O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

nias não é o caso completamente estranho, porque já a S. Ex.a foram dirigidas petições para que tomasse uma resolução que, como já disse, se torna urgente.

S. Ex.a dirá se ainda o não fez por falta de. tempo ou por quaisquer outras razões que exporá à Câmara para sua justificação.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro das Colónias (Utra Machado): Ouvi com muita atenção as considerações feitas pelo ilustre Deputado Sr. Manuel José da Silva.

Vou dar as instruções necessárias para que as reclamações da S. Ex.a sejam atendidas.

É necessário que a situação exposta tenha uma rápida solução, como convêm aos interôsses das colónias e prestígio da nossa administração colonial.

O Sr. António Granjo: — Chamo a atenção do Governo para o qne se passou em Fão, concelho de Esposende, por ocasião de se realizar um acto religioso.

Trata-se de caso idêntico ao acontecido sm Rio Tinto ao realizar-se a, nrocíssão do Enterro.

Desejaria sabor quais as providências tomadas pelo Governo para punir os crimes praticados quer em Rio Tinto, quer em Fão.

Quando se realizava em Rio Tinto a procissão do Enterro, foi o cortejo disperso por moio de violências, que partiram daqueles que se dizem livres pensadores.

Compreende-se que esse atentado não produzisse no país o sentimento de horror igual ao que causou o atentado da Rua Augusta, mas tem o mesmo corácter: a intolerânciav

Convêm, pois, averiguar não apenas o que sucedeu na Rua Augusta, mas também êssos outros acontecimentos ocorridos nas localidades a que mo referi, punindo os criminosos que praticam tam repelentes atentados quer à bomba, quer a tiro.

Em Fão celebrava-se o enterro religioso dum indivíduo, para o que havia sido concedida a devida autorização. Quando o cortejo se dirigia ao cemitério, foi disperso a tiro, pareço que com a acqiiiep-cOn-cia das autoridades locais, especialmente do regedor, se não do próprio adniinistra-

'Diárío da Câmara dos Deputados

dor do concelho. E digo isto porque o administrador do concelho pediu a demissão, parece que atingido por suspeita de não ter evitado os acontecimentos.

Um jornal da localidade acusa o administrador do concelho de não 'ter tomado as' providências necessárias para evitar esse triste caso.

Pedia ao Governo que informasse a Câmara do que sabe a tal respeito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro da Instrução (Vasco Borgos): — Já tinha conhecimento pelos jornais do ocorrido em Rio Tinto e posso assegurar que o Sr. Ministro do Interior já providenciou.

Pelo que respeita ao caso de Fão, tendo dele apenas conhecimento pela narrativa de S. Ex.a, nada posso dizer, a não ser que o Governo está na disposição de punir severamente aqueles que exorbitem das suas funções o os que se coloquem fora da lei.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (António Maria Baptista: — Pedi a palavra para tratar do assunto era questão, fornecendo ao ilustre Deputado que dele se ocupou os esclarecimentos que me foram pedidos.

O caso é muito simples. O prior da freguesia de Rio Tinto, entendendo que a procissão que estava anunciada havia de sair para a rua, foi a casa, vestiu a'sua farda de militar, o que aliás não podia fazor, e, qual Saldanha de procissões, pôs-se à frente dela, empunhando o seu stick. O resultado íoi embrulhar-se tudo em rija pancadaria, naturalmente um pouco pelas constantes libações a que é de uso entrcgarom-se os habitantes duma terra em dia de procissões. Porque o facto é qne em Portugal as procissões servem muitas vezes de pretexto para se heberricarem uns copinhos de vinho. (Risos}.

Aqui tem, pois, S- Ex.a o que há sobre o caso da procissão de Rio Tinto.