diminuição de horas de trabalho resulta necessariamente maior número de operários, e, como tal, o encarecimento da vida.

É necessário que^ se faça em Portugal o mesmo que se faz lá fora, pois de contrário nunca poderemos sair da situação desgraçada em que nos encontramos.

E absolutamente necessário que em Portugal se ponham em prática todas aquelas medidas que são justas e razoáveis, isto para bem do País e de todos nós.

Doutra forma declara francamente que não é possível reduzir os nossos encargo8/

É esta a sua maneira de ver e de pensar, e, como tal, a apresenta ao Parlamento, pois ele, orador, ó daqueles que enten'dem que chegámos a uma situação em que é necessário que cada um diga abertamente ao País aquilo que pensa.

E necessário que todos os homens públicos falem com toda a coragem e toda a verdade ao País.

E provável que digam que não tem razão no que diz; no emtanto deve dizer à Câmara que toma a inteira responsabilidade do que afirma.

17

Por isso diz e repeto que se torna absolutamente necessário que todos os homens públicos digam aquilo que pensam (Muitos apoiados).

E este o caminho que entende que todos devem seguir.

Não podia deixar passar esta notícia sem a ela se referir, por isso que ela não representa a sua maneira de pensar.

Aos ferroviários têm sido dispensados muitos cajinhos, e com muita justiça, porque muitos deles foram seus companheiros em horas bastante amargas.

Assim, em 1910-1911 os vencimentos eram de 1:033 contos; em 1913-1914 passou a ser de 1:572 contos; em 1917-«1918, 2:920 contos; em 1919, 3:.919 contos e em 1920, 6:500 contos.

Não quere dizer que o aumento tenha sido correspondente, mas a responsabilidade não é sua, pois que queria dar mais a quem tinha menos e nada a quem tinha muito.

E certo que encontrou criaturas com salários de escravos, e por isso curou deles em especial, porque entende que é assim que todos os homens públicos devem fazer.

Isto é que traduz um princípio elementar de justiça; e se nesse momento não foram mais bem remunerados, foi por que o Estado não abundava em receitas.

Esta medida de dar o mesmo a toda a gente é uma forma singular é abstrusa, pois que distribuidores rurais e supras receberiam mais 70$00 sobre os 60$00 já têm.

Ele, orador, pregunta se realmente se pode admitir que uma creatura com uma rudimentar instrução perceba tais vencimentos.

Desde que a questão ó assim posta por uma forma tam singular e simplista, subordinando-a exclusivamente ao princípio do menor esforço e pondo de parte a inteligência e a cultura de cada um dos reclamantes, ele, orador, não pode deixar de aceitar como boas e atendíveis as reclamações de quantos se julguem no direito de fazer exigências.