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Diário da Câmara doa Depuladoí

em que a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses se encontra, porque isso levar-me-ia muito tempo e tornar-me--ia por isso fastidioso; no emtanto, o que eu posso garantir a V. Ex.a e à Câmara é que eu, criando essas despesas a que a Câmara se tem referido, criei-lhe igualmente as respectivas receitas.

Esta é que é a verdade e é isto o que eu posso garantir a V. Ex.a e à Câmara.

Assim, Sr. Presidente, melhorando o Governa a situação do pessoal ferroviário das Companhias Portuguesa, Vale do Vouga e Beira Alta, proporciona às empresas ferroviárias particulares o ensejo do poderem igualmente melhorar a situação do seu pessoal ferroviário e nada. mais.

O Sr. Júlio Martins:—V. Ex.;i dá-me licença? ^V. Ex.;i não tem já na sua mão reclamações do pessoal da Companhia Portuguesa?

O Orador: — Não seniiur, o devo dizer que ...

O Sr. Júlio Martins: — Basta-me a afirmação de V. Ex.a

O Orador:—lias eu gosto de pôr as questões muita claramente. Como V. Ex.a sabe eu como Ministro não tenho que intervir do maneira alguma .na fixação de vencimentos da Companhia Portuguesa, ou- de qualquer outra comp-an-hia particular; apenas posso reconhecer da justiça das reclamações apresentadas pelo pessoal respectivo, e,— e essa é que é a minha obrigação!— colocar as empresas na situação de poderem fazer face aos encargos cuja justiça reconheço.

Conheço, portanto, essas reclamações, mas não me dizem respeito-

O Sr. Júlio Martins: — Quere dizer: essas recUimâções existem? •

O Sr. Plínio da Silva:—V. Éx.a pode 'dizer-me alguma cousa acerca das reclamações do pessoal da Companhia do Vai de Vouga?

O Orador: — A respeito dessas reclamações posso dizer a mesma cousa que disse relativamente às reclamações do pes-noal da Companhia Portuguesa.

Sr. Presidente: o Sr. Cunha Liai exclamou do sou lugar de Deputado, que os homens que. se sentam nestas cadeiras, e porventura os Srs. Deputados, não devem nunca resolver e tratar os assuntos com despeito, com vaidade ou irredutibilidade. Pois eu posso dizer a S. JUx.a, também, que nem com despeito, nem com vaidades, aprecio ou apresento qualquer trabalho. Agora se a irredutibilidade está apenas naquilo que eu julgo ser absolutamente necessário, naquilo que eu julgo, não sob coação e receiando perturbações de qualquer natureza, mas para o bom desempenho dos serviços públicos, naquilo que eu julgo uma irredutibilidade, nesse ponto sou irreductível.

' E aqui tem V. Ex.a como eu ponho a questão, com uma clareza e franqueza, que não consentem falsas interpnatações.

Tenho dito.

O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando restituir, revistas, as notas taquigrâficas que lhe foram enviadas.

O Sr. Paiva Manso: — Sr. Presidente: a minha mocidade tenho-a passado vivendo entre as classes trabalhadoras do meu país. Com elas tenho vivido as mesmas horas de alegria o as mesmas horas de amargura. As mesmas horas de alegria, quando se avança um passo na conquista da emancipação operária; as mesmas horas de amargura quando se perde embora e sempre momentaneamente, uma vitória anteriormente alcançada.

E quando eu tenho tentado defender e, porventura, difundir as minhas ideas, eu tenho procurado* sempre auditórios especiais, auditórios constituídos essencialmente por operários, tamanha é a simpatia que essas classes me merecem, elas que sendo, sem dúvida, o principal factor da economia nacional, são olhadas, ainda hoje, por muitos infelizmente com um desdém que se terminará no dia cm que, convenientemente instruídas e inteligentemente orientadas, as classes trabalhadoras tenham a consciência do seu própria valor.