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meus de superior talento — imaginar que na concorrência das nações não faria falta um povo de 70 milhões do trabalhadores inteligentes. .

Estava muito bom que se anulasse a Alemanha militarista, que se reduzisse a condições de. não mais pensar em impor ao mundo a sua hegemonia de nação guerreira. Mas havia que considerar que a Alemanha não é apenas uma caserna, mas tambOm uma escola; não ó apenas um quartel, mas também uma oficina.

Não "acredito na Sociedade das Nações, a não ser como expressão dum pensamento generoso, e prevejo que uma nova guerra terá lugar, deutro do poucos anos, se uma revisão honesta do Tratado não vier realizar a obra justa qno o inspirou, mrs que elo não traduz.

Terminando, preguntarei ao Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros se considera caduca, pelo facto da ratificação do Tratado, a nossa aliança com a Inglater-' rã, p -se entende que podemos adormecer tranquilos, sobre o travesseiro que nos ofereço o Pacto das Nações, sem receio pelo futuro. Por fim diroi que a nossa segurança só devemos confiá-lavao nosso próprio esforço e ao sistema de alianças em que entremos, mantondo-se a que já tínhamos.

A Câmara peço desculpa do tempo que lhe roubei, o que só é desculpável pelo honesto propósito que ditou as considera coes que fiz.

O orador foi cumprimentado.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando restituir, revistas, as notas taquigráficas que lhe f oram enviadas.

O Sr. Júlio Martins: — Sr. Presidente: entendeu -o Governo, no interregno parlamentar, convocar extraordinariamente o Congresso para a ratificação do Tratado da Paz. o

Sr. Presidente: eu jcí vi preguntar ao ao Governo—acabou do fazê-lo o Sr. Brito Camacho — quais seriam, porventura, as razoes que imperara"m no espírito do mesmo Governo para no intervalo parlamentar convocar extraordinariamente o Congresso para este assunto.

Eu, Sr. Presidente, li o Tratado; tomei conta dos diferentes prazos quo nele se estabelecem, e estou absolutamente

Diário da Câmara dos Deputados

•convencido do que esses prazos hão-de ser também do conhecimento do Governo, e, portanto, do , Ministério dos Nego--cios Estrangeiros. É, pois, legítimo preguntar por que razão só' agora, a dez dias da finalização dum prazo, o Governo vem reunir extraordinariamente o Congresso para lhe apresentar a ratificação .do Tratado de Paz.

Sr.. Presidente : ou fiz parte dum Governo que foi presidido pelo Sr. Domingos Pereira, em quo este assunto se ventilou, o ao tempo, Sr. Presidente, vai já quási um ano, sugestões foram feitas a esse Governo para que o Parlamento antigo, ou porventura um Parlamento a constituir, estivesse em condições de poder reunir e ratificar o Tratado da. Paz, visto que o Tratado ia ser assinado pelas trGs principais potências, e,, portanto, afirmava-se, nós o deveríamos assinar também, pois do facto de não o assinarmos poderiam resultar circunstâncias inconvenientes para 03 interesses da Nação.

Foi, pois, dominado por essa imperativa categórica quo o Governo presidido pelo Sr. Domingos Pereira lançou o país

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Congresso.

Vai passado um ano. O Tratado foi ratificado pelas três principais potências. Os prazos marcados nesse Tratado se: guirarn, e, Sr. Presidente, passou esse.-Governo, passou o Governo do Sr. Sá Cardoso, passou outro Governo do Sr. • Domingos Pereira e apareceu o Governo actual, que, ao aprosentar-so ao Parlamento, solicitou o imediato adiamento- do Congresso.

Não se sabia no Ministério dos Estrangeiros que o prazo (estava quási a expirar.

Assim, foi necessário fazer-se esta convocação extraordinária do Congresso no interregno parlamentar, para o Poder Legislativo se pronunciar a respeito da ratificação do Tratado da Paz. 'E o Parlamento tem de fazer • essa ratificação, como bem disse o Sr. Brito Camacho, sem saber qual é o alto pensamento da nossa delegação à Conferência da Paz, e, emfim, de todos esses organismos qus se criaram para tratar dos nossos interesses nesse Tratado.