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Diário da Câmara doe Deputados

com números, tudo se prova, e não monos certo que, com números, nada se prova.

O Sr. Cunha Liai apresentou números tais o do tnl maneira, que poderia à simples vista parecer à Câmara que S. Ex.íl a estava esclarecendo, quando afinal apenas estabeleceu uma tremenda confusão sobre assuntos que nada tinham com a questão que se discute.

Eu, Sr. Presidente, reservava-me para responder a todos os oradores, mas reptado pelo Sr. Cunha Liai a responder-lhe imediatamente, assim o faço,' para que a Câmara não suponha que os números que S. Ex.a se referia representam alguma cousa.

Eii supus que toda a Câmara dava às minhas palavras o significado que elas representavam no valor próprio, mas vejo que não ó assim.

Eu quando disse que tinha unia paciência sem limites, nunca foi minha idea significar menos consideração para qualquer Deputado.

Sr. Presidente: toda a gente sabe que os caminhos do ferro do Estado vivem num regime de déficit.

Na discussão da minha proposta eu não vi que fosse nenhum dos seus artigos impugnados. Não vi que fossem impugnados os encargos e a maneira como foram elevadas as sobretaxas. Nos caminhos de ferro o déficit avoluma-se dia a dia. Há um encargo enorme, a que eu já me tenho referido: é o combostível, que dantes custava 4$ a 5$ e que hoje custa 110$.

Não tenho visto argumento algum contra a minha proposta; só tenho ouvido dizer que eu faço benefícios a outras companhias.

O Sr. Cunha Liai: —

O Orador: — Lá chegaremos. Eu vou responder a todos os argumuutos de V. Ex.&

Sr. Presidente: contrariamente ao que supõe o Sr. Cunha Liai, eu estudei devidamente a proposta que está. submetida à apreciação do Parlamento. Não me limitei a ser o portador dela para a Câmara. Repito: estudei-a com todo o cuidade e profundamente.

Desenvolvendo um grande esforço de inteligência, o Sr. Cunha Liai procurou

justificar com diversas considerações, a propósito do assunto, a atitude da oposição que foi tomada pelo grupo a que S. Ex.a pertence. Com esse fim, começou S. Ex.a por dizer que a proposta estava sendo discutida por coacção.

Eu já tive ensejo de declarar à Câmara qao não existe coacção alguma.

Não, Sr. Presidente, não existe coacção, a não ser aquela que nos é imposta pela nossa consciência. Foi sob essa coacção que eu apresentei esta proposta, como Sendo o melhor caminho a seguir, e estoii certo que sob essa mesma coacção é que a Câmara irá resolver.

D.isse Sr. Cunha Liai que eu, pelo artigo 6.°, ia. duma forma indirecta, beneficiar a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses. Todavia, quis fazer-me a justiça de me supor o portador duma íeliz idea, que não o executor dum crime, porque até a crimes S. Ex.a se referiu.

S. Ex.a partiu do princípio de que a sobretaxa actual representa 80 por cento sobre ú que vigorava aatcs da guerra. De tal maneira seria agravada pela tarifa autorizada pela portaria publicada pelo Sr. Navarro que, ainda mesmo sem providência nenhuma da minha parte, uru u bastante para consentir às empresas uma vida desafogada de maueira a fazerem face aos encargos.

Apesar do queS.Ex.a disse, não se pode afirmar que as tarifas pudessem produzir 80 por cento, nem mesmc 50 por cento.

Interrupção,

Posso dizer a S. Ex.* que as tarifas variam de classe para classe. A receita pode aumentar ou diminuir por uma modificação de tarifas.

As bases das tarifas são em grande velocidade e rcpresentam-se por 100, o que se pagava anteriormente à guerra, e pagam-se hoje 140 por cento pelas tarifas de 2.a classe. Portanto a diferença é de 40 por cento e não de 80 por cento, como o Sr. Cunha Liai afirmou.

Os aumentos variam, conforme o percurso da localidade. Por .isso ainda que se agravem — o evidentemente agravam--se — as tarifas, pela portaria do Sr. Ernesto Navarro, não se agravam tanto como o Sr. Cunha Liai supõe.

O Sr, Cunha Liai:

senhor.