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eu, que S. Ex.a por lapso ou proposita- j damente ocultasse o que o Tratado dispõe sobre o assunto.

Lamento, Sr. Presidente, que um orador tam primoroso cona S. Ex.a não fizesse ressaltar aquilo que no Tratado é uma aspiração muito superior ao projecto da Sociedade das Nações. E pena que da parte de S. Ex.a isso não merecesse a mais pequena referência!

Pondo dê parte este pequeno reparo, eu devo dizer que reconheço a falta de um organismo de* carácter judicia] que é o tribunal internacional para julgar todas as questões internacionais e zelar pelos justos interesses das nações.

Nós ' hoje não podemos precisar qual é o programa máximo ou mínimo que cada partido põe ou tenta pôr em execução.

Devem ser lidas e não devem ser esquecidas as palavras que vêm no parecer e que dão uma resposta cabal ao Sr. Ramada Curto na parte do seu discurso em que S. .Ex.a se referiu às reivindicações sociais.

Não se podia, Sr. Presidente, conseguir a tal varinha mágica que. fizesse-com que os delegados portngnfisp,s obtivessem na Conferência da Paz cousas maravilhosas para ôsto País. Esta é que ó a questão, Sr. Presidente, muito embora haja algumas criaturas que assim o não entendem.

As pessoas que falaram sobre este assunto nesta casa do Parlamento, e a cujas qualidades de inteligência e altos serviços prestados à Eepública eu rendo a minha justiça/ não me esquecendo de mencionar o Sr. Brito Camacho, disseram muitas cousas,. não se lembrando nem' atendendo às condições em que foi elaborado o Tratado da Paz. Ainda não encontrei a tal varinha mágica, repito, que fizesse com que tantos povos com interesses tam diversos e com tantos espíritos, Uns de altruísmo e outros de egoísmo, duma maneira uniforme, se conduzissem de forma a dar uma nota homogénea às várias cláusulas desse Tratado. O Sr. Brito Camacho não vê'como na sua própria terra é impossível um entendimento entre os homens públicos, por forma a estabelecerem aquelas bases essenciais à suprema aspiração de todos nó.s?

(iComo queria S. Ex.a que depois do um cataclismo desta magnitude surgisse a

Diário da, Câmara dos Deputados

tal varinha mágica que conseguisse tornar realizáveis as aspirações de tantos povos heterogéneos, unindo-os numa perfeita comunhão de ideas e numa perfeita haimonia de interesses?

É preciso atender-se às condições es-, peciais em que o Tratado foi feito.

Se S. Jiix.a nos dissesse que ele contêm imperfeições e que está um pouco confuso, estava muito bem; mas isso sabe-o toda a gente e S.Ex.a devia já prever que assim fosse, embora ache que poderia ter-se conseguido mais alguma cousa.

País colonial possuindo portos, como o de Lisboa e outros, tínhamos de ter uma frota, para que os fretes não se fizessem por intermédio do estrangeiro.

Era esta uma antiga aspiração nacional, defendida por todos que se ocupavam de assuntos financeiros ou económicos.

Todos querem fazer reformas e por isso as despesas se avolumam extraordinariamente.

Todos apregoam na oposição as suas reformas, que são verdadeiros elixires, -pois prometem-nos pô-las em prática quando forem 'Governo, inas essas refor mas cifram-se no aumento desmesurado das despesas e na diminuição das receitas.

Disse o Sr. António Granjo que saímos arruinados da guerra e que é chegada a hora de nos congregarmos para salvar o País.

A hora já chegorí, há muito tempo, e cada segundo que passa.redunda em maior perda.

Quando se diz isto, ao mesmo tempo apregoa-se ser necessário resolver a questão política, isto é, tratarmos primeiro das nossas vaiuudes, porque o país pode estar à espera. Felizmente o país, onde existem muitas inteligências, vai progredindo.

Se continuarmos neste caminho não chegaremos a uma solução favorável ao estado económico e financeiro do país.

As perturbações, quer da parte dos que defendem a Eepública, quer dos outros, mesmo daqueles que arvoram a bandeira das reivindicações sociais, só prejudicam o país*

Todos querem formar partidos e grupos, e havemos de chegar a ponto de haver partidos apenas constituídos... pelo chefe.