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Sessão de 31. de Março de 1920

mós um erro sob o ponto de vista político e financeiro.

£ Quais seriam os veículos condutores de todos os produtos necessários nesse momento à nossa economia, se nos re-« ousássemos a fazer a apreensão dos barcos alemães?

A Inglaterra certamente que nos diria que efectuássemos os transportes com a nossa frota.

O Sr. Hermano de Medeiros: — E a Espanha?

O Orador:- -A Espanha não era beligerante. A Espanha não estava ligada por tratados como o que nós temos com a Inglaterra.

A situação de Portugal era absolutamente diferente.

Disse o Sr.\ António Granjo que, por paixão política ou por ódios ao regime, alguns portugueses não aceitaram bem a nossa intervenção na guerra. Não se podia discutir a nossa intervenção sob esse ponto de vista restrito. Eu entendia que aqueles que consideravam um crime •» nossa intervenção tinham obrigação de " respeitá-la, tomando depois a responsabilidade a quem de direito. iftEra o País que entrava em guerra, e isso obrigava a todos.

Afirmou-se ontem aqui que ã Alemanha, país de grandes espíritos e de grandes cerebrações, não podia ser tratada como o estava sendo, visto que ela não tinha a responsabilidade do espírito militarista e imperialista. Ora -eu pregunto : gessas cerebrações determinaram uma atmosfera que levasse o povo alemão a não ser tam feroz como o foi, cometendo-actos de barbaridade, como o foram a violação da Bélgica, o sacrifício do crianças o o desrespeito, emfim, por todos os direitos da humanidade. Não. £ Ondb estavam, pois, essas intelcctualidades que não levaram os seus compatriotas a proceder por forma que os dignificasse, e isso nada tinha absolutamente com a parte guerreira ?

Estavam integradas no espírito daquela raça, quo ó o do esmagamento de todos. Acho, pois, que esse país é eompletamen-te responsável.

Entendo que se deve dar à Alemanha o tratamento quo merece. Não quero com

isto dizer que sé extingam os seus elementos vitais, deixando morrer à fome o seu povo. Mas ó preciso a todo o transe impedir que ela só levante para produzir nova catástrofe. tki.'1/J

Esperava o Sr. Kamada Curto que na Conferência de Vorsailles houvesse um coro angelical a favor das nações que tinham ficado em más condições devido à guerra provocada pela Alemanha. Não sucedeu assim.

Dentro da própria Alemanha os belos princípios defendidos pelo Sr. Kamada Curto, e cujos adeptos estavam ligados por juramentos, não puderam fazer valor os seus ideais. As instituições que tinham por lema defender as idcas do Sr. Ramada Curto, durante a guerra, apenas praticaram, actos .,de beneficência e filantropia.

Nunca houve propaganda tara intensa como a que se fez durante a guerra.

Os sábios alemães ligaram-se para inventar ôsses formidáveis e terríveis instrumentos que serviram durante a guerra e que eu desejaria nunca mais ver empregados nas lutas entre os homens. Toda a ini Jigência alemã, toda a cerebraçãoteu-tónica se pôs ao serviço da guerra e po-dorei dizer mesmo se combinou para a prática do crime. (Apoiados). . Tudo quanto de mais brilhante havia criado a civilização alemã, que consistia no aperfeiçoamento das invenções francesas— a indústria germânica baseia-se nos inventos franceses, adaptados e aperfeiçoados— foi utilizado para o mal.

Foi assim que conseguiram esses instrumentos maléficos que na guerra fizeram e 'espalharam a destruição por toda a parte.

Disse o Sr, Ramada Curto que se havia criado um direito novo na Conferência da Paz.

Nas trincheiras houve uma absoluta coesão entro os indivíduos das profissões liberais—os chamados intelectuais — e os que estavam habituados a mexer numa máquina ou a empunhar uma ferramenta. Nessa vida troglodita das trincheiras, intelectuais e trabalhadores, no sentido vulgar do termo, aproximaram-se numa estreita união para vencerem na luta formidável.