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Diário da Câmara dos Deputado*

Também a Escola Agrícola de Queluz, tendo seis alunos e estando a funcionar a seis minutos dos Caminhos de Ferro, tem dois automóveis ao seu serviço. Não me detenho em considerações a este respeito, porque o facto não as merece.

Precisa também V. Ex.a ver como são feitas as arrematações de resinagem na Marinha Grande. (Apoiados).

Perniita-me V. Ex.a ainda que ou me refira aqui a uma nota que vi publicada na imprensa, e que respeita ao preço do milho. Compreendo a necessidade que os produtores tem. de aumentar o preço do milho, inas duplicar esse preço é que não vejo razão para isso. Espero, portanto, que V. Ex.a venha descançar o meu espírito o o de todos os interessados. Até há pouco, cada litro de milho saía-nos a dez centavos; pelo quo dizem agora os jornais, parece que esse preço vai aumentar para vinte e sete centavos. Ora V*. Ex.a vê que um aumento de 170 por conto não se compreende.

V. Ex.a sabe também que o decreto dos azeites, apesar das boas intenções que animaram V. Ex.a • e a comissão que o

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dos. Devo dizer a V. Ex.a que também já fui lagareiro; sói como se fabrica o azeite, qual ó a produção do país e o seu consumo, como também sei qual a maneira de tornar bom ou mau esse produto, e, portanto, as manigâncias a que • ele pode sujeitar-se, apesar de muita gente pensar que não se lhe podem juntar óleos neutros.

Os armazenistas e produtores retêm o produto, h, espera de aumento de preço. Já se estão preparando para efetuar esses lotes com os quais irão fazer as vendas com grandes compensações.

Devo dizer que as casas União Fabril, Borges do Rego, Levy e outras que existem pelo^país fora: Beira Baixa, Alpiarça, Moura, Évora, etc., se conluiaram e. em menos de oito dias, a Companhia União •Fabril, por exemplo, aumentou o preço do azeite de 1$20 para 2$00. .

Era a táctica jesuítica posta em prática para conseguirem uni. preço a meio termo. E conseguiram. Eles tom conseguido tudo, porque a doutrina dos artigos 6.° e 7.° do decreto devia ser a do artigo 2.°

A comissão que foi encarregada de fazer os respectivos estudos devia ter for-

necido os elementos necessários para que S. Ex.a o Sr. Ministro, embora já tarde, poss«a tomar as precisas medidas que já o antecessor de S. Ex.a poderia ter adoptado se atendesse às informações que eu dei. Fazia-se o arrolamento e classificação dos azeites imediatamente. Ter-se iam colhido as amostras om todo o país e feito o balanço das necessidades de cada região, e o que restasse seria confiscado à ordem do Governo, que o venderia depo.is pelo preço da tabela, sob controle. E, se bem que. haja uma grande crise de .caracteres, estou certo de que felizmente ainda se encontrariam na grande massa republicana umas dúzias do homens capazes para exercerem, esse controle. Ainda há, felizmente, muita gente competente para exercer uma acção ponderada e sória para salvar a honra nacional.

(j O que sucede, porém'?

Vêem-se nos jornais noticias apontando os retalhistas como escravos dos armazenistas e -produtores. Os Drodutores são

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todos sobas. E raro o produtor que não tira o máximo do proveito das terras e do trabalho dos assalariados, não dando

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Estado. São elos ainda que andam na sombra, animando todos os movimentos que julgam traduzir embaraços para a República, com o fim de evitarem que ela realize a sua grande obra, cujos propagandistas aindci pensam poder efectivar, desde que uma onda de bom senso e de dignidade inunde as cabeças de toda a gente: governos e governados.

Então S. Ex.a adoptará as medidas que tiver por convenientes, podendo, se quiser, baixar o preço do azeite, pois para isso nada mais é necessário do que grande energia, que se traduza numa providência contra os detentores. É preciso que se saiba que ha quem detenha ainda muito azeite'das colheitas de dois e três anos, e até trigo. Se se fosse ao Alentejo efectuar varejos, muito azeite e muito trigo seria encontrado das colheitas passadas.

O mercado do Brasil está sendo servido com azeites falsificados sob a designação de azeite português. Quer dizer, amanhã quando providências se tomem quanto à exportação do artigo paraaqnêle país, vai-se lutar com o descrédito do nosso produto.