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bem o relatório da Delegação Portuguesa junto da Conferência da Paz. Neste ponto, não pode- deixar despercebido o proceder, dirá mesmo, porquevnão lho levarão a mal, o truc que aquele Sr. Deputado empregou no seu discurso, pregun-tando ao Sr. Presidente da Câmara se" já tinha recebido esse relatório; S. Ex.à deu--Ihe a devida resposta, e é que só tinha que fazer essa pregunta ao Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, porque só a S. Ex.a ele poderia ter sido enviado. S. Ex.a levantou-se e respondeu que ainda o não tinha recebido e disse também que esse relatório ainda não podia ter vindo, pois que os trabalhos da Conferência da Paz ainda não acabaram o consequenterriente esses funcionários ainda não terminaram as suas 'funções, após as quais terão então de apresentar os seus relatórios ; e bom fora que todos aqueles homens que exercem comissões oficiais, e algumas importantes,-cumprissem sempre esse dever ~a que não faltará o Presidente da Delegação Portuguesa. Simplesmente, é este o momento em que essas funções são mais delicadas, pois que o Tratado ainda não foi ratifi-cadoj e Alps continuam não só a acompanhar todos os problemas que estão pen-Héntes da Conferência, mas a comissão de reparações, que já seria da incumbência doutras entidades, se o Tratado estivesse ratificado.

Seria realmente muito útil e agradável que esse relatório já estivesse distribuído e pudesse servir de base à discussão, mas nem por isso estamos inibidos de o fazer, pois que, quando o for, aqui será discutido, e muito só regozija que tal "se faça, porque-há-de resultar como.foi grande, como foi patriótica, como foi bela a nossa política da intervenção na guerra.

O Sr. Júlio Martins falou ainda no relatório do nosso representante no tribunal arbitrai mixto.

Neste ponto permitain-lhe o Sr. Presidente e a Cfuiiara que ôlef orador, em duas palavras, trate duro caso pessoal. ' Nós não temos ainda lá o nosso fiscal, e a isso a imprensa se tem já referido, e também nesta casa já se aludiu ao facto.

Por informação de pessoa amiga, sabe que nesta casa do Parlamento se discutiu ou, pelo menos, se fez referência ao caso, o aprov.eita este ensejo para tratar dum caso pessoal o para dizer que

Diário da Câmara dos Deputadog

foi quem teve a honra de ser nomeado representante dos interesses portugueses para defender todas as reclamações, segundo o § 4.° do anexo ao artigo 298.°

Não solicitou essas altas .funções; foram-lhe indicadas pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros de então, e aceitou esse encargo com .reconhecimento por quem se tinha lembrado dele, orador, julgando ver na sua pessoa competência para tal cargo.

Aceitou com sacrifício, pois todos que conhecem a sua vida sabem que não pode deixar a sua casa, o seu escritório, e só com grande sacrifício poderá exercer aquelas funções, e do modo que não tenha lá grande permanência. Sabe que outros, melhor; do que ele, poderiam desempenhar tais funções.

O Sr. Vasco de Vasconcelos : — O Sr. Júlio Martins não se referiu às qualidades do representante, mas sim aos trabalhos da comissão.

" O Orador: — Não só refere ao Sr. Júlio Martins. Aludiu a umas referências dos jornais, e por ouvir dizer que nesta casa se tinham feito umas referências ao caso.

Também o Sr. Júlio Martins se referia h falta dum relatório da comissão executiva do Tratado de Paz. Não pertence a essa comissão nem dela te.m mandato para em seu nome falar, mas, apenas no intuito de esclarecer o Sr. Deputado o a Câmara, dirá que essa comissão não tinha o dever de apresentar nenhum relatório. Foi nomeada apenas para executar o aplicar o Tratado em tudo que diga 'respeito aos nossos actos dentro do país.

Essa comissão tem estado a'trabalhar e a-recolher elementos necessários para se produzirem as respectivas reclamações.

O que essa comissão fez foi um parecer que enviou ao Sr. Ministro: dos Negócios Estrangeiros, que-, em f/ine dele. convocou o Congresso, pois se lho mostrou a urgência que havia na ratificação do Tratado.

Essa comissão funciona no Ministério-dos Negócios Estrangeiros, e está sempre pronta a dar qualquer esclarecimento que o Sr. Deputado lhe peça.