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Seitão de 27 de Fevereiro de 1920

abranger toda a síntese das minhas ideas, pelo menos a sentir e sentir bem do fundo do coração toda a justiça e toda a sinceridade das minhas palavras.

Sr. Presidento: porque eu tenho vivido sempre entre os trabalhadores do meu país, en habituei-me como eles a acreditar sempre mais nas impulsões expontâneas do coração do que nos judiciosos comentários da inteligência, com a convicçO.0 da superioridade do homem que sente a sua idea, sobre o homem que concebe somente essa idea sem a sentir.

E assim, Sr. Presidente, eu, que nunca me deixei arrastar por grandes entusiasmos, quando à minha roda entre os meus próprios camaradas tenho feito, porventura, aceitar certos princípios, pela falta de garantia que eu tenho de que esses rapazes amanhã não se deixarão arrastar pelas imperiosas necessidades da vida, passando a defender justamente o contrário do que hoja pensam, eu tenho, todavia, uma grande, uma imensa, unia infinita satisfação, todas as vezes que, embora não sejam senão vagamente abrangidos na sua ligação lógica, as minhas palavra conseguem, conitudo, descer ao fundo do coração de algum desses homens que, nvim trabalho penoso escraviza. . Sr. Presidente: estas palavras vêm a propósito duma afirmação que foi feita nesta Câmara, no decorrer deste debate, afirmação que ó de facto uma grande verdade.

Disse alguém que numa questão desta natureza erav absolutamente necessário que cada um de nós se mostrasse tal qual é, assumindo completa e inteira responsabilidade das suas palavras, assumindo inteira o absoluta responsabilidade das suas posições, e eu que tenho, como disse a V. Ex.a, passado a minha vida ao lado dos trabalhadores da minha terra, defendendo como sei e como posso os seus justos o legítimos direitos, falo nesta questão de cabeça erguida, absolutamente seguro e convencido de que defendo pela melhor fornia os seus justos direitos, as suas legítimas aspirações.

Vejamos, Sr. Presidente, as condições <_3in que='que' de='de' a='a' veio='veio' aos='aos' proposta='proposta' estado.='estado.' do='do' ferroviários='ferroviários' p='p' lei='lei' câmara='câmara' diz='diz' esta='esta' quo.='quo.' respeito='respeito'>

No Parlamento o fora dolo ouvo-sc afirmar quo a situação financeira do País,

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embora não seja irremediável, é, todavia, angustiosa (Apoiados) e o próprio Sr. Ministro das Finanças vem dizer a esta Câmara que há absoluta e imediata necessidade de exigir a cada uni de nós uma corta soma de sacrifícios, e ainda na recente discussão da proposta de lei relativa à redução dos quadros dos funcionários públicos, ó ainda o Sr. Ministro das Finanças quem afirma que às próprias câmaras municipais há necessidade de >xigir sacrifícios, cerceando-lhes muito embora a sua autonomia municipal, pois esses sacrifícios são exigidos em nome dos mais íiltos interesses do País.

Por outro lado, Sr. Presidente, niovi-mentam-se todos os funcionários do Estado e todas as classes tratam de reclamar aos poderes constituídos uma melhoria de situação, quer por intermédio das suas associações de classe, quer por intermédio de comissões especiais, unindo-se todas as classes trabalhadoras no mais louvável dos intuitos. Estão nesse conjunto os ferroviários do Estado, que fazom as suas reclamações acompanhando as das restantes classes trabalhadoras, e acompanhando os restantes funcionários do Estado. £ Pois num dado momento, Sr. Presidente, o que é que nós vemos?

Vemos que os ferroviários se desligam de todas as outras classes, com um lamentável intuito de egoismo, e esquecendo--se da situação dos seus camaradas, e querendo somente melhorar os seus vencimentos e- salários, embora à custa do sacrifício das restantes classes que, como eles, trabalham, vêm apresentar ao Governo as suas reclamações, separadamente.

Há factos lamentáveis, quer na atitude dos ferroviários, quer na proposta de lei do Sr. Ministro do Comércio.